Atividade Agropecuária No Brasil

Por Carlos Barbosa dos Santos

Apesar da agropecuária está sendo o setor que mais cresce ultimamente, ainda passar por dificuldades, algumas delas são elencadas por Castro (2014, p. 15), que destaca: “Vários fatores são frequentemente apontados como potenciais entraves a esse desenvolvimento, entre eles, questões ambientais, deficiência logística, atraso tecnológico, falta de crédito e falta de assistência técnica”. (Castro, 2014, p. 15).

No que tange os aspectos da questão ambiental, algumas limitações são impostas, por exemplo a má distribuição hídrica, áreas de vegetação nativas que fazem fronteira com as áreas produtivas não podem ser exploradas, no caso da Floresta amazônica, entre outras. A deficiência logística, dificulta o fluxo de emissão e recepção dos produtos agrícolas produzidos, isso devido a péssima pavimentação das rodovias brasileiras, o que gera um atrasa da entrega e com gastos maiores. O atraso tecnológico é devido à dificuldade da ligação com a indústria, responsável pelo fornecimento de materiais tecnológicos necessários a produção, o que resulta em uma produção tradicional e rústica em proporções menores. No que diz respeito as linhas de créditos, nem todos os agricultores são beneficiados, pois esses investimentos são muitas vezes lançados aos grandes agricultores, com a agricultura de agrobussiness que geram competitividade entre as agroindústrias. A assistência técnica, muitas vezes não é adotada, esta que vai mediar o acompanhamento necessário, para os solos que produzem determinada cultura, manejo do solo, tempo determinado para plantação, acompanhamento veterinário para os animais e agrônomo para as plantações e solo, entre outros. Apesar desses desafios, o setor agropecuário mantem competitividade e escala global, sem causar tantos danos ambientais.

O Brasil passou a ter um forte crescimento no campo em virtude das atividades desenvolvidas no setor agropecuário, atividade produtiva que mais cresceu ultimamente, ultrapassando os respectivos setores da indústria e dos serviços. O principal fator determinante dessa ascensão foi a intensa atuação da Parceria Público Privada que incentivam as pesquisas em laboratório nas Universidades. Um órgão público de grande repercussão em termos de desenvolvimento do solo, plantas e animais é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que segundo Castro (2014, p. 8) destaca sua importância, tendo em vista:

“O desenvolvimento de atividades agropecuárias pode ser creditada, entre outros fatores, ao intenso e bem-sucedido trabalho das instituições de pesquisa públicas para desenvolver novas tecnologias adaptadas às condições edafoclimáticas regionais. Instituições como, por exemplo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criada em 1974, foram eficientes em desenvolver variedades vegetais adaptadas às condições de clima e solo regionais, especificamente ao clima mais seco do que o existente nas regiões Sul e Sudeste e solos de baixa fertilidade natural.” (Castro, 2014, p. 8). Com o trabalho da Embrapa, tendo a ciência como pano de fundo para o desenvolvimento dos solos, das plantas e dos animais, o campo tornou-se mais produtivo. Na década de 1960, a cultura da soja era limitada somente ao extremo da Região Sul do Brasil, mas com a implementação das tecnologias no campo, foi possível realizar melhoramento genético na planta e assim desbravar novas fronteiras agrícolas, tendo em vista a expansão para a Região central e tropical, pois o Bioma Cerrado localizado na Região central, os solos eram considerados improdutivos, no entanto, devido as pesquisas que auxiliou tanto na adaptação das plantas, como na fertilização do solo, foi possível torna-lo produtivo, na pecuária, o melhoramento genético possibilitou o desenvolvimento das pastagens e animais que adquirem peso mais rápido, tendo em vista a questão da sustentabilidade ambiental. O campo passou a ser multiuso, ou seja, utilizado para diversos fins, em virtude da produção continua, o campo que tinha uso limitado a pecuário, passou a adotar tanto esta, como a agricultura e o desenvolvimento de florestas, com isso a pastagem ganhou mais qualidade devido a fertilização por meio dos resíduos deixados pela agricultura e a sombra produzida pelas florestas passou a garantir a tranquilidade animal. Voltando a questão da soja, com essa evolução, esta cultura passou a ser praticada com mais intensidade, em outras áreas do país e ultimamente o Brasil é considerado o 2º maior produtor de soja mundial. A política agrícola, passou a ser responsável por gerenciar ferramentas tecnológicas para indicar o melhor período para plantar, como o lançamento do seguro safra, além de facilitar linhas de crédito. A atuação das pesquisas desenvolvidas na Universidade, como também a Parceria Público Privada, estão sendo determinantes para o aumento da produção agrícola regional, em virtude da geração de oportunidades, possibilitando o desenvolvimento social e diminuindo as disparidades regionais.

Referências

SENA, Jessé de Andrade. Geografia Agrária. Recife: Capes, 2012, pp. 77 – 87.

CASTRO, Luciano Thomé e; NEVES, Marcos Fava; NAKATANI, Julio Kyosen. Modelos organizacionais para parcerias público-privadas na irrigação pública no Brasil. R.Adm., São Paulo, v.48, n.2, p.268-280, abr./maio/jun. 2013.

CASTRO, César Nunes de. A Agropecuária na Região Centro-Oeste: Limitações ao Desenvolvimento e Desafios Futuros. Rio de Janeiro: IPEA, Janeiro de 2014, pp. 1 – 46.

 http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/05/brasil-tem-maior-produtividade-no-campo.html