A Assistencia Prestada ao Recém-nascido e as Atribuições da equipe de enfermagem em relação á Atendimento Imediato
Publicado em 17 de agosto de 2011 por cleonice aguida
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARRIGA VERDE - UNIBAVE
ENFERMAGEM
CLEONICE DE FÁTIMA DE ÀGUIDA
A ASSISTÊNCIA PRESTADA AO RECÉM-NASCIDO E AS
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO AO
ATENDIMENTO IMEDIATO
ORLEANS
2009
CLEONICE DE FÁTIMA DE ÁGUIDA
A ASSISTÊNCIA PRESTADA AO RECÉM-NASCIDO E AS
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO AO
ATENDIMENTO IMEDIATO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
enfermagem pelo Centro Universitário
Barriga Verde ? UNIBAVE.
Orientadora: Ranúsia Adélia Talamini
Garcia
ORLEANS
2009
CLEONICE DE FÁTIMA DE ÀGUIDA
A ASSISTÊNCIA PRESTADA AO RECÉM-NASCIDO E AS
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO AO
ATENDIMENTO IMEDIATO
TCC apresentado, avaliado e aprovado no dia .... de Dezembro de 2009; como
requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem do Centro
Universitário Barriga Verde - UNIBAVE, pela banca examinadora constituída pelos
professores:
Orleans, ___ de Dezembro de 2009.
_____________________________________
Profª. e Orientadora Ranúsia Adélia Talamini Garcia; Enfermeira.
Centro Universitário Barriga Verde - UNIBAVE
_____________________________________
Profª. Cleonice Maria Michelon; Farmacêutica ? Bioquímica.
Centro Universitário Barriga Verde ? UNIBAVE
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
_____________________________________
Profª. Valdete Meurer Kuehlkamp; Enfermeira.
Centro Universitário Barriga Verde - UNIBAVE
Dedico este Trabalho de Conclusão
de Curso para toda minha família, em
especial meus pais, amigos e colegas
de trabalho que me acompanharam
nessa trajetória; e aos professores
que contribuíram em minha formação.
AGRADECIMENTOS
Ao alcance de mais um objetivo, observamos que mais uma vez, pudemos
contar com pessoas especiais e forças superiores que nos ajudaram chegar até
aqui.
Agradeço em especial:
À Deus, por me abençoar, me proteger e me mostrar qual o caminho, sempre
que precisei; e mesmo nas horas de correria, nas quais muitas vezes, esqueci que
ele existia, ele permaneceu ao meu lado, me ajudando e me iluminando.
Aos meus pais Manoel Nascimento de Àguida e Eunice Bernardino de
Àguida, por me amarem, educarem, ajudarem... e estarem ao meu lado sempre. À
vocês, eu devo toda Minha Alegria!!!!
Aos meus irmãos João, Laurides, Antonio Carlos, Manoel Neri, Alzira e Lila;
bem como seus familiares; que contribuíram com amor, carinho e compreensão em
todos os momentos. À Vocês, O Meu Muito Obrigado!
Ao meu namorado Maicom, por me compreender e me dar seu ombro amigo,
todas as vezes que tive medo de desistir.
As minhas colegas acadêmicas, cujas quais criamos maior afetividade, e uma
amizade maravilhosa, que nos manteve sempre unidas. Especialmente, Eliane da
Silva Celso e Renata Elias que mantiveram-se sempre presentes.
À todos os meus amigos, que moram em meu coração; Obrigado pela
amizade e apoio.
Agradeço minha colega de trabalho e amiga, Ana Teresinha Velho, que meu
deu grande suporte na elaboração de meus trabalhos acadêmicos, e em tudo que
precisei.
Obrigado a minha amiga e Pedagoga Rosane de Aguiar Dias, pela
contribuição na elaboração desse trabalho.
Meus empregadores Alexandre Piccinini e Cleonice Maria Michelon, que me
apoiaram, e me disponibilizaram sempre que preciso, para que eu pudesse realizar
meus estágios.
À minha orientadora, Profª Ranúsia Adélia Talamini Garcia e meu professor
José Otávio Feltrin, que me orientaram e me incentivaram, com ética e competência,
me ajudando a desenvolver com entusiasmo este importante estudo.
À enfermeira Gabriela Fernandes, e ao Administrador Cristiano Hilbert
Brighent, que abriram espaço para a realização da prática deste estudo, me
proporcionando oportunidades para aprender e aperfeiçoar meus conhecimentos
científicos. Carinhosamente, agradeço a toda a equipe do Hospital Municipal, pela
colaboração e receptividade.
Agradeço a Instituição de ensino, UNIBAVE, por nos dar esta oportunidade.
À banca examinadora pela participação e contribuição.
Somos seres imperfeitos a caminho da
perfeição. Não sabemos o que nos
espera, nem o que esperamos de outrem.
Porém mais vale fazer, mesmo errando, a
nada fazer pelo medo de errar. (Autor
desconhecido).
RESUMO
Este estudo apresenta como tema: A Assistência Prestada ao Recém-Nascido e as
Atribuições da Equipe de Enfermagem, em relação ao Atendimento Imediato. A
assistência de enfermagem adequada proporciona o desenvolvimento saudável do
recém-nascido; a enfermeira é a responsável por qualificar a assistência ao
paciente, analisando os resultados do processo. Sendo assim observamos como é
realizada a assistência de enfermagem ao recém-nascido, no setor de Obstetrícia do
hospital pesquisado. Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar a
assistência de Enfermagem prestada ao RN, no período de outubro à dezembro.
Observamos a assistência prestada ao RN, pela equipe de Enfermagem e a atuação
do Enfermeiro no setor de Obstetrícia. De acordo com o que analisamos, criamos
um protocolo de assistência, baseado na teoria de Wanda de Aguiar Horta. Para
tanto, a pesquisa aplicada foi a pesquisa-ação, uma pesquisa qualitativa, que usa
como técnica, a observação assistemática, de uma população de 06 técnicos de
enfermagem, 03 enfermeiras, e 05 partos cesarianas, realizados no hospital geral de
pequeno porte da região pertencente à Associação dos Municípios da Região
Carbonífera de Santa Catarina. A análise dos dados foi efetuada pelo processo que
compreende observação e análise final dos resultados. Evidenciou-se através do
estudo, que, apesar da assistência precisar de melhoras, ocorre de forma bastante
eficiente, possibilitando ao RN boa adaptação ao meio extra-uterino. Faz-se
necessário, no entanto, a atuação do enfermeiro no setor para qualificar o
atendimento. O cumprimento do protocolo por nós elaborado e sugerido tem como
principal finalidade, aprimorar a assistência de enfermagem prestada.
Palavras ? chave: Recém?Nascido. Assistência. Enfermeira. Ética. Atribuições de
Enfermagem.
ABSTRACT
This study has as its theme: The nursing care provided to the Newborn and the
Mission of the Nursing Team in relation to the Urgency. Nursing care adequately
provides the healthy development of newborn, the nurse is responsible for classifying
patient care by analyzing the results of the process. Thus we see how as performed
in the nursing care of newborn, the sector of obstetrics at the hospital studied. This
study aimed to assess the nursing care provided to newborns; through the search,
conducted between october and december, we noted the assistance provided to
infants, the nursing team and the performance of the nurse in the field of obstetrics.
According to what we analyze, we create a protocol of care, based on the Theory of
Wanda de Aguiar Horta. Therefore, applied research was action research, a
qualitative research, that uses a technique, the systematic observation, of a
population of 06 nursing technicians, 01 nurses, and 05 cesarean sections performed
in the general hospital in the small region belonging to the Association of Municipal
Districts of the Carboniferous Region of Santa Catarina. Data analysis was
performed by the process that includes observation and analysis of final results. It
was evident through the study, which, despite the assistance need improvement,
occurs very efficiently, enabling the newborn good adaptation to the intrauterine. It is
necessary, however, nurses' actions of sector for qualify the service. Compliance
with the protocol we developed and suggested the main objective is improve nursing
care offered.
.Keywords: Newborn. Assistance. Nurse. Ethics. Assignments Nursing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1: Berço Aquecido...........................................................................................36
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Método de Apgar .............................................................................................24
Tabela 2: Cálculo da idade gestacional/método de capurro.........................................26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIG ? Adequado para Idade Gestacional
AMREC ? Associação dos Municípios da Região Carbonífera
APGAR ? A = Aparência e Coloração da Pele / P = Pulso, Freqüência Cardíaca / G
= Grimace (Careta), Irritabilidade Reflexa (choro e espirros) / A = Atividade, Tônus
Muscular / R = Respiração
BPM = Batimentos por Minuto
CME = Centro de Materiais Esterilizados
CEP ? Comitê de Ética em Pesquisa
CC = Centro Cirúrgico
CO ? Centro Obstétrico
COFEN ? Conselho Federal de Enfermagem
COREN ? Conselho Regional de Enfermagem
CME ? Centro de Material Esterilizado
DN = Declaração de Nascido Vivo
IM = Intra ? Muscular
MPM = Movimentos por Minuto
FC ? Freqüência Cardíaca
FR ? Freqüência Respiratória
GIG ? Grande para Idade Gestacional.
