A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama é o tipo de câncer que se manifesta com mais freqüência entre as mulheres brasileiras. Devido ao aumento de sua incidência, é motivo de grande preocupação entre os profissionais da saúde e a população feminina.

O número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil em 2010 será de 49.240, com um risco estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres. Na Região Sudeste, o câncer de mama é o mais incidente com um risco estimado de 65 casos novos por 100 mil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, este tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sul (64/100.000), Centro-Oeste (38/100.000) e Nordeste (30/100.000). Na Região Norte é o segundo tumor mais incidente (17/100.000). (INCA, 2010).

O enfermeiro exerce um papel importante na detecção precoce. A assistência de Enfermagem às mulheres deve ser executada por profissionais qualificados e com responsabilidades legais inerentes a função da Enfermagem cujo objetivo é a promoção, manutenção e recuperação da saúde. A educação em saúde é um componente fundamental na assistência de Enfermagem, pois faz o indivíduo a assumir responsabilidades pela manutenção de sua saúde.

 A Lei nº 7.498/86 que dispõe sobre a regulamentação do exercício de Enfermagem e dá outras providências, bem como o Decreto nº 94.406/87 que regulamenta a Lei nº 7.498/86, assegura as ações do enfermeiro para a prevenção e controle do câncer, destaca-se em seu artigo 8º; a consulta de Enfermagem sendo ainda legitimada pela Resolução COFEN nº 159/93 que assegura em todos os níveis de assistência à saúde, seja uma instituição pública ou privada, a consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na assistência de Enfermagem. (DIOGENES; REZENDE; PASSOS, 2001, p. 18).

As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia. A detecção precoce do câncer de mama se dá, também, através do auto-exame das mamas.

O rastreamento da população normal inclui, idealmente, a mamografia e o exame clínico, entretanto, na vasta maioria dos países isto não é praticável. Até que estratégias menos dispendiosas sejam desenvolvidas, o profissional da saúde, além de ser responsável por um rigoroso exame físico, deve incentivar e ensinar técnicas de auto-exame para as mulheres de todas as classes sociais. (DUNCAN; GIUGLIANE; SCHMIDT, 1996, p. 228).

O auto-exame das mamas é um método de diagnóstico em que a própria mulher assume a responsabilidade no cuidado com a sua saúde.

Este procedimento simples permite a descoberta de nódulos ainda pequenos que implicam em investigação médica e que, caso apresente malignidade, com uma intervenção precoce, relacionam-se a bons índices de cura (CEARÁ, 2002, p. 79).

A morbidade e a mortalidade do câncer mamário podem ser reduzidas significativamente pelo diagnóstico precoce por meio do aconselhamento da paciente, instruções para o auto-exame da mama, palpação regular da mama por ocasião de consultas cirúrgicas ou clínicas e triagem de grupos de risco elevado pela mamografia e/ou técnicas de diagnóstico precoce. O tipo e a freqüência desses exames dependerá de fatores de risco e dos achados em cada mulher. (MACKAY, 1985, p. 112).

Infelizmente, nem todas as mulheres estão descobrindo o câncer de mama em sua fase inicial podendo ocasionar a perda da mama ou lesões maiores. O desconhecimento sobre esta patologia faz com que muitas mulheres ignorem a importância da ida aos serviços de prevenção do câncer bem como adotem ou não medidas de controle.

O profissional de saúde, inclusive o enfermeiro, deve estar capacitado para prestar uma assistência adequada à mulher e orientá-la sobre a prevenção do câncer. O enfermeiro exerce o papel de educador em saúde, ao exercer atividades educativas junto com as mulheres.

Sendo o profissional enfermeiro um educador em saúde é de fundamental importância que esteja preparado para atuar no combate contra o câncer, prevenindo e detectando precocemente o câncer de mama entre as mulheres.

Os órgãos responsáveis pela saúde no país devem oferecer informações continuadas a respeito das principais patologias que acometem a população, entre elas, o câncer de mama. As mulheres devem estar atentas para os sinais e sintomas da doença e procurar os serviços de saúde quando necessário, pois estes devem oferecer condições de diagnóstico e tratamento.

Espera-se que os profissionais da saúde como também de outras áreas, possam compreender a importância de uma assistência adequada e de qualidade à saúde da mulher e que a partir dos fatores de risco e detecção precoce do câncer de mama, a atuação do profissional da saúde se torne mais direcionada e poderá resultar em diminuição da mortalidade feminina por essa neoplasia maligna.



 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

 

BRASIL (consolidado). Estimativas de incidência e mortalidade por câncer no Brasil – 2010; INCA, Disponível em: http//www.inca.gov.br/estimativa/2010/índex.asp?link=tabelaestados.asp&UF=BR. Acesso em: 27 Mar 2010.

 

CEARÁ, Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Saúde reprodutiva e sexual: um manual para a atenção primária e secundária (nível ambulatorial). Fortaleza: SESA, 2002.

 

DIÓGENES, Maria Albertina Rocha; REZENDE, Mônica Dantas Sampaio; PASSOS, Najla Maria Gurgel. Prevenção do Câncer: atuação do enfermeiro na consulta ginecológica – aspectos éticos e legais da profissão. 2.ed. Fortaleza: Pouchain Ramos, 2001.

 

DUNCAN, Bruce B.; SCHMIDT, Maria Inês; GIUGLIANE, Elsa R. J. Medicina ambulatorial: condutas clínicas em atenção primária. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 1996.

 

MACKAY, Eric V. et al. Biblioteca da medicina: tratado de Ginecologia ilustrado. Rio de Janeiro: Discos CBS, 1985.