"A ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO À FAMÍLIA DO PACIENTE FRENTE À INTERNAÇÃO NO CTI.”

 

"NURSE'S ASSISTING THE FAMILY OF PATIENT IN FRONT OF HOSPITAL CTI.”

Tatiana Souto Chuff Del Barba¹, Vanessa De Jesus Gomes² e Gabriela Girão Albuquerque³.

¹. Enfermeira Graduada pela Universidade do Grande Rio. Pós Graduada pela UFRJ em Saúde Mental. Enfermeira UPA 24 horas Costa Barros, Enfermeira IMASJM. Email: [email protected]; [email protected]

². Enfermeira Graduada pela Universidade ABEU.  Enfermeira no CTI, Hospital Ronaldo Gazolla.  Email: [email protected]

³. Doutora em Fisiopatologia Médica pela UNICAMP. Professora da Universidade do Grande Rio. Email: [email protected]

•             Resumo

Terapia Intensiva é descrito como local que conta com tecnologia de ponta concomitante a importância do olhar clínico, atenção e sensibilidade da equipe de enfermagem frente ao cliente. A vasta quantidade de profissionais que estão à beira leito, as técnicas e procedimentos invasivos utilizados na terapia intensiva destrói e impacta o bem estar desses familiares, o medo do doente não melhorar, o tempo de estadia no CTI e conseqüentemente evoluir ao óbito, já que o lugar é propício. Momentos, como horários de visitas, são considerados importantes para o elo profissional x família. Nesse momento é imprescindível esclarecer dúvidas e fornecer informações aos familiares quando forem solicitadas de forma clara objetiva e compreensível a todos. O sofrimento das famílias deve ser monitorado, pois eles têm seus entes, com patologias instáveis e necessitando de cuidados intensivos da equipe multiprofissional.

•             Palavras chave: Assistência; Enfermagem; CTI; Família.

•             Abstract

Intensive Care is described as a place that has the latest technology concomitant clinical importance of looking carefully and sensitivity of the nursing team facing the customer. The vast number of professionals who are on the bedside, invasive procedures and techniques used in intensive care destroys and impacts the well being of these families, the fear of the patient does not improve, the ICU length of stay and therefore evolve to death, since the place is ripe. Moments such as visiting hours, are considered important for the professional bond X family. At this point to clarify doubts and provide essential information to family members when requested in a clear objective and understandable to all. The suffering of families should be monitored because they have loved, with unstable conditions requiring intensive care and the multidisciplinary team.

Key words: Nursing; Care; Family; CTI.   

 

  • Introdução

Existem três vertentes dentro da terapia intensiva que devemos considerar quando pensamos em CTI.

A primeira vertente é o ambiente, que conta com uma planta física exuberante de tão assustador, pelo simples fato de ter máquinas muito modernas, porém não deixa de carregar consigo o estigma da morte.

A segunda vertente é a assistência de enfermagem, profissionais altamente capacitados, circulando dentro do setor e realizando cuidados intensivista à beira leito, devido o foco da assistência no CTI.

A última e grande vertente é o principal motivo dessa pesquisa que é a família desse doente que fica comprometida mentalmente, sem direção, pois seu ente querido se encontra naquele ambiente cheio de estigma.

A família nesse momento se consome tanto que acaba em total desgaste físico, mental e emocional, e muitas das vezes adoecendo junto ao seu familiar, deixando suas atividades diárias e elaborativas em segundo plano para viver intensamente a doença e a internação desse indivíduo. “O cuidar, inclusive do familiar, implica em perceber o outro como ele se mostra nos seus gestos e falas, em seus conceitos e limitações [1]”.

Um enfoque muito importante é como a enfermagem poderá contribuir com a melhoria na qualidade de vida desse familiar, que está em segundo plano, e nem por isso, é menos importante. Oferecer assistência é dar informações e esclarecimentos simplificados e objetivos sobre o quadro clínico que se encontra esse doente. A escuta desse familiar, como ele se sente e zelar e proporcionar para conforto dessa pessoa que se encontra em estado de sofrimento. Uma vez que essa família entra no CTI, é preciso cuidar desses indivíduos e inclui - lá como parte importante do processo do cuidado de enfermagem [1].