TAX ? Temperatura Axilar
TOT = Tubo Orotraqueal
PA = Perímetro Abdominal
PE ? Processo de Enfermagem
PC = Perímetro Cefálico
PT = Perímetro Torácico
PIG ? Pequeno para Idade Gestacional
RN ? Recém-Nascido
SAE ? Sistematização da Assistência de Enfermagem
SC = Santa Catarina
SNG = Sonda Nasogástrica
SN = Se necessário
UCR ? Unidade de Calor Radiante
MS/GM = Ministério da Saúde / Gabinete do Ministro
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 15
CAPÍTULO l ? FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA 18
1.1 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 18
1.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 19
1.3 ASPECTOS ÉTICOS DE ENFERMAGEM 21
1.4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO 23
1.4.1 História da neonatologia 23
1.4.2 Características do recém-nascido 25
1.4.2.1 Escala de Apgar 26
1.4.3 Classificação do recém-nascido 27
1.4.3.1 Cálculo da idade gestacional/método de capurro 27
1.4.4 Centro obstétrico 29
1.5 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO (A) NA ASSISTÊNCIA AO RN 31
1.5.1 Atribuições da equipe de enfermagem 31
1.5.1.1 Assistência de enfermagem imediata ao recém-nascido 32
1.5.2 A humanização no atendimento 34
CAPÍTULO ll - DELIMITAÇÕES METODOLÓGICAS 37
2.1. MÉTODO DE ABORDAGEM E PESQUISA 37
2.2. TÉCNICAS DE PESQUISA 38
2.3. CONTEXTO DE PESQUISA 41
2.4. PROCEDIMENTOS DE PESQUISA 41
2.5. POPULAÇÃO E AMOSTRA 41
2.6. COLETA DE DADOS 42
2.7. ANÁLISE DE DADOS 43
2.8. ASPECTOS ÉTICOS 43
CAPÍTULO lll ? ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 45
3.1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RN 45
3.2. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 47
3.3. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RN 47
3.4. PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA AO RN 49
CONSIDERAÇÕES FINAIS 51
REFERÊNCIAS 54
ANEXOS 57
ANEXO 1 58
15
INTRODUÇÃO
De acordo com dados do IBGE (2004), a população catarinense está vivendo
mais. Os indicadores de esperança de vida ao nascer e da taxa de mortalidade
infantil confirmam esse progresso. De um modo geral, esses índices permitem
avaliar as condições de vida e o estado de saúde do Estado e do País.
Alguns dos fatores que estão contribuindo para a queda da mortalidade
infantil são as melhorias através da implantação de programas às gestantes e mães,
e a assistência de enfermagem prestada nos primeiros minutos de vida do recém-nascido.
A Assistência de Enfermagem adequada proporciona o desenvolvimento
saudável ao RN; sendo ele um ser humano frágil e incapaz de relatar suas
necessidades humanas básicas.
Os primeiros cuidados prestados ao neonato são fundamentais na promoção
do desenvolvimento saudável do mesmo. "A Anamnese em Pediatria é de suma
importância. Apresenta características particulares para cada faixa etária, o que a
torna diferente daquela realizada no indivíduo adulto. Geralmente a sintomatologia é
subjetiva [...]". (BARBOSA, 1995, p.19).
Por precisar de atendimento especifico, o aprimoramento na assistência
através da atuação do (a) enfermeiro (a) é o ponto chave, pois o mesmo realiza as
condutas que lhes são cabíveis; além de capacitar a equipe e supervisionar a
qualidade da assistência, proporcionando o melhor atendimento ao RN.
Conforme Fontes et al. (1984), a enfermagem acompanha o crescimento e
desenvolvimento da criança desde a gestação, passando pelo parto, e chegando ao
período neonatal, possuindo desta forma importante papel na assistência a saúde do
recém - nascido.
De acordo com a história da Neonatologia, no inicio do século XX, grande era
o índice de complicações decorrentes da ausência da prestação de cuidados
específicos ao RN; despertando assim, o interesse do aperfeiçoamento da
assistência.
Baseados nesse contexto buscamos aperfeiçoar nossos conhecimentos em
Neonatologia; conhecendo a funcionalidade hospitalar e a atuação do enfermeiro na
sala de parto. Contribuindo no aprimoramento da assistência de enfermagem ao RN
16
e incluindo procedimentos de enfermagem que promovam melhores cuidados,
sendo eles, acessíveis à instituição e a equipe assistencial.
De acordo com a LEI 7498/86, regulamentada pelo DECRETO 94406/87, a
recepção do recém-nascido, por ser uma situação de risco, envolve avaliação e
tomada de decisão rápida, sendo essa, competência da Enfermeira. (COREN - SP,
2009).
A Enfermeira é a responsável por qualificar a assistência ao paciente,
analisando os resultados do processo, além de orientar e supervisionar sua equipe,
buscando êxito positivo para aqueles que necessitam de seus cuidados.
Quanto à estrutura, cabe a enfermeira relacionar os melhores cuidados, de
acordo com a acessibilidade da empresa, desde que não exponha riscos para o
paciente e para a equipe multiprofissional.
Sendo assim, como ocorre a assistência de enfermagem ao RN, na Sala de
Parto do hospital geral de pequeno porte da Associação dos Municípios da Região
Carbonífera de Santa Catarina (AMREC)? Que medida é necessária para qualificar
as ações desses profissionais?
Assim, foi estabelecido como Objetivo Geral da Pesquisa, conhecer a
assistência prestada pelo enfermeiro ao recém-nascido, na sala de parto;
viabializando a criação de um protocolo, intencionado em proporcionar melhorias no
atendimento ao paciente; e, como Objetivos Específicos: a) Analisar a Assistência
de Enfermagem prestada ao RN; b) Identificar a importância da Sistematização da
Assistência de Enfermagem; c) Relacionar questões éticas de acordo com a
assistência ao RN; d) Verificar a atuação do (a) Enfermeiro (a) na Assistência de
Enfermagem ao RN; e) Elaborar Protocolo de assistência de Enfermagem ao RN.
O presente trabalho se justifica, no objetivo da enfermagem em participar no
bom desenvolvimento do recém-nascido, favorecendo sua adaptação ao meio extra-
uterino, transformando-o numa criança hígida e saudável.
A pesquisa foi desenvolvida no setor de obstetrícia do hospital geral de
pequeno porte, localizado na região sul de Santa Catarina. Durante a realização do
estágio, usamos como técnica de pesquisa da metodologia cientifica, a observação
assistemática, na qual, os pesquisadores não utilizam meios técnicos especiais ou
perguntas diretas para o registro de dados.
17
A análise de pesquisa é relatada de acordo com a acessibilidade do
acompanhamento e observação, durante a Assistência Imediata ao Recém-
Nascido.
No decorrer da pesquisa, relacionamos teorias bibliográficas com a realidade
da instituição, e transcrevemos as observações feitas em relação à funcionalidade,
estrutura e atuação do (a) enfermeiro (a) na assistência ao recém-nascido.
Conforme o resultado da pesquisa, procuramos elaborar um Protocolo de
Assistência ao RN, formulado com base na teoria de Wanda Horta, em observar o
paciente como um todo, e promover o autocuidado.
18
CAPÍTULO l
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A Enfermagem é uma das profissões da área da saúde, que tem como
especificidade, cuidar do ser humano, individualmente, na família ou na comunidade,
desenvolvendo atividades de promoção, prevenção de doenças, recuperação e
reabilitação da saúde. Tem como responsabilidade proporcionar conforto,
acolhimento e bem estar aos pacientes, realizando assistência, supervisão e
organização da assistência prestada pela equipe multiprofissional, e atuando com o
paciente, na educação em saúde.
A busca do aperfeiçoamento de conhecimentos e práticas de enfermagem
vem crescendo diariamente, através de pesquisas e experimentos científicos. A
cada dia, se conhece intervenções que proporcionam ao indivíduo, melhores
resultados em sua saúde; capacitando o (a) enfermeiro (a) de interagir nas
necessidades humanas de cada ser, promovendo a reabilitação de seus hábitos de
vida normais.
Com base na teoria da motivação humana do psicólogo Abraham Maslow
(1908-1970) e a terminologia das necessidades psicobiológicas, psicossociais e
psicoespirituais do Pe. João Mohama, Horta translitera que a finalidade da
enfermagem é atender e assistir o indivíduo em suas supostas necessidades
humanas básicas afetadas, promovendo o autocuidado.
As necessidades são universais, mas a satisfação varia de um indivíduo
para o outro, conforme a idade, sexo, cultura, fatores econômicos e ambientais,
saúde-doença, entre outros. Horta ressalta que as necessidades são inter-relacionadas, e uma afetada, é suficiente para provocar desequilíbrio nas demais.
Com base em estudos da importância da observação sistematizada. Em
1979, a teorista publicou o livro, "PROCESSO DE ENFERMAGEM"; que tem por
finalidade, classificar um conjunto de ações, relacionada com as necessidades
humanas básicas; que possibilita ao enfermeiro desenvolver e aplicar seus
conhecimentos, técnico-científicos, acerca de sua prática profissional visando uma
19
assistência sistematizada, possibilitando resultados positivos, tanto para o cliente
quanto para a enfermagem.
O Processo de Enfermagem (PE) é composto por: Histórico de Enfermagem,
Diagnóstico de Enfermagem, Plano assistencial, Prescrição de Enfermagem,
Evolução de Enfermagem e Prognóstico de Enfermagem.
? Histórico de Enfermagem: Levantamento de dados, informações
obtidas através da entrevista e do exame físico, que possibilitam a identificação dos
problemas;
? Diagnóstico de Enfermagem: Identificação das necessidades humanas
básicas afetadas.
? Plano assistencial: É a determinação global da assistência de
enfermagem que deve ser prestada ao indivíduo, diante do diagnóstico de
enfermagem.
? Prescrição de Enfermagem: É a determinação da assistência de
enfermagem prestada ao indivíduo diante do diagnóstico estabelecido. É a
implementação do plano assistencial, que coordena a ação da equipe de
enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das
necessidades básicas e específicas.
? Evolução de Enfermagem: É a avaliação do estado físico, mental e
comportamental do paciente; é a analise dos resultados diante da assistência de
enfermagem prestada.
? Prognóstico de enfermagem: Estimativa da capacidade do ser humano
em atender suas necessidades humanas básicas alteradas após a implementação
do plano assistencial.
