MATOS, Eduardo Willian de Souza 1

RESUMO

O presente artigo descreve a atuação do professor de educação física e a segurança do exercício na terceira idade. Trata-se de um estudo descritivo desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica de artigos e experiências publicadas em revistas e meio eletrônico. Tal estudo visa enfatizar e valorizar a eficiência da prática de exercícios para a manutenção da saúde, proporcionando uma melhor qualidade de vida para que possam chegar à terceira idade menos dependentes de outras pessoas. À medida que envelhecemos, ocorrem várias mudanças em nossa vida tanto fisiológicas como patológicas. Conforme a idade vai chegando, é normal que se tenha dificuldade de locomoção, de realização de movimentos, e fiquemos mais vulneráveis a determinados tipos de doenças. Com a prática regular de atividade física pode-se prevenir e ou reverter vários destes fatores. De acordo com os estudos, observou-se que, para desenvolver um programa de atividade física com grupo de pessoas da terceira idade, é necessário o acompanhamento de profissionais qualificados e aptos a desenvolverem este tipo de trabalho. Requer uma maior atenção do profissional de Educação Física, o qual deve trabalhar em conjunto com profissionais de outras áreas de saúde como nutricionistas e médicos, pois, para serem obtidos melhor resultado com o programa, é fundamental associá-lo a uma boa alimentação e realizar uma bateria de exames clínicos nos quais estes serão a base para a iniciação e o desenvolvimento do programa de atividade física.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento; Qualidade de vida; Atividade física.


ABSTRACT

The present article describes the performance of the professor of physical education and the security of the exercise in the third age. One is about a descriptive study developed from bibliographical research of articles and experiences published in magazines and electronic way. Such study it aims at to emphasize and to value the efficiency of practical of exercises for the maintenance of the health, being provided the one better quality of life so that dependents of other people can arrive less at the third age. To the measure that we age, some changes in our life occur physiological as in such a way pathological. As the age goes arriving, is normal that if it has difficulty of locomotion, accomplishment of movements, and is more vulnerable the definitive types of illnesses. With practical the regular one of physical activity it can be prevented and or be reverted several of these factors. In accordance with the studies, were observed that, to develop a program of physical activity with group of people of the third age, the accompaniment of qualified and apt professionals is necessary to develop this type of work. It requires a bigger attention of the professional of Physical Education, which must work in set with professionals of other areas of health as nutritionists and doctors, therefore, to be gotten better resulted with the program, a good feeding is basic to associate it and to carry through a battery of clinical examinations in which these will be the base for the initiation and the development of the program of physical activity.

KEYWORD: Aging; Quality of life; Physical activity.

1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que, à medida que envelhecemos, ocorrem várias mudanças em nossa vida tanto fisiológicas como patológicas. Conforme a idade vai chegando, é normal que se tenha dificuldade de locomoção, de realização de movimentos, e fiquemos mais vulneráveis a determinados tipos de doenças. Com a prática regular de atividade física pode-se prevenir e ou reverter vários destes fatores.
Este trabalho descreve a atuação do professor de educação física e a segurança do exercício na terceira idade. Trata-se de um estudo descritivo desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica utilizando-se de artigos e experiências publicadas em periódicos e meio eletrônico.
Tal estudo visa enfatizar e valorizar a eficiência da prática de exercícios para a manutenção da saúde, proporcionando uma melhor qualidade de vida para que possam chegar à terceira idade menos dependentes de outras pessoas.

