A atuação do Conselho Escolar  na valorização e  integração do saber do estudante e do patrimônio cultural da comunidade na prática na prática educativa

 

Joquebede Santos de Jesus*

 

Na busca pela melhoria da qualidade da educação é preciso fincar-se no princípio que  é papel da escola ofertar  uma educação  em que o ato pedagógico se paute na emancipação  do indivíduo. Para este fim, é fundamental que a escola dê meios que o estudante usufrua conscientemente os bens culturais e contribua para transformação da sociedade.

 

Destarte, se torna vocativo que a gestão escolar seja coerente com esses objetivos. Assim o Conselho escolar como espaço de decisões coletivas é o órgão privilegiado para garantir a valorização e a integração do saber do estudante e do patrimônio cultural da comunidade na prática educativa escolar,isso significa criar oportunidades para que os sujeitos da escola – alunos, decidam, pensem, tornem-se livres e responsáveis, autônomos, emancipados.

 

Conforme  Libâneo (1998, p.39) “a valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática”.   Neste ensejo, a escola com a vigilância e apoio responsáveis do Conselho escolar é um dos espaços e uma das instituições sociais em que podem ser criadas as situações de aprendizagem emancipadora rompendo com a pedagogia da exclusão. 

 

Segundo o Caderno 3- Conselho escolar e o respeito e a Valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade (2004, p.37) a escola deve mediar o encontro dos saberes diferentes: o saber erudito, científico com o saber do estudante e de sua comunidade. Assim, o conhecimento começa na comunidade, e a escola deve privilegiar esse saber, do que a criança já sabe para o que ela precisa saber.

 

Para isso, não há como distanciar o saber do estudante elaborado no meio social que ele habita do conhecimento sistematizado produzido pela escola. Deste modo:

 

[...]  quando se fala em educação para a formação do cidadão, é esse pressuposto que deve estar por trás: o de que, como condição para elevar-se a um nível humano de liberdade, diferenciando-se da mera necessidade natural, o indivíduo precisa “atualizar-se”historicamente pela apropriação de um mínimo do saber alcançado pela sociedade da qual faz parte. (PARO, 2007, p.12)

 

              Partindo desse pressuposto é relevante que o Conselho Escolar atue nas  seguintes perspectivas descritas abaixo para a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade:

 

  • Ø  Acompanhar, avaliar e apoiar o compromisso da escola com o saber e a cultura do estudante e da comunidade.
  • Ø  Proporcionar o encontro de saberes ampliando plenamente a aprendizagem dos estudantes.
  • Ø  Vigilância crítica, acompanhamento e apoio a presença do saber e da cultura do estudante no processo didático – pedagógico da escola.
  • Ø  Criar condições para que o respeito e o cultivo da diferença tenham foco no ato pedagógico da escola,
  • Ø  Contribuir para emancipação das pessoas por estar atentos nas ações que reforçam  ou mantém as injustiças e as desigualdades sociais.
  • Ø  No coletivo auxiliar a integração no currículo o patrimônio cultural da comunidade.
  • Ø  Trazer os pais para o convívio da escola, buscando formas de conseguir a adesão da família que tem a tarefa de levar o educando a desenvolver atitudes positivas e duradouras com relação ao aprender e ao estudar.
  • Ø  Incorporar no Projeto Político Pedagógico, os projetos da comunidade para a preservação do seu valor cultural.

 

Portanto, o Conselho Escolar é realmente um espaço que viabiliza a democratização, se esse tiver na sua prática a autêntica autonomia e seus membros juntamente com todo o segmento da escola se debruçarem  para que a escola cumpra sua função na formação de pessoas, e pela construção coletiva, solidária e co-responsável do respeito e valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de educação Básica.Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade caderno 3(Programa de Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares)– Brasília: MEC, SEB,2004.

 

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública- A pedagogia crítico-social dos conteúdos. 15. Ed. São Paulo: Loyola, 1998.

 

PARO, Vitor Henrique. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007 a.