O objetivo do processo de enfermagem é proteger o paciente, observando e
cuidando de suas necessidades afetadas, promovendo sua reabilitação; tornando
possível a assistência humanizada.
1.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE)
A Sistematização da Assistência de Enfermagem focaliza não apenas os
problemas clínicos, mas também a resposta do indivíduo, sua forma de agir diante
20
dos problemas e mediante o tratamento. A visão é holística, e assegura que as
intervenções são elaboradas para o indivíduo e não apenas para a doença. A
capacitação e atualização dos profissionais de enfermagem são fundamentais e
possibilitam a assistência de enfermagem adequada às necessidades afetadas de
cada paciente.
A implantação da SAE constitui uma exigência para as instituições de saúde
públicas e privadas de todo o Brasil, de acordo com a resolução do COFEN
de número 272/2002. É também uma orientação da lei do exercício
profissional da enfermagem (Lei 7.498, de 25 de junho de 1986). (GENTIL
at al., 2008).
Desde sua implantação na organização da assistência de enfermagem nas
instituições, o Enfermeiro é o responsável em prestar cuidados ao paciente, seja de
forma direta, ou na elaboração dos cuidados prestados por toda a equipe, além de
organizar o setor.
Segundo a LEI 7498/86, regulamentada pelo DECRETO 94406/87, está em
vigência constitucional e compete ao Enfermeiro a realização da Consulta,
Prescrição e Evolução de Enfermagem.
Portanto cabe ao Enfermeiro assumir definitivamente o seu verdadeiro papel;
através do desenvolvimento e documentação de suas responsabilidades éticas -
profissionais, promovendo a Sistematização da Assistência de Enfermagem.
Demonstrando à Instituição e à sociedade, a plenitude de sua competência
profissional, com personalidade, dentro dos princípios de sua cidadania profissional.
Atualmente, diversos são os processos administrativos e burocráticos,
exercidos pelo (a) Enfermeiro (a), porém é a prática assistencial desenvolvida
através de seus conhecimentos teóricos e científicos e a preparação e
conscientização da equipe de enfermagem que fará o diferencial no tratamento,
proporcionando maior satisfação tanto para o paciente como para o profissional.
Graças ao reconhecimento das instituições, da importância da assistência de
enfermagem na recuperação do paciente, hoje podemos contar com cursos de
capacitações em áreas específicas, nas quais pretendemos atuar. Podendo exercer
um trabalho digno e eficaz.
No estudo do pensamento de Wanda Horta, para o trabalho de enfermagem
torna-se clara a especificidade do saber e da prática de enfermagem mediante
diagnóstico e assistência às necessidades humanas básicas afetadas.
21
A sistematização da assistência de enfermagem é importante por caracterizar
recursos do setor de saúde, a assistência prestada e a resposta do indivíduo a
assistência; além de avaliar o que precisa ser aprimorado. Requer do profissional
interesse em conhecer o paciente como indivíduo, utilizando seus conhecimentos e
habilidades, orientando e treinando a equipe para a sistematização.
Para que o PE seja aderido pela equipe de enfermagem e realmente
aperfeiçoe e qualifique o cuidado prestado ao cliente é preciso que se tenha uma
assistência de enfermagem sistematizada. Então, a SAE e o PE precisam associar-se, para obtermos resultados positivos.
Já foi comprovado que um histórico rico em informações é eficiente na
obtenção de dados úteis na formação do diagnóstico de enfermagem e no
tratamento do paciente.
Cianciarullo (2001) descreve que a realização do histórico de enfermagem
não se caracteriza apenas por uma fase do processo de enfermagem, mas
principalmente pela possibilidade do enfermeiro em assumir a responsabilidade
profissional fazendo aquilo que sabe de forma qualificada, exigindo ações reflexivas
que demandem um compromisso e envolvimento com a assistência prestada.
É com base nos conhecimentos científicos, que as ações de enfermagem são
executadas. Por isso é necessário que o profissional possua o desejo de cuidar, com
enfoque no que é melhor para o paciente, respeitando seus valores e crenças;
mantendo um estilo de vida saudável, e garantindo a si próprio o resultado positivo
de suas ações.
1.3 ASPECTOS ÉTICOS DE ENFERMAGEM
O enfermeiro explica seu procedimento ao paciente de acordo com seus
conhecimentos científicos, de modo que ele compreenda quem é o responsável pelo
seu cuidado. É necessário manter confidencialidade do relacionamento, entre ele e o
paciente, não discutindo situações a respeito dele ou do hospital fora do grupo
interessado. Todas as informações sobre as observações, conclusões e condutas de
enfermagem devem ser registradas no prontuário do paciente.
22
Determinadas linhas de conduta precisam ser seguidas seja qual for o tipo
de atendimento de enfermagem dispensado ao paciente. Algumas dessas
linhas de conduta servem para assegurar-lhe conforto e segurança, outras,
como a documentação, além de contribuírem para a assistência ao
paciente, servem para proteger a enfermeira. (ATKINSON/MURRAY, 1989,
p.17).
Toda intervenção de enfermagem é minuciosamente analisada, visando à
garantia da assistência adequada ao paciente e proporcionando segurança ao
profissional. Deve ser prestada de acordo com a política da instituição, sendo que o
paciente tem direito legal de recusar qualquer cuidado; porém independente de sua
decisão, o enfermeiro tem a obrigação de prover uma assistência ideal.
Em relação ao RN, não existem dúvidas, o médico e a mãe, tem o dever de
agir no melhor interesse do mesmo que não tem autonomia para decisões. É
indispensável á escolha dos pais, mas isso não exclui o dever do médico de invocar
tratamento se a recusa familiar colocar o RN em risco.
O COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) 240/2000; Considerando a lei
n°5.905/73, em seu artigo 8°, inciso III; considerando o resultado de estudos
originários de seminários realizados pelo COFEN, com participação dos diversos
segmentos da profissão, e demais considerações; resolve:
Art. 1° - Fica aprovado o Código de Ética dos profissionais de Enfermagem,
para aplicação na jurisdição de todos os Conselhos de Enfermagem. (COREN - RS,
2007).
De acordo com o código de ética de Enfermagem:
? O enfermeiro deve dispor de conhecimentos científicos e técnicos, para
a realização de práticas sociais e políticas.
? O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo
processo de construção de uma consciência individual e coletiva, pelo compromisso
social e profissional configurado pela responsabilidade no plano das relações de
trabalho com reflexos no campo científico e político.
? O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado
por assunto e inclui princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições
pertinentes à conduta ética dos profissionais. Leva em consideração a necessidade
e o direito de assistência de enfermagem na população, os interesses do profissional
e de sua organização. Está centrado na pessoa, família e coletividade e pressupõe
23
que os trabalhadores de enfermagem estejam aliados aos usuários na luta por uma
assistência sem danos, acessível a toda população. (COREN - RS, 2007).
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de
vida da pessoa, família e coletividade. O Profissional Enfermeiro (a) atua na
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em
consonância com os preceitos éticos e legais. Participa, como integrante da equipe
de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população
e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que
garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da
assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da
comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços
de saúde.
Deve respeitar a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas
dimensões. Exercer suas atividades com justiça, competência, responsabilidade e
honestidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.
Prestar assistência de enfermagem livre de riscos, decorrentes de imperícia,
negligencia e imprudência. Sem discriminação de qualquer natureza; respeitando o
pudor, privacidade e intimidade.
1.4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM - NASCIDO
1.4.1 História da neonatologia
Segundo a história da Neonatologia, foi em meados de 1920, com o índice de
mortalidade neonatal, freqüente, que surgiram os interesses nas entidades em
procurar analisar os acontecimentos e aprimorar a assistência.
As mudanças relacionadas à criança ocorreram lentamente, no final do século
XIX e início do século XX. Nesse período, somente algumas instituições
responsáveis em prestar assistência a crianças abandonadas, cujas mesmas
apresentavam altas taxas de mortalidade infantil, é que se dedicaram aos cuidados.
24
Até o início do século passado, os bebes nasciam em suas casas; tornando
natural a proximidade imediata com a mãe. Alguns anos após, os hospitais da época
apresentavam pouco suporte e poucos conhecimentos, não exercendo atividades
diferentes que as práticas de casa.
Acredita-se que os primeiros hospitais surgiram na França, e eram para
atendimento exclusivo dos neonatos "doentes mentais". Com o objetivo de cuidar,
passaram a adquirir equipamentos, surgindo assim, as primeiras incubadoras. Esses
hospitais tomaram impulso mais tarde com o obstetra francês Pierre Budim,
considerado um dos pais da Neonatologia. Entres seus legados, Budim defendia o
fato de que os recém-nascidos não amamentados ao seio materno ficavam mais
susceptíveis a afecções do tubo digestivo, e os que não recebiam carinho da mãe
eram mais sujeitos ao abandono.
No inicio do século XX, havia fórmulas lácteas para alimentar os recém-nascidos internados; e os resultados com o uso das incubadoras, que tinham como
principal finalidade o aquecimento e isolamento dos neonatos apresentaram-se
satisfatórios. Essas técnicas deram credibilidade às instituições, que passaram a ser
rigorosas com seus cuidados, visando à redução do manuseio dos bebes, e as
visitas; e conseqüentemente a susceptibilidade a infecções.
Os procedimentos se transformaram em rotinas hospitalares, e até mesmo os
recém-nascidos saudáveis sofriam a separação de suas mães.
Posteriormente, os avanços médicos e tecnológicos da época propiciaram
grandes transformações no cuidado neonatal durante e após o parto, transformando
essas instituições, em hospitais infantis.
Nessa época entra já em destaque, "A Enfermagem" exercendo papel
fundamental, obtendo melhores e maiores resultados nos cuidados prestados aos
recém-nascidos. Criando com isso, o incentivo da especialização e do treinamento
dos (as) enfermeiros (as) na assistência.