2. REVISÃO LITERÁRIA

Envelhecimento: como é e como se dá
Envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, ao longo do qual ocorrem alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Em sua decorrência, modifica-se a capacidade de adaptação do organismo às agressões internas e externas, provocando deterioração progressiva (CARVALHO FILHO & PASCHOAL, 1996).
Essas mudanças não representam doenças e sim, conseqüência no chamado "Processo Normal do Envelhecimento". Nesta fase é muito comum ocorrerem distúrbios cardiovasculares, pulmonares, músculos-esqueléticos, endócrinos e metabólicos. Desse modo, são primordiais a promoção e a atenção à saúde do idoso, de maneira que englobe medidas preventivas, restauradoras e reabilitadoras. Uma das mais importantes alterações que ocorrem com o aumento da idade cronológica é a diminuição da massa muscular esquelética e a perda da força muscular, em que estas são as grandes responsáveis pela deteriorização na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo (Disponível em: <http://www.envelhecercomsaude.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=39&Itemid=1>. Acesso em: 21 maio 2009).
Com o envelhecimento também ocorre à diminuição do transporte sanguíneo causado pela atrofia da musculatura cardíaca. Os pulmões ficam menos elásticos, (a atividade ciliar que faz a limpeza das secreções diminui proporcionando acúmulos que favorecem as infecções respiratórias e dificulta as trocas gasosas). Por volta dos 35 anos de idade se inicia o processo de perda de densidade óssea que pode levar à instalação da osteoporose com perda de estatura, além do risco maior de fraturas espontâneas ou por quedas acidentais. (Disponível em: <http://www.envelhecercomsaude.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=40&Itemid=1>. Acesso em: 21 maio 2009)
Depois dos 25 anos de idade a pessoa sofre diminuição de 1% de taxa metabólica (como resultado, os alimentos e os medicamentos são absorvidos mais lentamente comprometendo a nutrição adequada e favorecendo maior toxicidade a drogas). (Disponível em: <http://www.envelhecercomsaude.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=40&Itemid=1>. Acesso em: 21 maio 2009)
Segundo Salgado (1998), a dimensão do envelhecimento vai além do contexto biológico necessitando, portanto de uma atenção especial. É necessário que se elaborem ações em favor das populações que envelhecem, com políticas de caráter mais preventivo e menos curativo, mais promocional e menos assistencial, com ações que contribuam para a manutenção da qualidade de vida, com políticas para a velhice que, como parte de um contexto mais amplo, reduza desigualdades e invistam nos indivíduos ao longo do ciclo vital.
Durante o envelhecimento ocorrem diversas mudanças que variam muito de indivíduo para indivíduo. Quando se adota hábitos saudáveis se previne doenças, prolongando uma vida ativa.
Guerra (2006) cita que de acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o exercício físico na terceira idade proporciona benefícios físicos, sociais e psicológicos, contribuindo para um estilo de vida saudável, beneficiando-os principalmente na prevenção da incapacidade (baixo nível de reflexo e locomoção).
Estudos epidemiológicos citados por WANGARTEN & SERROAZUL (1997), confirmam que a pressão arterial sistêmica aumenta, paulatinamente com a idade, enquanto a pressão arterial diastólica atinge níveis maiores entre os 50-60 anos de idade. Já que o limite superior da normalidade considerado como sendo uma pressão arterial sistólica (PAS) de até 139 mmHg e uma pressão arterial diastólica (PAD) de até 89 mmHg, conclui-se assim que, a prevalência da hipertensão supera os 50% na população idosa.
Segundo Veras & Cançado (1994), tem sido observado que, no Brasil, o crescimento em relação a população de idosos é contínua. Estima-se que em 2025 o Brasil seja o sexto país com o maior número de população idosa mundial. Contudo, esse aumento da expectativa de vida pode expor os indivíduos a fatores de risco associados a doenças crônico-degenerativas, com índice de morbidade cada vez maior.
De acordo com Cançado (1994), a hipertensão é considerada o maior fator de risco para doenças cardiovasculares. Estas doenças estão entre as mais incidentes nos idosos, sendo esse fato conseqüente do envelhecimento e resultado de um estilo de vida sedentário (HOOD & DINCHER, 1995).