Acolher essa família é fundamental para uma assistência de enfermagem humanizada.

Esse artigo tem como objetivo identificar em que momento a família necessita de esclarecimento e cuidado, suprindo a necessidade de atenção, visando à redução de danos como a incerteza e preocupação com seu familiar.

  • Metodologia

 Para realização do nos trabalho foi utilizado um método descritivo exploratório, com a finalidade de obter conhecimento teórico científico sobre o tema, a fim de aliar a prática de prestar uma assistência de enfermagem diferenciada no que diz respeito à qualificação.  

A presente pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa pesquisada a partir do levantamento de literatura de revistas científicas e livros da área da enfermagem.

Foi realizada a seleção de artigos pela internet, em sites de busca, onde utilizamos as palavras chaves como assistência - enfermagem - CTI – Família – Humanização. A partir dessa pesquisa foram filtrados 15 artigos, do período considerado de2008 a2011. Foram escolhidos artigos que enfocavam a família, sendo que destes, foram utilizados 07 artigos no trabalho. Utilizamos também outros recursos de pesquisa, como 05 livros e o Código de Ética da Enfermagem.

  • Contextualizando o Ambiente do CTI

A Terapia Intensiva é um local que conta com uma gama de tecnologia de ponta e que, por conseqüência disso, há profissionais altamente capacitados e que contam com a ajuda de parâmetros. Há uma possibilidade muito grande para reverter quadros clínicos diagnosticados como instáveis compensando a comorbidade, no caminho da cura ou no mínimo a estabilização do quadro patológico. O CTI é um universo onde se somam tecnologia de ponta, conhecimento científico atualizado e competência técnica dos profissionais. Então, ainda que no imaginário, instala-se ali o poder das grandes decisões e do controle da vida e da morte [2]”.

Em contrapartida, deve-se repensar e citar os pontos negativos desse ambiente, que tem como descrição um local frio, com um quantitativo de máquinas e sons alarmantes. Esses ruídos geram um desconforto não só aos doentes, mas também aos familiares que vão visitá-los. A cada alarme de máquinas, ventiladores, monitores, o questionamento do prognóstico real do seu familiar, contribuindo para um desequilíbrio emocional a todos que adentram neste setor, tanto para quem cuida quanto para quem é cuidado [3].

Deve-se levar em consideração também, o doente que apresenta o nível de consciência preservado, presenciando todo o momento temível de sua estadia na terapia intensiva, momentos isolados das pessoas que esse doente ama, sua vida cotidiana, daí a lacuna para vários questionamentos, medos e principalmente o incômodo do doente quanto ao ruído dessas máquinas. O ambiente, o excesso de máquinas e equipamentos a despersonalização do cuidado tem efeitos perigosos na condição psicológica do cliente e de seus familiares, associado principalmente ao medo da morte [4].

Esse fator dificulta o vínculo do profissional de enfermagem com o cliente, e família trazendo prejuízos no cuidado. Tal como a incerteza da reabilitação e a falta de esperança de traçar planos para futuro, resgatar seus valores que um dia foi lhe roubado.

“A interação na UTI rompe bruscamente com o modo de viver do paciente e seus familiares [5].”

  • Assistência de Enfermagem

 

Em conseqüência de toda essa tecnologia o profissional de Enfermagem, acaba por desenvolver um cuidado mecanicista, altamente qualificado, porém frio no sentido psíquico do paciente. Esquecendo que esse indivíduo tem necessidades de uma vida elaborativa, autônoma e desejos que devem ser considerados na internação. O Exercício Profissional de Enfermagem exige Competência Técnica, porém somente esta não é suficiente para garantir um cuidado de qualidade. [2].”