O enfermeiro inicia um processo de aplicação de cuidados específicos aos
recém-nascidos "doentes". Os cuidados eram realizados através da observação do
desenvolvimento dos neonatos, nos primeiros dias de vida. Eles eram isolados em
berços aquecidos, longe do contato com pessoas, que não a equipe de assistência.
Alimentos e medicamentos foram incluídos nos cuidados imediatos, os bebes de
risco eram assistidos por pediatras e enfermeiras treinadas, que faziam
25
experimentos após estudos científicos, alcançando resultados positivos, capazes de
diminuir o índice de mortalidade infantil.
A assistência passou a ser rotina com o passar dos anos, os cuidados
passaram a ser generalizados; reduzindo consideravelmente o índice de
complicações após o nascimento.
1.4.2 Características do recém - nascido
O recém-nascido é considerado desde o nascimento ao 28º dia de vida.
Apresenta características consideradas normais: a cabeça pode ter formato
comprido e estreito, por conseqüência de parto normal, desaparecendo após alguns
dias. Na região frontal do crânio encontra-se a fontanela, popularmente conhecida
como moleira, que permite o crescimento normal do cérebro; fechando-se
completamente entre os 12 e 18 meses de idade. As pálpebras geralmente são
edemaciadas. A íris sofre modificação na cor, aproximadamente após dois meses.
As orelhas são finas, dobrando-se facilmente, voltando ao normal após o
endurecimento da cartilagem durante as primeiras semanas de vida; o nariz pode
apresentar-se de várias formas, mudando seu formato posteriormente. As mamas
podem ser edemaciadas e expelir secreção, isso ocorre em RN de ambos os sexos,
devido à presença de hormônios femininos adquiridos através da placenta. O RN
pode apresentar "Lanugem" que são pelos presentes na região das costas e
ombros, mais comum em crianças prematuras. Ao nascer, o bebe apresenta uma
espécie de muco esbranquiçado, denominado vérnix, que é uma camada rica em
proteína, para proteger a pele, sendo absorvida algumas horas depois do parto.
Os sinais vitais considerados mais importantes ao nascer são: Freqüência
Cardíaca (FC), Freqüência Respiratória (FR) e a Temperatura Axilar (TAX).
Os Valores de Referência variam entre:
? FC = 120 ? 160 bpm;
? FR = 40 ? 60 mpm;
? TAX = 36° ? 37° C.
Por ser pequeno, é considerada uma criatura frágil e indefesa, mas ao
contrário do que parece, ao nascer o bebe encara uma situação de estresse físico e
26
emotivo que os leva a ter estímulos imediatos para que ele possa sobreviver. É o
que chamamos de respostas instintivas, que se manifestam através da respiração,
sucção e movimentos motores. Essas respostas são avaliadas através da Escala de
Apgar.
1.4.2.1 Escala de apgar
Em 1952, conforme a historia da neonatologia, após estudos e pesquisas, a
Drª. Virgínia Apgar conseguiu classificar métodos eficazes e fáceis para avaliar o
recém-nascido, sendo eles primordiais até hoje na assistência imediata. Virgínia
classifica APGAR, como:
a) A = Aparência e Coloração da Pele;
b) P = Pulso / Freqüência Cardíaca;
c) G = Grimace (Careta), Irritabilidade Reflexa (choro e espirros);
d) A = Atividade, Tônus Muscular;
e) R = Respiração.
De acordo com TAVARES (2005), a escala de Apgar, foi desenvolvida, com o
propósito de se ter parâmetros mais objetivos para se analisar a vitalidade dos
recém-nascidos à termo.
"Sua sensibilidade, entretanto, decresce à medida que decresce a idade
gestacional" (TAVARES, 2005, p. 46).
Os métodos de avaliação são eficazes. A tabela varia num score de 0 - 10, e
quanto maior o resultado, melhor o estado de saúde do RN; porém a idade
gestacional, entre outros fatores, tais como medicamentos e patologias genéticas,
afeta o Escore de Apgar, e o neonato, requer, na maioria das vezes, de
procedimentos especializados e/ou de emergência.
A avaliação segue um padrão, conforme o quadro abaixo:
27
Pontos 0 1 2
Freqüência
Cardíaca
Ausente < 100 mpm > 100 mpm
Irritabilidade
Reflexa
Flácido Flexão de Pernas e
Braços
Movimento Ativo /
Boa Flexão
Respiração Ausente Fraca, Irregular Forte / Choro
Tabela 1: Método de Apgar.
Fonte: TAVARES, 2005.
1.4.3 Classificação do recém-nascido
Métodos utilizados para obter a idade Gestacional permitem classificar o
recém - nascido em:
? Pré-termo (Prematuro): Idade gestacional inferior a 37 semanas;
? A termo: Idade gestacional entre 37 e 41 semanas;
? Pós-termo: Idade gestacional igual ou maior que 42 semanas.
Estudos científicos realizados demonstraram como o feto humano se
desenvolve, através da biometria intra-uterina (dados ultra-sonográficos) que
identificam a idade gestacional; ou após o nascimento, através de dados
antropométricos que classificam o recém-nascido.
Quando associamos o peso à idade gestacional, o RN pode ser AIG ?
Adequado para Idade Gestacional, PIG ? Pequeno para Idade Gestacional, e GIG ?
Grande para Idade Gestacional.
De acordo com TAVARES (2005), existem três escalas mais comumente
usadas para avaliação da idade gestacional após o nascimento: Capurro, Dubowitz
e Ballard.
A Escala de Capurro é o exame somatológico e neurológico que avalia a
idade gestacional em dias. É normalmente utilizado com recém-nascidos normais,
com idade gestacional entre 37 e 41 semanas.
28
1.4.3.1 Cálculo da idade gestacional / Método de capurro
Exame Somatológico / Neurológico
Textura da Pele
Muito Fina, Gelatinosa;
0
Fina e Lisa; 5
Pele mais Grossa; Discreta descamação superficial; 10
Pele grossa, rugas superficiais, descamação de mãos e pés; 15
Pele grossa, com pregas profundas; 20
Forma da Orelha
Chata, Pavilhão não encurvado;
0
Pavilhão parcialmente encurvado na borda; 8
Pavilhão parcialmente encurvado em toda parte superior; 16
Pavilhão totalmente encurvado; 24
Glândula Mamária
Não palpável;
0
Palpável, menor que 05 mm; 5
Entre 05 e 10 mm; 10
Maior que 10 mm; 15
Pregas Plantares
Sem pregas;
0
Marcas mal definidas sobre a parte anterior da planta; 5
Marcas bem definidas, presença de alguns sulcos; 15
Presença de sulcos em grande parte inferior da planta; 20
Sinal do Cachecol
O Cotovelo alcança a linha axilar do lado oposto;
0
O Cotovelo situado entre a linha axilar do lado oposto e a linha média; 6
O Cotovelo situado ao nível da linha média e linha axilar do mesmo lado; 8
O Cotovelo situado ao nível da linha média; 12
Posição da cabeça ao levantar o Recém ? Nascido
Cabeça sobre o tórax;
0
Ângulo cérvico ? torácico entre 180° e 270°; 4
Ângulo cérvico ? torácico igual a 180°; 8
Ângulo cérvico ? torácico menor que 180°; 12
Formação do Mamilo
29
Apenas visível; 0
Aréola pigmentada, diâmetro menor que 7,5 mm; 5
Aréola pigmentada, pontiaguda, diâmetro menor que 7,5 mm, borda não
levantada;
10
Borda levantada, diâmetro maior que 7,5 mm; 15
Tabela 2: Cálculo da idade gestacional/método de capurro.
Fonte: TAVARES, 2005.
Fórmula Utilizada: K = 200
K + soma de pontos = Idade Gestacional em dias.
Pré-termo = até 265 dias;
A termo = de 266 a 293 dias;
Pós-termo = mais de 294 dias.
A escala de Capurro torna-se uma avaliação importante, durante os cuidados
imediatos do neonato, pois ela justifica possíveis alterações no pós?parto, que o
recém-nascido possa apresentar. A mesma serve como parâmetro de avaliação para
enfermagem.
1.4.4 Centro obstétrico
De acordo com pesquisas bibliográficas, normas e leis que atribuem o setor
de obstetrícia: o mesmo deve dispor de Sala de Pré-Parto, Sala de Recuperação,
Sala Cirúrgica, Sala de Recepção do RN, Vestiários, Sanitários, Posto de
Enfermagem, Lavabos, Expurgo e Sala para Armazenamento de Materiais
Esterilizados. Deve conter fontes de ar-comprimido e oxigênio canalizados;
equipamentos e instrumentos básicos e de emergência, tais como:
a) Unidade de calor radiante (UCR), com controle de temperatura e sensor
para o recém-nascido;
b) Oxigênio com umidificadores e fluxômetros;
c) Aspirador com medidor de pressão;
d) Balança para aferição de peso do RN;
e) Reanimador manual neonatal, com capacidade máxima de 750 ml e
reservatório de oxigênio;
30
f) Mascáras anatômicas de diversos tamanhos;
g) Laringoscópio neonatal, com pilhas novas e pilhas de reserva;
h) Jogo de lâminas para laringoscópio n° 0, 1 e 2. Sendo que as lâmpadas
devem ser testadas freqüentemente;
i) Fita métrica, para medir estatura do RN, PC, PT, PA;
j) Estetoscópio.
É indicado que se tenha uma incubadora de transporte, em caso de
emergências com o recém-nascido.