Segurança do exercício na terceira idade
Estudos demonstram claramente que o treinamento com peso é capaz de aumentar a massa e a força muscular dos idosos. De forma geral, os estudos sugerem que a queda da força e da massa muscular com o envelhecimento pode ser atenuada pelo treinamento adequado de musculação (VIEIRA, 1998).
Segundo Vieira (1998), em se tratando de prescrição de atividade física para idosos, deve-se obter os cuidados e acompanhamentos adequados de maneira integral. A atividade regular e sistemática ajuda a aumentar e ou manter a aptidão física da população idosa, melhorando o bem-estar funcional e, consequentemente, diminui a taxa de morbidade e de mortalidade entre essa população.
Segundo Marquez Filho (1993), a prática de atividade física promove a melhoria da qualidade de vida, retardando o envelhecimento, evitando a atrofia muscular, favorecendo a mobilidade articular, evitando a descalcificação óssea, melhorando a contração cardíaca diminuindo a possibilidade de infarto, previne a obesidade, aumenta a capacidade respiratória, diminui o risco de coagulação sangüínea, melhora o funcionamento dos rins, melhora as relações sociais, colabora para o equilíbrio psico-afetivo, contribuindo assim para o exercício da cidadania.
Sabe-se que a atividade física sistemática e regular é um fator importante na manutenção da saúde, sobretudo da cardiovascular. Os exercícios ajudam na redução da obesidade e na prevenção de doenças coronárias, contribuindo também para a prevenção de doenças coronárias em pessoas idosas, melhorando o funcionamento do organismo, reforçando o coração, músculos, pulmões, ossos e articulações (PRESSUTO & CARVALHO, 1998).
Diante disto, percebe-se a necessidade de introduzir a prática de exercícios físicos regularmente na vida das pessoas, em especial daquelas em processo de envelhecimento. A importância da elaboração de um plano de treinamento destinado para as pessoas da terceira idade com o objetivo de realizar uma atividade física para manter a boa forma, requer do professor de educação física um conhecimento profundo, a qual este treinamento será dirigido às características necessárias do idoso.

