Giovanna Paula Pessoa Gama de Sá
Talita Barbosa Ramos

1. INTRODUÇÃO

Na formação histórica do homem pode se constatar que ele se fundamentou no conhecimento para conquistar espaços nunca esperados, e sem dúvida a escola fez e continua fazendo parte dessa formação, por ser ela fonte transmissora deste conhecimento. A educação como um todo participa do processo de desenvolvimento do indivíduo, desde o Ensino Básico a Educação Superior. Sendo este último quesito o tema do nosso artigo.
No decorrer desta pesquisa poderão ser constatados alguns pontos de análise em relação à gestão de uma IES. Qual a compreensão da educação e qual o papel do docente e do gestor na administração e na qualidade do ensino da IES.
A pesquisa como principio educativo será um outro ponto a ser ressaltado neste artigo, onde será mostrada a importância da utilização da pesquisa como principio de investigação deste processo e de aprofundamento do conhecimento intelectual.

2. O PROFESSOR E A SUA CONTRIBUIÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO NA GESTÃO DE UMA IES

Para melhor compreender a participação do professor no desenvolvimento de uma IES, primeiro conceituaremos educação e em seguida a contribuição do professor na edificação do conhecimento e a sua influência administrativa dentro da IES.
Muitas vezes limitamos o processo de educação apenas ao período escolar. Porém não seria este o pensamento correto por ser a educação o processo em que o homem vai amadurecer em conhecimento integral, não se diz respeito a uma simples etapa da vida e sim a uma dinâmica vivida durante a existência do homem.
Nesta experiência a participação do professor torna-se fundamental, por ser ele parte desta construção na vida do homem. Sem querer minimizar a participação da academia, pelo contrario, junto com toda a comunidade escolar esta etapa de vida é materializada na história do ser humano.
O Ensino Superior tornou-se uma proposta pedagógica, fundamentada na formação humana e é firmada em princípios e valores que estimam o homem.

2.1 PROTÓTIPO DE UMA GESTÃO

O termo gestão significa trazer em si, produzir, sendo assim, reger uma instituição requer não apenas administrar e sim produzir novas ideias para um desenvolvimento favorável a vida social. Essa nova proposta sugeriu um sistema de parceria entre o docente o discente e a instituição, em que ambos irão desenvolver uma participação unânime na administração da IES.

"Gestão educacional corresponde ao processo de gerir a dinâmica do sistema de ensino como um todo e do sistema de coordenação das escolas em especifico, estando afinado com as diretrizes e as políticas educacionais e os projetos pedagógicos das escolas, bem como compromissado com princípios da democracia e com métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada conjunta de decisões e efetivação de resultados), com auto controle (acompanhamento e avaliação com retorno de informações) e com transparência (demonstração publica de seus processos e resultados)".( SABBAG, Maria Amélia; ACCIOLY, Maria Lúcia, 2008, p. 18)


No momento que existe uma coletividade a qualidade da IES torna-se global, devido ao intercâmbio entre os componentes que contribuem com o seu funcionamento. Esta capacidade de diagnosticar, propor soluções, ter a capacidade de criar novas técnicas que possibilitem a administração promover ganhos a todos os que integram a universidade, algo que acaba se refletindo em todo o sistema educacional.

2.2 GESTÃO DE QUALIDADE DENTRO DA IES

Para que haja uma gestão de qualidade na educação, como deve ser priorizado por todos os envolvidos, com o Sistema de Educação, direta ou indiretamente, necessita-se de uma articulação entre os órgãos gestores que estejam, efetivamente, interessados na melhoria contínua dos processos, partindo do princípio da qualidade da administração das IES.
Para que esta melhoria ocorra, deve-se ter em mente o desafio de construir e reconstruir técnicas que possam se adaptar, aos contextos sociais, culturais dos momentos históricos, sempre atendendo às diretrizes e políticas fundamentadas no planejamento estratégico.
De acordo com Ribeiro, Costa Neto e Oliveira apud Libâneo (2008), todo sistema de gestão de qualidade é considerado como um grupo de atividades coordenadas, sendo o mesmo, usado para conduzir e controlar uma instituição em cima de seu próprio planejamento estratégico. O controle tem que ser visto pela gestão, como uma ação de melhoria dos processos, deixando de lado a fantasia ditatorial de professar o que está definido no planejamento sem que nada possa ser modificado.
É justamente neste momento que entra a importância do professor ao direcionar os trabalhos estratégicos, repensando novas ações a serem tomadas, visando sempre à qualidade educacional desejada. Neste processo todos precisam estar atentos às transformações que ocorrem na sociedade. A gestão das IES ganhou um instrumento, como grande aliado para direcionar o desenvolvimento institucional, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que apesar de não ser explicitado nos textos da LDB atual, como sendo um norteador do planejamento das IES, pode-se dizer que o mesmo é, sim, um instrumento avaliativo institucional do Ensino Superior, pelo fato de ficar subentendido, como dizem Zainko e Pinto (2008, p. 38):

"... o planejamento e a avaliação são integrantes de um mesmo processo".