Dentre os materiais deve haver:
a) Tubos endotraqueais n° 2,5 - 3,0 - 3,5;
b) Fio guia estéril, de tamanho adequado ao tubo;
c) Sondas de aspiração e SNG, de tamanho 06 e 08;
d) Látex para conexão de oxigênio e aspirador;
e) Cadarços ou fitas para fixação do TOT;
f) Clampeadores estéreis de coto umbilical; sendo que o mesmo deve ser
utilizado imediatamente pelo obstetra após o nascimento;
g) Pulseiras para identificação do RN:
h) Lâminas de bisturi;
i) Seringas de 01, 05, 10 e 20 ml, e agulhas 40X12, 25X7, 20X5,5;
j) Cateter de cateterismo umbilical;
l) Material para coleta de exames laboratoriais;
m) Campos e compressas estéreis para recepção do RN, e para forração do
UCR;
n) Pêra de aspiração manual;
o) Relógio;
p) Tesoura estéril, luvas, máscaras, gorro, óculos e avental, para uso de toda
a equipe assistencial, a fim de prevenir quaisquer tipos de contaminação para o
recém-nascido.
A sala de parto, conforme TAVARES (2005), "deve estar adaptada
corretamente para a recepção do recém-nascido, deixando a equipe sempre
preparada para assumir possíveis alterações após o nascimento do neonato".
Os medicamentos seguem uma padronização de uso pediatra, entre eles:
Adrenalina, Água Destilada, Bicarbonato de Sódio, Dopamina, Solução Glicosada;
SF 0,9%, Ringer Lactato, Naloxone, Nitrato de Prata, Vitamina K, e outros
31
medicamentos de emergência, conforme as necessidades e condições da
instituição.
A equipe multiprofissional deve dispor de Enfermeiros e Técnicos de
Enfermagem treinados, Médico Obstetra, Médico Pediatra, Médico Anestesista,
Nutricionistas e Auxiliares de limpeza e assepsia do setor.
É importante que a equipe assistencial receba educação continuada e
treinamento para recepção do RN normal e para conduta em situações de
emergência.
1.5 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO
1.5.1 Atribuições da equipe de enfermagem
Em 25 de junho de 1986, foi Regulamenta a Lei nº 7.498, que dispõe sobre o
Exercício da Enfermagem. A atividade é privativa do Enfermeiro, Técnico e Auxiliar
de Enfermagem; inscrito no Conselho Regional de Enfermagem (COREN) da
respectiva região.
São Enfermeiros:
O titular do diploma de Enfermeiro (a) conferido por instituição de ensino,
nos termos da lei;
O titular do diploma ou certificado de Enfermeiro (a) e o (a) titular do
diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
São técnicos de Enfermagem:
O (a) titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem,
expedido de acordo com a legislação e registrado no órgão competente.
São auxiliares de Enfermagem:
O (a) titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por
instituição de ensino, nos termos da lei, e registrado no órgão competente.
Conforme o Art. 8º, da legislação, ao Enfermeiro incumbe:
Direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição
de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
32
I. Organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades
técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
II. Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos
serviços da assistência de enfermagem.
As instituições e serviços de saúde incluíram a atividade de enfermagem em
seu planejamento e programação. Confiando ao enfermeiro (a), competências e
habilidades específicas:
VIII - ser capaz de diagnosticar e solucionar problemas de saúde, de
comunicar-se, de tomar decisões, de intervir no processo de trabalho, de
trabalhar em equipe e de enfrentar situações em constante mudança;
XXII - intervir no processo saúde-doença, responsabilizando-se pela
qualidade da assistência/cuidado de enfermagem em seus diferentes níveis
de atenção à saúde, com ação de promoção, proteção, prevenção e
reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência [...].
(PORTO, 2004).
O Enfermeiro terá ao seu encargo a organização e controle sobre os
equipamentos, materiais e todas as atividades de enfermagem do setor, incluindo, a
promoção na assistência humanizada. O controle de infecções, e o desenvolvimento
de atividades multidisciplinares, orientando o ensino e supervisionando os cuidados
de enfermagem prestados.
O Ministério da Saúde preconiza que deve haver 01 enfermeiro (a)
responsável pelo setor de obstetrícia, e 01 técnico de enfermagem para cada 04
pacientes neonatos; o mesmo deve ser atribuído, também, a funções de limpeza e
anti-sepsia do local.
Conforme artigo 11, inciso I, da LEI 7498/86, o (a) enfermeiro (a) deverá
recepcionar o recém-nascido na ausência do Obstetra.
O enfermeiro, de acordo com FONTES (1984), é o responsável em promover
a adaptação do RN ao meio externo, fornecendo alimentação adequada para suprir
as necessidades metabólicas dos sistemas orgânicos em desenvolvimento.
Deverá realizar o exame físico e manter o recém-nascido em local calmo,
tranqüilo e com temperatura adequada, tendo paciência e capacitação, tornando o
procedimento capaz de detectar possíveis anormalidades anatômicas, sinais de
infecção e estado de saúde geral do RN.
33
1.5.1.1 Assistência de enfermagem Imediata ao recém-nascido
Ao nascer, o RN apresenta-se indefeso, incapaz de referir suas necessidades
humanas básicas. Com base nisso, estudiosos descobriam a importância de uma
serie de cuidados imediatos que devem ser realizados após o nascimento.
? O pediatra deverá ser comunicado diante do nascimento de todos os
neonatos, para que o mesmo esteja atento a possíveis intercorrências;
? Lavar as mãos e usar luvas de procedimento, diante de quaisquer
atividades, evitando contaminações e infecções;
? Manter as mãos aquecidas; proporcionando conforto ao RN, durante o
manuseio do mesmo;
? Receber o recém-nascido em campos estéreis; procurando aquecer, e
proteger dos fatores agressores do meio externo;
? Realizar higiene corporal com água morna e sabão, removendo resíduos
de sangue, mecônio e vérnix;
? Proceder cuidados com o coto umbilical, aplicando álcool 70% no local;
favorecendo a cicatrização;
? Medir peso, estatura, perímetro cefálico, torácico e abdominal;
importantes fatores na detecção de possíveis doenças genéticas;
? Avaliar o APGAR no 1º e 5º minuto; avaliando a aparência, freqüência
cardíaca, irritabilidade reflexa, tônus muscular e respiração;
? Manter permeabilidade de vias aéreas; evitando sufocamento e facilitando
a respiração do RN;
? Observar eliminações; importante fator na avaliação do trato urinário e
gastrintestinal;
? Controlar Sinais Vitais de 30/30 mim, nas primeiras 02 hs de vida;
observando rigorosamente o estado de saúde, e desenvolvimento do mesmo;
? Administrar vitamina K1 (Kanakion) IM, em região vasto ? lateral da
cocha; prevenindo hemorragias;
? Instilar uma gota de Nitrato de Prata a 1%, na região ocular, independente
de parto normal ou cesariana; prevenindo a cegueira decorrente de transmissão
vertical de Sífilis, de mães contaminadas e não diagnosticadas;
34
? Colocar o RN em Unidade de Calor Radiante; onde deve ser mantido até
a estabilização da temperatura;
? Manter RN em posição de decúbito lateral ou ventral, para que em caso
de vomito, não haja aspiração;
? Verificar tipagem sanguínea da mãe; caso seja RH (-), deve-se coletar
sangue do coto umbilical e encaminhar ao laboratório; para que no caso de uma
próxima gravidez, o próximo bebe não corra risco de vida, e / ou complicações pós -
parto.
? Identificar o recém-nascido com pulseira contendo o nome completo da
mãe, o leito e data de nascimento. Ex.: RN de Maria de S. da S./ leito 11/
data:01/01/09.
? Em partos múltiplos a ordem de nascimento deverá ser especificada nas
pulseiras através de números (1, 2, 3, 4 etc.) após o nome da mãe; Ex.: RN de Maria
de S. da S./ 1°RN /leito 11/ data:01/01/09; RN de Maria de S. da S./ 2º RN / leito 11 /
data: 01/01/09; etc.
? Registrar na ficha do recém-nascido, sua impressão plantar e digital do
polegar direito da mãe.
? Preencher a ficha do recém-nascido com os dados referentes às
condições de nascimento: hora e data do parto, estatura, peso, PC, PT, PA e Apgar.
? Realizar a evolução de enfermagem, e anotar todos os dados importantes
para o acompanhamento do desenvolvimento do neonato.
A realização e anotação da Assistência de Enfermagem, além de ser
fundamental, proporcionam segurança às mães, e qualificam a assistência de
enfermagem.
1.5.2 A Humanização no atendimento
Para OLIVEIRA (2001, p.104):
[...] humanizar, caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a
ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber
ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento
e o contato direto fazem crescer, e é neste momento de troca, que
humanizo, porque assim posso me reconhecer e me identificar como gente,
como ser humano.
35
A enfermagem ao prestar assistência à gestante, deve agir com
humanização, promovendo confortabilidade para ela e para toda a família do tão
esperado bebe.
A mulher, ao dar à luz, está cercada de todos aqueles que lhe têm amor.
Sua intimidade e seu ritmo são respeitados. Seu companheiro fica à ontade
em ambiente que lhe é familiar. Seu bebê passa docemente da cama na
qual nasceu para seu próprio berço, sem interrupção. Todas as pessoas
presentes são convidados e amigos. (LARGURA, 2009).
Muitas mães estão optando pelo parto domiciliar para que possam ser
acompanhadas pelos seus cônjuges e familiares, tenham liberdade de expressão, e
não percam o contato imediato com seus filhos.
A enfermagem deve estar atenta e contribuir com bons atendimentos na
unidade hospitalar, impedindo a violência verbal, como qual ainda ocorre em
algumas instituições do território brasileiro. Tendo seu início em palavras e frases,
quando a mulher reclama das dores. A violência se reveste de indiferença, frieza,
cinismo, palavras ditas com segundas intenções, que ferem a dignidade da mulher.
O pior da violência é nos acostumarmos com ela, e não sermos capazes de
distingui-la durante o cotidiano da sala de parto.