Atuação do professor de educação física na terceira idade
Segundo Dumazedier (1979), existem cinco tipos de atividades em que o idoso se interessa em praticar, são elas: lazeres artísticos, físicos, práticos, intelectuais e sociais.
Schwartz e col. (1993) apud Nadai (1995), relatam que os idosos consideram a prática de atividades físicas vital, devido aos benefícios trazidos pelos mesmos, e têm maiores interesses por atividades como ginástica, caminhadas, jogos com bolas e natação.
De acordo com Weineck (1991) apud Nadai (1995), para se iniciar um programa de atividade física, o indivíduo deve procurar um médico onde este realizará vários exames a fim de detectar quais os eventuais problemas de saúde que o mesmo possa apresentar. O médico deve fazer uma avaliação física criteriosa, encaminhar os resultados e cuidados necessários ao professor responsável, e ter um acompanhamento regular.
Na maioria das vezes os idosos procuram as atividades físicas com o intuito da prevenção e terapia de doenças, assim como bem-estar físico e mental, diversão e convívio social. Os objetivos dos programas de treinamento elaborados para indivíduos da terceira idade devem vir de encontro com as necessidades e interesses dos indivíduos.
Autores como Rauchbach (1990), Schwartz e col. (1993) e Marquez Filho (1993) apud Nadai (1995), sugerem quatro objetivos gerais, que devem ser adaptados a realidade de cada grupo:
1. Manutenção do bem-estar físico e mental: através da manutenção das capacidades físicas ligadas à saúde, da coordenação, equilíbrio, ritmo e relaxamento;
2. Reeducação e melhora do desempenho na execução das atividades diárias: através das habilidades motoras;
3. Desenvolvimento da autoconfiança e autoconhecimento;
4. Proporcionar o convívio social.
Nadai (1995) afirma ainda que, as aulas podem ser planejadas dividindo-as em três partes:
? Parte inicial: aquecimento geral (cardio-respiratório e articular) e exercícios de flexibilidade, com duração de 15 a 20 minutos;
? Parte principal: ênfase na habilidade motora, utilizando jogos, brincadeiras em grupo ou individuais, podendo-se trabalhar com exercícios musculares localizados, com duração de 20 a 25 minutos;
? Parte final: proporcionar o máximo bem-estar e relaxamento, com atividades rítmicas, expressivas, danças e relaxamento, preferencialmente em duplas ou grupos, com duração de 10 a 15 minutos.
Sempre que possível, deve-se fazer uso de materiais convencionais, como: corda, bola, arco, bastão, etc. e dos materiais alternativos, como: jornal, garrafa plástica, etc.; pois esses materiais auxiliam a uma maior motivação nas aulas.
Para que se possam obter resultados satisfatórios, as aulas devem ser realizadas no mínimo três vezes por semana, e os exercícios de flexibilidade são recomendados que sejam realizados diariamente. Em se tratando da intensidade da aula, Weineck (1991) comenta que ela deve ser de 40 a 50% da freqüência cardíaca máxima, com atividades leves e moderadas. Já Matsudo (1993) afirma que as aulas devem durar no mínimo 45 minutos e no máximo 60 minutos.
Quanto aos cuidados Marquez Filho (1993) afirma que se deve estar atentos para movimentos bruscos, esforços máximos de curta e longa duração. Respeitar os idosos e seus limites, problemas, suas individualidades, é algo necessário e prudente. As aulas se tornam mais interessantes à medida que somos mais animados e criativos e, aproveitamos a criação inconsciente de nossos alunos.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com este estudo percebe-se a fundamental importância que o professor de educação física tem diante da atividade física na terceira idade. O profissional deve ser altamente competente para desenvolver um trabalho com um grupo de idosos. É necessário que o professor aperfeiçoe os programas de atividade física voltados para estes indivíduos, ampliando suas prerrogativas além do aspecto físico, considerando os demais aspectos que a idade inevitavelmente procede.
É de suma importância a elaboração de um plano de treinamento destinado para este grupo de pessoas com o objetivo de realizar uma atividade física para manter a boa forma, sem um enfoque competitivo. Tal elaboração requer um conhecimento profundo do professor de educação física, sendo que este deve conhecer as características dessa população a qual este treinamento será dirigido observando-se às características necessárias para o desenvolvimento do trabalho, considerando o idoso em sua totalidade.

4. REFERÊNCIAS BiBLIOGRÁFICAS

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ENVELHECER COM SAÚDE. Como Envelhecemos. Disponível em: <http://www.envelhecercomsaude.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=40&Itemid=1>. Acesso em: 21 maio 2009.

GUERRA, Heloísa Silva. EXERCÍCIO FÍSICO NA TERCEIRA IDADE. Disponível em: <http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/exerc_terceira_idade_heloisa.htm>. Acesso em: 21 maio 2009.

NADAI, Andréia. Relato de experiência. Programa de atividade física e terceira idade. MOTRIZ ? Volume 1. Número 2. 120-123. Dezembro 1995. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/01n2/1_2_Andreia.pdf>. Acesso em: 27 maio 2009.

OLIVEIRA, Taciana Cavalcante. Avaliação de Fatores de Risco para Alterações Cardiovasculares e de Alterações Oculares em um Grupo de Idosos. Revista Técnica de Enfermagem Nursing. Edição Brasileira. Nº. 56. Janeiro de 2003. Ano 6.
PEDREIRA, Larissa Chaves. Perfil Clínico-Demográfico de Idosos em Internamento Domiciliar. Revista Técnica de Enfermagem Nursing. Edição Brasileira. Nº. 54. Novembro de 2002. Ano 5.

Sad-sos. O Exercício Físico na Terceira Idade. Disponível em: <http://sad-sos.blogspot.com/2005/08/o-exercicio-fisico-na-terceira-idade.html>. Acesso em: 25 maio 2009.

VIEIRA, Alexandre. 3ª idade e a prática de exercícios. Disponível em: <http://www.webartigosos.com/articles/10877/1/saiba-a-real-importancia-dos-exercicios-para-3a-idade/pagina1.html>. Acesso em: 27 maio 2009.