A enfermagem acaba prestando cuidado impessoal desconsiderando ou achando irrelevante o fator psicossocial. O cuidado da enfermagem intensivista ultrapassa fatores como embasamento simplesmente em parâmetros precisos obtidos através de recursos tecnológicos e com pouca chance de falência nos resultados obtidos. É assistir o doente como um todo, em todos os aspectos individuais desse sujeito.

O cuidado da equipe de enfermagem requer certa cautela e atenção no que se refere à assistência, pois, os profissionais, viabilizam um olhar diferente nesse indivíduo tanto no âmbito de instabilidade clínica (que é o mais observado e mais cuidado pela equipe intensivista), quanto no âmbito emocional, que ao ser admitido nessa unidade apresenta-se com sentimentos diversos, mas na maioria das vezes, são sentimentos de origem negativa como insegurança e principalmente medo [4].

Uma equipe multidisciplinar andando de um lado para o outro, procedimentos altamente invasivo, máquinas com tecnologia de ponta, ruídos e excesso de multiprofissionais ativa o anseio de sair dali e retornar ao seu seio familiar, onde o doente é acolhido pelo medo de não sair dali, que é um dos primeiros pensamentos de alguém que está internado na Terapia Intensiva.

Olhar o sujeito de forma holística também é importante, visto que o sujeito tem sua vida, seus valores, e resgatar a essência desses indivíduos que está utilizado dos serviços da terapia intensiva, não há como esquecer que está ali uma pessoa, com sua vida interrompida pela fria internação, mesmo que momentânea.

Tendo ele o conhecimento de que para a sociedade a UTI significa sofrimento, morte, tecnologia e falta de humanismo e sabendo ainda que o paciente internado neste espaço depende quase que inteiramente do cuidado do outro, é necessário que além do domínio de todos os aparatos tecnológicos o enfermeiro possibilite a diminuição de seu isolamento e medo da solidão proporcionando um contato mais próximo com a família e, para um resultado satisfatório deve então preparar e cuidar o familiar para que este possa realmente ser incluído na assistência, o que, acaba por promover um ambiente mais humano possibilitando o afeto e o carinho tão necessários neste momento [6:08].

Tantos afazeres, tantos parâmetros e a responsabilidade com manter a qualidade da assistência intensivista contribui para profissionais com escassez de sentimentos. Em volta de todo esse cenário, há a família, que percebe todo o conduzir desta estadia do seu familiar no CTI, em conseqüência disso o ambiente apavorador desestabiliza os familiares deixando apenas o medo do desconhecido e a incerteza do retorno desses indivíduos ao seio familiar. O cuidar deve estar concomitante aos trabalhos das máquinas, denotando que, enquanto esse é mecânico, sem vida e sem magia, aquele pode estar impregnado de ternura, amor e respeito [7].

O tempo de permanência geralmente depende da melhora e reabilitação do doente, mas muitas vezes se faz necessário a presença da família para que o doente se sinta mais seguro e consiga estabilidade. Por esse motivo, a assistência de enfermagem também deve ser extensiva aos familiares. Apesar da inflexibilidade das rotinas de algumas instituições, a enfermagem tem um papel preponderante nas informações para pacientes e familiares. A Resolução do COFEN estabelece que cabe ao enfermeiro prestar informações adequadas ao cliente/família a respeito da assistência de enfermagem[8].

  • Um Enfoque a Família

A família é um ponto importante no CTI, por este motivo devemos perceber em que momento a família necessita de cuidados e esclarecimentos, suprindo-lhes suas necessidades e proporcionando-lhes à atenção necessária.

As pesquisadoras atuam e acreditam que é de extrema importância do enfoque familiar e assistência intensiva por experiências vivenciadas por elas com o aspecto mecanicista, devido à errônea utilização de monitores e máquinas, que deveriam ser utilizadas para complementar a assistência, pertinente ao olhar clínico, e atenção junto do cliente. A enfermagem tem que perceber que as máquinas isoladas não têm tanto valor quanto o toque e a escuta, que na maioria das vezes, principalmente, para o familiar é de extrema ajuda para o indivíduo superar separação momentânea ou não de seu ente querido.