Exemplos: diante de um trabalho de parto, devemos permitir à mãe, a
liberdade de escolher a posição em que quer dar à luz; a liberdade de emitir sons
(falar, gritar, gemer); a liberdade de perguntar o que estão fazendo com ela, porque
estão fazendo e como está evoluindo o seu trabalho de parto; a liberdade de orientar
o acontecimento segundo seus desejos e suas necessidades.
Ressaltamos que faz parte da humanização no setor de Obstetrícia, "O
Alojamento Conjunto".
Desde, 1946, quando Edith Jackson, criou o projeto, com o propósito de
humanizar o nascimento, promovendo o aleitamento e trazendo o bebê para junto da
mãe, os resultados foram positivos; tanto para os pais, a medicina e a comunidade
dependente dos serviços. No entanto, foi somente em 1977, de acordo com Tavares
(2005), que a 5ª Reunião de Perinatologia do Ministério de Saúde, recomendou que
os bebês sem risco ficassem ao lado de suas mães, e não mais em berçários.
Em 1993, foi feita a Portaria Ministerial (MS/GM n° 1.016, de 26 de agosto)
publicada no Diário Oficial da União n° 167, de 01/09/93, aprovando as normas
36
básicas para implantação do sistema de alojamento conjunto no território nacional.
Desde então, o Alojamento Conjunto, passa a ser um direito da mãe.
Realizar as atividades de enfermagem com ética e respeito, transmite
segurança e tranqüilidade à mãe, proporcionando relaxamento e conseqüentemente,
uma involução uterina favorável.
Humanizar a assistência, e possibilitar a avaliação do binômio mãe-filho;
estimula o vínculo entre eles, facilitando o aleitamento materno e aumentando o
índice de amamentação; bem como, supervisionando o desenvolvimento do RN, e
sua adaptação ao ambiente extra-uterino.
37
CAPÍTULO ll
DELIMITAÇÕES METODOLÓGICAS
A metodologia em um projeto de pesquisa indica quais passos serão seguidos
para a obtenção dos dados pertinentes ao tema proposto, garantindo assim,
percorrer um caminho sistemático e ordenado.
É fundamentada pela pesquisa bibliográfica, que visa obter dados científicos
para a realização do projeto, e pela pesquisa-ação, que exige o envolvimento ativo
do pesquisador e a ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema.
A pesquisa foi realizada de forma qualitativa, por ser importante na
identificação conceitual de valores, tais como sentimentos, crenças e atitudes
individuais e em grupo; e descritiva, pois visa a observação, registros, análises e
correlação dos fatos, procurando descobrir a freqüência que eles acontecem, a
relação com outros fatores, e suas características.
O projeto foi desenvolvido no hospital geral de pequeno porte da região da
AMREC / SC.
2.1 MÉTODO DE ABORDAGEM E PESQUISA
A abordagem metodológica adotada por este estudo foi a pesquisa qualitativa,
porque aborda situações difíceis de quantificar. Os dados foram transcritos através
da observação de procedimentos e documentações acessíveis na Instituição.
Os métodos qualitativos são apropriados quando o fenômeno em estudo é
complexo, de natureza social não tende a quantificação. Normalmente, são
usados quando o entendimento do contexto social e cultural é um elemento
importante para a pesquisa. Para aprender métodos qualitativos é preciso
aprender a observar, registrar e analisar interações reais entre pessoas, e
entre pessoas e sistemas. (LIEBSCHER, 1998, apud COSTA, p. 90).
É dever do investigador, analisar as anotações e dados recolhidos,
mediante a pesquisa-ação, respeitando cautelosamente tudo o que for por ele
registrado.
38
2.2 TÉCNICAS DE PESQUISA
As técnicas utilizadas foram: a observação assistemática ou não estruturada,
pois consiste na coleta e registro de dados reais, sem que os pesquisadores utilizem
meios técnicos especiais ou perguntas diretas.
O que caracteriza a observação assistemática é o fato do conhecimento ser
obtido através de uma experiência casual, sem que se tenha determinado
de antemão quais os aspectos relevantes a serem observados e que meios
utilizar para observá-los. (RUDIO, 1979; apud, LAKATOS, 2002).
O pesquisador deve estar atento aos fenômenos decorrentes durante o
estágio, com perspicácia e discernimento, devendo o mesmo estar preparado para
agir com prontidão.
De acordo com Lakatos (2002), muitas vezes há uma única ou raras
oportunidades de se estudar o fenômeno, no entanto, a observação assistemática
pode apresentar perigos quando o pesquisador pensa que sabe mais do que é
presenciado realmente.
De acordo com o pensamento do autor, justificamos a importância em
redobrar a atenção na observação para que o registro dos dados possa ser
fidedigno.
2.3 CONTEXTO DE PESQUISA
A pesquisa contou para o seu desenvolvimento com o período de outubro a
dezembro de 2009, em um hospital geral de pequeno porte, situado na região da
AMREC/SC. Neste local, foi possível a interação com os profissionais de
enfermagem para a busca de informações.
O hospital está implantado há aproximadamente 60 anos e conta com uma
equipe multiprofissional, composta por 03 Enfermeiras, 23 Técnicas em
Enfermagem, Médico Cardiologista, Obstetra, Pediatra e Cirurgião; funcionários que
atuam nos setores de administração, RH, alimentação, lavanderia, radiologia,
recepção e transporte.
39
Os procedimentos efetuados são procedimentos eletivos, de urgência e
emergência. Abrange setores de pronto atendimento, clinica médica, pediatria,
obstetrícia e centro cirúrgico.
Na unidade de pesquisa, o setor de obstetrícia é adjacente ao centro
cirúrgico. O Centro de Material Esterilizado (CME) encontra-se em salas
especializadas, localizadas na área semi-restrita do setor.
A mesma, possui berço aquecido com 02 fontes de oxigênio, 01 fonte de ar-comprimido, 01 fonte de vácuo para proceder à aspiração, e manômetro digital de
temperatura; berço para fototerapia, incubadora, pia de alumínio com chuveiro para
o banho do RN e lavagem das mãos, mesa de preparo do RN, aquecedor, armário
de medicamentos e materiais hospitalares, balança antropométrica, relógio e mesa
de anotações.
Ilustração 1: Berço Aquecido.
Fonte: Hospital geral da região AMREC / SC, (2009).
Dentre as atividades envolvidas na instituição, destaca-se o atendimento no
centro obstétrico, através da assistência imediata ao recém-nascido, cujos mesmos,
são realizados isoladamente, na "Sala do RN", conforme denominada.
Os recém-nascidos de parto cesariana são recepcionados pelo médico
obstetra, conforme pudemos observar. Além do obstetra, numa cesariana eletiva,
40
fazem parte da equipe, o médico anestesista, o instrumentador, o circulante e a
berçarista. Já em partos naturais de emergência, os quais nós não tivemos
acessibilidade durante a pesquisa, obtivemos informações que, na ausência do
médico obstetra, é o médico plantonista quem assume o procedimento; juntamente
com a técnica de enfermagem/berçarista, que realiza na seqüência, a assistência
imediata ao RN.
O recém-nascido foi acolhido em campos estéreis e encaminhado à "Sala do
RN" onde são realizados, os seguintes procedimentos:
O RN foi colocado em berço aquecido;
Aspirado secreções orofaríngeas e nasofaríngeas;
Aferido a estatura, PC, PT e peso;
Realizado o banho do RN, com água morna, e produtos de higiene
individual do mesmo; ou sabão sólido do setor.
Colocado álcool 70% em uma gaze, que será envolvida no coto umbilical;
Aplicado Vitamina K, IM; de acordo com a prescrição médica: 01 ml de
vitamina K + 09 ml de AD;
Instilado uma gota de nitrato de prata na região ocular;
Colocado a roupa do RN, que foi anteriormente recolhida com a família,
pela berçarista;
Carimbado a região plantar direita do RN, para preenchimento da DN
(Declaração de Nascidos Vivos);
A colocação das pulseiras de identificação só é feita quando há mais que
um recém-nascido no setor;
O neonato foi colocado em decúbito lateral, próximo ao aquecedor, para
manter-se aquecido, até o encaminhamento da puérpera para o quarto, onde
ficaram em alojamento conjunto;
Em casos de mãe RH (-), o sangue é coletado do coto umbilical pelo
médico assistente, e a técnica de enfermagem prepara a amostra e encaminha ao
laboratório;
A ficha de DN é preenchida e, posteriormente, a ficha do RN com dados
referentes ao Apgar, PC, PT, peso, estatura, data e hora do nascimento e,
numeração do cartão SUS.
41
O relatório de enfermagem é realizado com informações superficiais,
relatando apenas o estado em que o RN apresentou-se durante o plantão. EX.
Recém-nascido sem intercorrências durante o dia. ASS: técnica de enfermagem X.
De acordo com dados obtidos, são realizados aproximadamente 26 partos de
cesarianas ao mês.
2. 4 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA
Aplicamos a pesquisa-ação, que tem como característica a investigação de
problemas emergentes de interesse do grupo participante; nesse caso a Equipe de
Enfermagem.
[...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo. (THIOLLENT, 1985; apud GIL p.55).
A pesquisa foi realizada, conforme ações planejadas de caráter social, técnico
e educacional, capazes de resolver um problema coletivo, envolvendo a participação
dos integrantes da equipe.
2.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população investigada entra na classificação da amostra por acessibilidade.
Uma amostra intencional, em que os indivíduos são selecionados com base
em certas características tidas como relevantes pelos pesquisadores e
participantes, mostra-se mais adequada para a obtenção de dados de
natureza qualitativa [...]. (GIL, 2002, p. 145).
O Centro Obstétrico (CO) é composto por 10 funcionários, sendo 03 médicos
obstetras, 06 técnicos em enfermagem e 01 enfermeira, responsável pelo setor.