3. A GESTÃO DEMOCRÁTICA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Desde a promulgação da Lei nº 9.394/1996, que constituiu as Diretrizes e Bases da Educação (LDB), foram consolidadas as regras básicas desse segmento no Brasil. O ensino superior avançou como um todo, principalmente, no que diz respeito ao desenvolvimento e ampliação com qualidade na oferta do Ensino Superior, no país.
O artigo 12 da LDB é um dos quesitos que merece destaque, por propiciar a Universidade autonomia para desenvolver e articular os processos pedagógicos e institucionais. E essa autonomia pode ser mencionada, de forma indireta, quando a própria LDB delega aos estabelecimentos de ensino, conforme os pontos em destaque:
I ? Elaborar e executar a sua proposta pedagógica;
II ? administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III ? [...]
IV ? velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V ? [...]
VI ? articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola [...].

Esta promulgação deixa claro que a instituição superior tem o respaldo de assumir a gestão educacional de forma coesa, onde todos podem participar democraticamente. Segundo Zainko e Pinto (2008), gestão democrática, deve ser encarada com espírito de equipe, para que haja um processo de desenvolvimento institucional bem-sucedido, mesmo que tenham as contradições interpostas, a fim de promover mudanças e transformações dentro das IES.

3.1 A FUNÇÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC)

No art. 56, da legislação educacional, no caput referente à Educação em Nível Superior, quando se refere às instituições públicas de Ensino Superior, diz que, essas deverão corresponder, também, ao princípio da gestão democrática, no entanto, devem certificar a participação dos órgãos colegiados deliberativos, sendo representado pelos segmentos da instituição, local e regional.
A criação do CPA, Comissão Própria de Avaliação, foi instituída pelo MEC, em 14 de abril de 2004, Lei nº 10.861, por intermédio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Tal comissão foi criada para colaborar no desenvolvimento das IES, através da sua gestão democrática, e serve, para manter um controle avaliativo da qualidade, e se porventura se detectarem falhas nas estratégias, novos planejamentos são feitos para orientar melhor a direção e a educação, que é o principal objetivo do MEC.
A sua importância está baseada na coordenação dos processos de avaliação da instituição educacional. Sendo peça chave no controle de qualidade de um PDI.

3.2 O CONCEITO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL ? PDI

O termo planejar se refere ao produto, planejado, esquematizado, organizado em forma de documento. Esse planejar, referindo-se ao PDI, é justamente editar um registro, onde serão documentadas as decisões tomadas no processo de planejamento e os métodos para colocá-las em prática.
Vale salientar que no momento de preparar o PDI, deverá ser levando em conta o contexto sócio-cultural da instituição e que se espera atingir com os novos planos. Este plano de desenvolvimento da instituição é elaborado para ser usado em um dado período de tempo.
Sendo assim, vamos a conceituação de fato do PDI:
? A sigla PDI quer dizer: Plano de Desenvolvimento Institucional;
? É um documento que define a IES;
? Reflete a ponto de vista do planejamento adotado pela IES e articula-se ao PPI (Projeto Político Pedagógico);

A elaboração do PDI é feita pela corporação formadora da institucional, por ter ela o conhecimento do contexto vivido pela instituição. Os professores, os alunos, funcionários e os representantes da comunidade externa que integram a instituição são aptos para planejar a melhoria da IES. Como compreendem a doutora Maria Amélia e a pedagoga Maria Lúcia: "Mas do que uma ferramenta burocrática para fins de cumprimento de exigências externas, o PDI deve ser entendido como um roteiro para o efetivo desenvolvimento da IES". Zainko e Pinto (2008),

4. O PAPEL DA PESQUISA EM UMA IES

Pesquisar é aprender buscando maneiras de solucionar problemas que contribuam para o bom desenvolvimento da educação, da economia e do mundo em geral. A função de qualquer pesquisa é de observar, analisar para logo após, ter uma visão mais ampla, mais aprimorada, e mais definida para poder tirar conclusões. Baseado nas conclusões pode-se tomar decisões desde que a mesma traga benefícios a sociedade.
O maior problema de hoje é que a pesquisa ficou esquecida, com o advento da tecnologia, se confunde copiar e colar com pesquisar. O objetivo principal da pesquisa é de elevação do conhecimento. As atividades de informação ligadas a pesquisa, assim como outras atividades humanas do mundo atual, foram afetadas pelo ingresso do computador na vida moderna, nas atividades de informação, e a informática veio dinamizar essa busca.
Na Internet existe um mundo de informações, que se não forem bem usadas, questionadas e investigadas serão meras reproduções, enquanto os que realmente pesquisarem serão grandes pessoas.