Toda essa impessoalidade massacra os conceitos de humanização, que acarretará em prejuízos para o paciente e seus familiares, que nesse momento foram exonerados de suas responsabilidades e de sua essência, que é individual, mas, porém é imprescindível a todo ser humano.

A família deve ser preparada para a sua experiência no CTI. A condição, o estado de alerta e o aspecto do paciente devem ser descritos em termos adequados para o seu nível de compreensão. Qualquer equipamento deve ser explicado antes que a família veja o paciente; O enfermeiro deve acompanhar a família junto ao leito para fornecer explicações. As intervenções do enfermeiro devem estar direcionadas a prestar suporte ao familiar para enfrentar estes momentos. O enfermeiro passa a ser um elo indispensável entre o paciente e a família [2].             

Levando então em consideração o cuidado, e em contrapartida o, cuidado com o ser humano, devemos fazer o possível para que essa assistência seja feita de forma humanizada.

A escuta do profissional de enfermagem vai além do cuidado do cliente, envolve também a família que sofre pela doença de seu ente, é importante sim, para dar o ponto de partida, para diagnóstico e tratamento do processo saúde - doença. Mas não é único, não é só isso. O enfermeiro deve atuar, também, no sentido de reforçar os mecanismos de enfrentamento desses familiares, com o objetivo de fornecer apoio emocional e mobilizar sentimentos positivos. A enfermagem, sendo uma profissão que enfatiza o cuidado personalizado e holístico, deve se preocupar em atender, não apenas as necessidades dos pacientes, mas também de seus familiares (9).

Um importante tópico a ser discutido é o horário de visitas do CTI, sendo considerado pelos profissionais o momento de deixar o doente a sós com seus familiares. No entanto, a presença do profissional é imprescindível para dar apoio, esclarecer dúvidas e fornecer informação aos familiares quando forem buscadas.

Deve-se levar em consideração também um ato pertinente à internação que é o momento que o doente é admitido na Terapia Intensiva, inicia uma série de questionamentos aos familiares (Será que vai demorar a ter alta? É muito grave? e  outros) mas que vem sempre acompanhados com o medo e a insegurança. Um misto de sentimentos negativos e imensuráveis por quem nunca passou por este fato.

O fato de ver seu familiar apenas nos horários de visitas e restrito, é um fator que gera certa insegurança por não poder estar a todo o momento com seu ente querido. O fato da visita curta e rápida gera sentimentos questionadores sobre o fato de o seu ente estar bem atendido e bem cuidado, deixando então na maioria das vezes os familiares tensos, cheios de questionamentos e em busca de informação. Existe a necessidade das famílias de se comunicar com a equipe de Enfermagem durante os horários de visita, receber orientações e esclarecer dúvidas, assim como, ter satisfeita sua necessidade de conforto, receber palavras carinhosas e atenção [1].

No ápice dessa internação o sofrimento, ansiedade e estresse das famílias também devem ser monitorados, pois essas pessoas têm seus entes queridos em situação clínica delicada, instável e necessitando de cuidados intensivos da equipe multiprofissional. A ampla quantidade de profissionais que estão à beira leito, e as técnicas e procedimentos invasivos utilizados na terapia intensiva destrói e impacta o bem estar desses familiares, o medo do doente não conseguir melhorar, o tempo de estadia na terapia intensiva e conseqüentemente evoluir ao óbito, já que o lugar é propício atinge a família quando vai ao CTI. Só a presença da família dá um conforto diferencial a este indivíduo, que está vulnerável a todos os tipos de doença tanto clinicamente quanto psicamente e estar junto da família contribui para que o paciente se sinta seguro e amado [10].