Os médicos obstetras seguem uma escala de sobreaviso. Em casos de partos
de emergência, eles são comunicados pelo médico plantonista do pronto-socorro,
42
após ter realizado a primeira avaliação da gestante. Além dos procedimentos
emergentes, os médicos realizam cirurgias eletivas de pacientes conveniados ou
particulares.
No total são 03 enfermeiras que fazem parte do quadro de funcionários da
enfermagem do hospital municipal. As mesmas seguem uma carga horária semanal
de 40 horas, correspondente aos seguintes horários:
1. 14 às 02 h. (dia impar)
2. 14 às 02 h. (dia par)
3. 08 às 16 h. (segunda à sexta ? feira).
Não há uma enfermeira responsável apenas pelo setor de obstetrícia. A
enfermeira que está em horário de expediente, responde por todas as áreas do setor
hospitalar.
Fazem parte do quadro de profissionais do CO, 06 técnicos de enfermagem,
que realizam os procedimentos de acordo com suas atribuições. Dentre eles, 02
auxiliam os procedimentos cirúrgicos através da instrumentação; 04 realizam
atividades técnicas em toda a ala cirúrgica, inclusive esterilização de materiais, no
setor de CME.
Com exceção dos 02 auxiliares do C.C., os 04 técnicos de enfermagem são
submetidos à carga horária de 12/36 h.
A pesquisa foi realizada através do acompanhamento, observação e análise
dos procedimentos realizados durante a assistência imediata de 05 RN,
provenientes de partos cesarianas.
Durante a pesquisa, 02 funcionárias técnicas de enfermagem, não foram
observadas, pelo fato de os nascimentos não coincidirem em seus plantões.
2.6 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada entre os meses de outubro e dezembro de
2009, por meio de técnicas de observação assistemática. A pesquisa é qualitativa
porque aborda situações difíceis de quantificar. Os dados foram registrados apartir
do acompanhamento e a análise dos procedimentos de enfermagem do setor de
obstetrícia do hospital geral.
43
Sendo a população uma amostra por acessibilidade, foi escolhido esse tipo de
pesquisa, porque o problema investigado é de interesse de toda a equipe.
Para melhor entendimento e organização, pontuamos os momentos para a
coleta de dados.
Primeiro Momento: Solicitação ao campo de Pesquisa: Hospital geral de
pequeno porte, da região da AMREC / SC
Segundo Momento: Solicitado parecer do Comitê de ética em pesquisa da
UNIBAVE, mediante submissão do projeto para análise. O Parecer recebido foi o de
protocolo n° 23/2009.
Terceiro Momento: Reconhecimento do local de pesquisa e programação
dos horários em que seria desenvolvida.
Quarto Momento: Coleta de dados, através da observação e
acompanhamento da assistência imediata ao recém-nascido.
Quinto Momento: Organizado os dados da pesquisa e elaborado o protocolo
de Assistência Imediata ao RN.
2.7 ANÁLISE DE DADOS
Neste momento foram condensadas e consideradas, as informações obtidas
através da observação do trabalho de enfermagem.
Qualitativamente analisamos a assistência a partir da proposta de
LIEBSCHER (1998), quando descreve que os métodos qualitativos são apropriados
quando o fenômeno em estudo é complexo e de natureza natural. E que, para que o
pesquisador use esse método, é necessário a observação, registros e análise dos
dados reais.
Após o levantamento dos dados utilizaremos a análise descritiva, e de acordo
com os dados referente à pesquisa-ação, elaboraremos um protocolo de
atendimento imediato ao RN, buscando contribuir no aprimoramento da assistência.
2.8 ASPECTOS ÉTICOS
44
O projeto inicialmente, foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da
UNIBAVE, e a pesquisa teve inicio no mês de outubro /2009.
Para realização da pesquisa foi considerada a resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde, que determinam as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de
pesquisa com seres humanos (BRASIL,1996) .
Foi esclarecido como critério, a preservação da identidade dos sujeitos
envolvidos e a confidencialidade dos registros.
Segue em anexo (1) o modelo do consentimento refinado, autorizado pelos
participantes da pesquisa, sendo estes, funcionários.
A resolução 196/96, de 10 de outubro de 1996 (Diretrizes e Normas
regulamentadas de pesquisa), envolvendo seres humanos do ministério da saúde,
abrange quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência,
beneficência e justiça; visando assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à
comunidade cientifica, aos sujeitos da pesquisa e ao estado.
45
CAPÍTULO lll
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
3.1 ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AO RN
A assistência ao RN, foi prestada por técnicas de enfermagem, que após o
procedimento cirúrgico (cesariana) envolveram os recém-nascidos em campos
estéreis e encaminharam para a sala do RN, onde foram realizados os primeiros
cuidados.
A técnica de enfermagem já com roupas adequadas, propés, máscara e
gorro, lavou as mãos e abriu o pacote de campos estéreis para recepcionar o RN,
proporcionando logo em seguida, o primeiro contato com a mãe. Ao nascer, a
equipe de enfermagem fez a observação da hora, sendo posteriormente registrada.
O RN foi colocado no berço aquecido (desligado), em decúbito lateral. Sendo
que, o aquecimento do RN foi realizado em frente ao aquecedor. Mesmo o berço
aquecido estando em boas condições de funcionalidade, apenas 01 das
profissionais analisadas apresentava habilidade para o manuseio do equipamento.
Neste instante observamos o déficit da orientação e supervisão da enfermeira.
Conforme o código de ética de enfermagem são Responsabilidades e
Deveres: "Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro
da Equipe de Saúde".
Verificar e controlar o funcionamento dos equipamentos do setor é atribuição
do enfermeiro. Através desse procedimento, ele pode proporcionar à equipe
condições de prestar uma assistência imediata e de qualidade ao RN.
A temperatura da sala deve se manter entre 24 e 26°. Foi observado que o
ambiente dispõe apenas de aquecedor, não sendo climatizado corretamente. Não há
um termômetro para que a temperatura da sala seja controlada.
Procedeu - se a aspiração de secreções orofaríngeas e nasofaríngeas, com
sonda de aspiração n°.06, adequada para o procedimento e para o paciente.
Verificou-se os PC e PT; aferiu-se a estatura e logo em seguida o peso. O PA
não faz parte da rotina de procedimentos. A verificação do perímetro abdominal é
importante na detecção de patologias abdominais e respiratórias.
46
Realizou-se o banho numa pia de alumínio, com chuveiro térmico de
temperatura adequada; em alguns casos usou-se sabonete sólido, de uso coletivo
do setor. Ou seja, alguns recém-nascidos foram lavados com o mesmo sabonete.
Atualmente, após estudos científicos, bibliografias indicam o uso de sabonetes
liquídos na prevenção e controle de infecção hospitalar.
Após a secagem do bebê, o coto umbilical foi envolvido com gaze embebida
em álcool 70%.
A vitamina K foi aplicada na região vasto-lateral, com agulha de calibre
13X7,5 mm, devendo as mesmas serem substituídas por agulhas 20X5,5 mm. O uso
incorreto de materiais é considerado procedimento incorreto, e pode acarretar em
absorção medicamentosa inadequada.
O nitrato de prata foi aplicado corretamente. Faz parte da rotina de
procedimentos imediatos; e é usado independente de ser parto normal ou cesariana.
O Apgar foi avaliado superficialmente por toda a equipe observada. Os RNs
analisados durante a assistência, eram classificados como À Termo e Normal, sendo
classificados com escore de 08 a 09 . No entanto a equipe não analisou a tabela.
A pulseira de identificação não foi colocada, devido ao fato do RN ser o único
do setor.
A ficha de DN foi preenchida corretamente. Já o relatório de enfermagem,
registrou dados como nome da mãe, hora do nascimento, sexo, PC, PT, Apgar, peso
e estatura, faltando a anotação e realização do exame físico, procedimento este que
deveria ser realizado pela enfermeira responsável.
O controle de sinais vitais não é realizado pela equipe.
A higienização das mãos é feita no mesmo local do banho do RN e possui
acionador de água manual. No entanto, deve haver uma pia exclusiva para lavagem
das mãos, e ambas devem ser acionadas por dispositivo de pé ou antebraço,
buscando a prevenção de contaminações e/ou infecções hospitalares.
As técnicas de Enfermagem exercem assistência mediata e imediata ao RN,
gestante, puérpera e demais pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos,
eletivos e de emergência. São responsáveis pela fabricação e esterilização dos
pacotes; organizam o setor na área restrita, semi-restrita e não-restrita; e, quando
necessário, auxiliam em cirurgias.
Foi observado que os profissionais analisados não costumam usar luvas na
maioria dos procedimentos não invasivos.
47
Através da análise da Assistência de Enfermagem prestada ao RN, pode-se
constatar que grande parte dos procedimentos necessários que um recém nascido
requer, foram realizados pela equipe observada.
3.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM
A implantação da SAE constitui uma exigência para as instituições de saúde
públicas e privadas de todo o Brasil, de acordo com a resolução do COFEN de
número 272/2002:
[...] É também uma orientação da lei do exercício profissional da
enfermagem (Lei 7.498, de 25 de junho de 1986). Além disso, sua
implantação se torna uma estratégia na organização da assistência de
enfermagem nas instituições, atendendo, assim, aos requisitos do Manual
Brasileiro da Acreditação Hospitalar.
Identificamos a importância da Sistematização da Assistência de
Enfermagem, pela oportunidade que ela dá ao Enfermeiro, de aplicar os seus
conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência da sua prática
profissional.
Percebemos, através do referencial teórico e pela observação prática, a
importância de que, cada vez mais, sejam encontrados caminhos para desvincular
as atividades de enfermagem de tarefas burocráticas alheias as suas atividades
específicas, assegurando dessa forma, o exercício profissional centrado na
assistência à pacientes.