4.1 O USO DA PESQUISA NAS UNIVERSIDADES

A teoria do conhecimento da educação e a pesquisa universitária têm fundamentos na lógica cientifica e social moderna. Ela, portanto, possui, os elementos históricos que deram sustentabilidade ao projeto da sociabilidade moderna, científica e filosófica.
A pesquisa resulta da necessidade de pensar o ensino e a formação universitária, articulados a um projeto social onde se ressalta, nesse contexto, uma formação dirigida na capacidade crítica de compreender e interceder na realidade social diante de uma postura, na qual se conjugam as capacidades de pesquisa, de diálogo e intervenção reconstrutiva.

"Aprender a pesquisar é buscar a compreensão da lógica do conhecimento e de sua relação com as necessidades históricas, identificando seus problemas e criando formas de solucioná-los em âmbito teórico-prático, não pode ser apenas tarefa dos professores, mas também dos educandos/cidadãos/profissionais da sociedade Contemporânea". (PITHAN, Silva; GREZZANA, José Francisco, 2009, p. 16).

A universidade tem a capacidade de criar um campo para assumir a pesquisa como princípio educativo na Educação Superior, e produzir novos conhecimentos, capazes de criticar os preceitos e crenças, que prendem a humanidade e impedem a sua evolução.

4.2 OS NOVOS RUMOS DA PESQUISA NAS IES

Quando pensamos em gestão democrática, temos a ideia de algo aberto onde todos possam participar: professores, alunos, funcionários e a sociedade civil, e é isso que a legislação educacional pretende com sua colocação sobre o assunto, mesmo deixando claro o critério de autonomia das IES.
Atualmente, a IES inclui novas maneiras de transmitir conhecimento, inclusive ao utilizar de forma mais abrangente a pesquisa, que sempre foi uma ferramenta importante para o desenvolvimento humano. Através dela temos a chance de descobrir e de criar, sem eliminar os demais sistemas e sim mantendo o que cada um tem de melhor.


"Ao pensar o processo da pesquisa em sala de aula é fundamental a construção de um grupo de categorias de análise do objetivo a ser estudado. Podemos nos apropriar das categorias utilizadas por Kuenzer e Kosid, que ressalta, ao valer-se de Kosik, que não se pode elidir a necessidade de um procedimento metodológico rigoroso, científico, que conduza á investigação, á produção do conhecimento objetivo e que permita avançar, para além das aparências fenomênicas, na progressiva e histórica compreensão da realidade". (PITHAN, Silva; GREZZANA, José Francisco, 2009, p. 72)



5. CONCLUSÃO

O Ensino Superior passou por transformações e buscou evoluir no processo educacional. O pensar conjunto do professor e do aluno foi aceito, o professor passou a considerar-se parte integrante do meio e o aluno por sua vez, tornou-se um cidadão participativo, critico e reflexivo.
Contudo, é notório perceber que a educação tem que avançar e muito. Sem querer desfazer do novo. As novas medidas de se administrar uma instituição são cabíveis e louváveis, onde o professor, o aluno e a instituição defendem um mesmo interesse, uma administração de qualidade. Mas, o desafio de entender as partes indissociáveis de um sistema educacional continua.
Uma instituição pedagógica em que as partes se encontram interagidas, a tendência é de sempre atingir níveis qualidade, consequentemente os desafios são superados e os paradigmas são desfeitos.
A direção tomada pela educação é a melhor, sendo apenas o primeiro passo, muitas medidas ainda tem que ser tomadas. As IES devem engajar-se ativamente na construção das diretrizes curriculares, dando ajuda total aos professores para que os mesmos se sintam apoiados em suas atividades pedagógicas, esta figura de um professor que contribui com uma historia alienante deve ser transformada em um professor que conduz o aluno a investigar e criticar fatos que lhe são apresentados.



6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBA, Clarides Henrich. Orientações básicas na elaboração do artigo científico. Disponível em: <http://www.unir.br/html/pesquisa/Pibic/Elaboracao %20de%20Artigo%20Cientifico2006.doc>. Acesso em: 13 abr. 2009.

FARIA, Ana Cristina de; CUNHA, Ivan da; FELIPE, Yone Xavier. Manual prático para elaboração de monografias. Trabalhos de conclusão de curso, dissertação e teses. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

FREITAS, Alexandra. Aprender a ensinar. Revista você em pauta. Salvador: Venture, nº 93, 2009. p. 2, ano 8.

ROUANET, Sérgio P. Mal-estar na modernidade: ensaios. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

RIBEIRO, Evandro Luiz; COSTA NETO, Pedro L. de Oliveira; OLIVEIRA, José A. de. O papel da gestão da qualidade nas instituições de ensino superior ? IES. Disponível em <http://www.facef.br/quartocbs/artigos/G/G_164.pdf>. Acesso em 02 abr. 2009.

SILVA, Sidinei Pithan da; GREZZANA, José Francisco. Pesquisa como princípio educativo. Curitiba: Ibpex, 2009.

ZAINKO, Maria Amélia S.; PINTO, Maria Lúcia A. Teixeira. Gestão da instituição de ensino e ação docente. Curitiba: Ibpex, 2008.