No local, onde se desenvolveu a pesquisa, foi observado que infelizmente a
SAE não se concretiza, conclui-se que o fato se relaciona com o numero insuficiente
de profissionais.
3.3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RN
Segundo o Ministério da Saúde, deve haver um (a) Enfermeiro (a)
responsável pelo setor de obstetrícia, devendo o mesmo orientar e supervisionar a
equipe, além de realizar atividades que são cabíveis somente a ele (a).
48
Conforme a resolução do código de ética de enfermagem, o enfermeiro deve
recepcionar o RN e realizar o exame físico, avaliando as condições de nascimento.
No decorrer da pesquisa observou-se a ausência do (a) enfermeiro (a)
durante a assistência. Enquanto o (a) mesmo (a) realizava atividades burocráticas,
de abrangência de todo o hospital, a assistência imediata ao RN foi realizada por
profissionais técnicas em enfermagem.
"[...] um passo importante e decisivo para um bom manejo de uma sala de
parto é a antecipação de possíveis problemas" (TAVARES. 2005. p.13).
De acordo com Tavares, a enfermeira deve avaliar diariamente a
funcionalidade de todos os equipamentos de assistência ao paciente, preparando o
setor e a equipe assistencial, em caso de possíveis intercorrências.
Durante a realização da pesquisa, foi observado em algumas situações, que o
berço aquecido não foi ligado. Alguns profissionais relataram a não funcionalidade
do berço, enquanto que outros manuseavam com facilidade. Percebe-se um déficit
no preparo da equipe, relacionado com a ausência do enfermeiro no setor, na
orientação quanto ao uso dos equipamentos.
Observou-se a atuação da enfermeira, em poucos momentos da alta
hospitalar, realizando orientações a respeito da importância do aleitamento materno.
Enquanto que a mesma poderia estar presente freqüentemente na orientação às
mães, quanto aos cuidados do pós-operatório e cuidados mediatos com o RN. Mas
a sobrecarga de tarefas e o numero insuficiente de profissionais enfermeiras,
dificultou esse processo.
A Enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos
científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas
sociais, éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e
assistência. Realiza-se na prestação de serviços à pessoa, família e
coletividade, no seu contexto e circunstâncias de vida. (ENFERMAGEM,
2009).
Desta forma, ao analisar-se o que foi observado no desenvolver da pesquisa,
constatou-se que a presença do enfermeiro é essencial e indispensável no
aprimoramento da assistência. Os cuidados ao RN são realizados de forma,
considerada adequada. Porém a atuação do (a) enfermeiro (a) no setor e a
sistematização de enfermagem, conforme os princípios básicos de Wanda Horta
facilitariam a assistência e proporcionaria melhor qualidade no atendimento.
49
A equipe disponibilizaria de melhores condições de trabalho, e o RN melhor
adaptação ao meio extra-uterino.
A assistência seria aprimorada e qualificada. Isenta de grandes riscos
relacionados ao não cumprimento de atividades atribuídas ao enfermeiro (a).
3.4 PROTOCOLO DE ASSISTENCIA AO RN
A enfermagem busca a organização do conhecimento cientifico há décadas. A
partir dos resultados encontrados nesse estudo, foi elaborado um instrumento para a
assistência de enfermagem prestada ao RN. Este instrumento se baseou na teoria
de Wanda Horta, que tem como embasamento atender as necessidades humanas
básicas do paciente.
Nesta perspectiva, considerou-se que a utilização da teoria de Wanda permite
a enfermagem, assistir o paciente de forma holística, proporcionado a eles melhores
condições de vida.
Considerou-se as condições da instituição e a acessibilidade aos profissionais
de enfermagem, e elaborou-se um Protocolo de Assistência de Enfermagem ao RN,
com o intuito de aprimorar a assistência de enfermagem prestada.
A equipe de enfermagem deverá:
? Comunicar o Pediatra sobre o nascimento de todos os recém-nascidos;
? Lavar as mãos e mantê-las aquecidas;
? Anotar hora do nascimento.
? Receber o RN em campos estéreis;
? Proporcionar o primeiro contato do RN com a Mãe; humanizando o
atendimento;
? Iniciar os procedimentos, com o RN no berço aquecido, e em decúbito lateral;
? Analisar APGAR no 1° e 5° minuto;
? Manter temperatura da sala entre 24 e 26°C;
? Controlar FC, FR e TAX, de 30/30 mim, nas primeiras 02 hs;
? Realizar aspiração nasofaríngea e orofaríngea S/N;
? Medir estatura, PC, PT, PA e peso;
? Realizar o banho com água norma e sabonete liquído ou individual;
50
? Aplicar álcool 70% no coto umbilical;
? Controlar eliminações fisiológicas;
? Identificar o RN com pulseira individual na sala de parto ou CC;
? Carimbar a região plantar para preenchimento de DN;
? Aplicar Vitamina k, IM, conforme prescrição médica;
? Instilar 01 gota de nitrato de prata em cada olho, independe de cesariana ou
parto normal, conforme prescrição médica;
? Anotar no prontuário do RN: Data e Hora do parto, PA, PC, PT, Apgar, sinais
vitais, eliminações e condições gerais de nascimento (conforme metodologia
de Capurro).
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante as atuais balizas do direito à proteção da saúde, é necessário
enfocar a problemática hospitalar e suas soluções. A garantia do direito à saúde
pode e deve ser pensada como ideal e meta, apesar das condições inerentes à vida
humana que seguirá adoecendo e morrendo, e; apesar das diferenças,
desigualdades e iniqüidades produzidas e evitáveis.
A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) requer do profissional
interesse em conhecer o paciente como indivíduo, utilizando para isso seus
conhecimento e habilidades, além de orientação e treinamento da equipe de
enfermagem para implementação das ações sistematizadas.
A assistência de enfermagem deve então, reconhecer as necessidades
afetivas da mãe, que constitui na atualidade, entre muitos fatores, o mais
negligenciado. A atmosfera afetuosa, íntima, cordial, é uma das condições
primordiais de sucesso, porque ela auxilia a liberação dos hormônios que irão
influenciar no trabalho de parto.
Vila & Rossi (2002, p.17) referem que:
A humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente
físico, os recursos materiais e tecnológicos não são mais significativos do
que a essência humana. Esta sim irá conduzir o pensamento e as ações da
equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de
criticar e construir uma realidade mais humana [...].
Não é apenas uma questão de mudança do espaço físico, mas principalmente
uma mudança nas ações e comportamento dos profissionais frente ao paciente e
seus familiares.
Desta forma, a partir deste, surgiu a necessidade de estar conhecendo
estudos que ressaltem a importância de mudanças frente aos profissionais, por
levantar questionamentos a respeito da necessidade de inovação dos conceitos e
implantar uma assistência humanizada, deixando de buscar as características
relacionadas a problemas burocráticos, estruturais e técnicos, mas sim a uma
questão que envolva atitudes, comportamentos, valores e ética moral e profissional.
A literatura consultada forneceu subsídios para o conhecimento de que a
assistência hospitalar ao parto deve ser segura, garantindo para cada mulher os
52
benefícios dos avanços científicos, mas fundamentalmente, deve permitir e estimular
o exercício da cidadania feminina, resgatando a autonomia da mulher no parto.
Procurou-se apresentar que o processo de humanização do nascimento, que
inclui também a possibilidade de um acompanhante à parturiente, envolve
necessariamente uma mudança de atitudes. Inicialmente do profissional de saúde
que é parte integrante da equipe que presta atenção integral a esta mulher, revendo
seus conceitos, deixando de lado seus preconceitos, para favorecer um acolhimento
completo, técnico e humano à mulher.
Envolve também a mudança de atitude da instituição, que deve estar
estruturada e preparada para esta nova postura, incentivando, favorecendo,
estimulando, treinando e controlando seus profissionais para o desempenho destas
tarefas.
Observou-se ao longo do desenvolvimento da prática, que a instituição
estudada está administrativa e estruturalmente preparada para o processo,
amparada e suportada por normas e diretrizes emanadas pelas instituições
responsáveis pela saúde no país. Faz-se necessário então, envidar todos os
esforços no sentido de estimular e propiciar a introdução destas novas práticas
completamente na maternidade.
Para o bom desenvolvimento dos estudos, necessitou-se, sem dúvida,
embasamento teórico. No caso do nosso campo de atuação, a sala de parto de um
hospital de pequeno porte da região da AMREC/SC, a escolha teórica se deu
previamente através de estudos, que apontaram a Teoria das Necessidades
Humanas Básicas de Wanda Horta como a indicada para o serviço.
Assim, pode-se perceber que este é um trabalho de suma importância na
medida em que a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem
(SAE) está de acordo também com a resolução do COFEN de número 272/2002.
Além disso, a aplicação da SAE e do PE proporciona a melhoria da qualidade da
assistência de enfermagem ao paciente/cliente/usuário e a valorização da profissão
como ciência do cuidado.
Com base nestes resultados, puderam ser respondidas as questões da
pesquisa, que nortearam o presente trabalho. Ficou evidente através do estudo, que
há déficit de profissionais qualificados para a assistência ao RN, devido às
condições financeiras que impossibilitam a contratação de tais profissionais.
53
Apesar da constatação da necessidade de melhorias importantes, conclui-se
que a assistência de enfermagem ao RN, na sala de parto da entidade estudada,
ocorre de forma que possibilita ao RN boa adaptação ao meio extra-uterino. Faz -se
necessário, no entanto, a atuação da enfermeira para qualificação no atendimento.
Espera-se que esta proposta seja um referencial para a assistência de
enfermagem ao RN.
Sendo assim, pretende-se partilhar a experiência com os demais interessados
pelo assunto, abrindo espaço para estudos posteriores.
54
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ANEXOS
58
ANEXO 1