É importante também ressaltar que a família entra em crise quando vê seus familiares internados na terapia intensiva, devido o isolamento, o afastamento do seu ente querido de sua vida social (como afastamento de sua própria casa, trabalho, lazer, enfim, seu cotidiano diário) e, principalmente, quando esse doente e o gestor da família, o responsável, aquele individuo que tem responsabilidades financeiras para com toda a família. O cuidado holístico deve incluir também o cuidado com a família, resgatando o conceito de bem estar psicossocial, psicoespiritual [11].”

 O estresse aumenta ainda mais quando doença ocorre de forma aguda e inesperada, de uma hora para outra o gestor principal da família esta impossibilitado de cuidar dos seus, sendo que neste momento é o gestor que necessita dos cuidados dos seus familiares. Esses fatores desorganizam a estrutura familiar, uma vez que o gestor é bruscamente retirado do ambiente, onde o domínio de uma estrutura é unicamente dele [12].

O medo do gestor, que é a âncora da família, não retornar ao seio familiar deixa todos os familiares perdidos, pois quem toma as decisões familiares está impossibilitado de fazer. Sem contar com o medo da perda da pessoa amada, a instabilidade financeira faz com que os familiares se desestruturem. “O fato de ter um membro da família internado, geralmente causa situações de sobrecarga de responsabilidades para outro membro da família, alteração de horários e mudança da rotina diária familiar [4].”

Para tentar diminuir o nível de ansiedade que nesse momento esta altíssimo e reduzir o medo é importante esclarecer aos familiares de forma clara, objetiva, simplificada e sincera todo o quadro clínico, e também procedimentos invasivos sempre de forma que os familiares consigam entender para que os familiares se sintam seguros quanto ao tratamento proporcionado as seus entes. Nem sempre os termos técnicos devem ser ditos, pois se o familiar for leigo, de nada adiantará, pois são termos que só os profissionais conhecem.

É importante informar sobre a tecnologia utilizada para o doente, simplificadamente sem termos técnicos e de difícil compreensão para leigos. De nada adianta especificar os detalhes dos procedimentos realizados, enquanto o familiar apenas deseja saber se o seu familiar ficará bem ou não. Esclarecer as dúvidas e dar informações necessárias pouco tem a ver com os detalhes de métodos que na maioria das vezes a família nem se quer ouviu falar. “A família deve ser acolhida em seus questionamentos e dúvidas. Os diálogos devem ocorrer diariamente, sem necessidade de detalhamento técnico com linguagem acessível [12].”

A comunicação da equipe de enfermagem com os familiares também é um ponto norteador a ser citado, devido ao fato do paciente gravemente enfermo estiver impossibilitado de qualquer forma de comunicação verbal com a enfermagem. Sendo assim, se faz útil a inserção da família na assistência, pois só com a ajuda da família, é que o enfermeiro e sua equipe se sentirão seguros para entender o processo saúde-doença desse indivíduo e a partir daí traçar metas para uma assistência humanizada no CTI.As principais categorias de necessidades dos familiares são informação - orientação e segurança [11].”

Existem duas formas de comunicação a verbal, já citada anteriormente e a comunicação visual, que é aquela que se expressa num olhar, num toque, numa escuta, em alguns momentos que o profissional da enfermagem, que está cercado de máquinas, dispensa para conhecer mais aquele indivíduo e a própria família, que tem de se estabelecer, para proporcionar segurança afim do restabelecimento de comorbidade daquele indivíduo.

A tríade, primordial para cuidado humanizado, é importante para tentar amenizar os medos e a forma excludente como o setor impõe para os seus usuários. A família é usada nesse sentido, da inclusão do indivíduo nesse ambiente e mais que isso incluir também seus valores, únicos nessa assistência, deixando claro e compreensível detalhes e particularidades sobre o quadro do doente, envolvendo a família com a informação [12].

Essa captura da família e inserção na assistência traz para o cliente sentimento de segurança, pois tem em seu familiar alguém que ele confie, logo a participação da família na assistência de enfermagem, só traz benefícios para esse cliente. “Manter os familiares informados; Envolvê-los no cuidado do paciente; Construir relações fortes entre equipe de enfermagem X paciente X familiares [11].”

  • Considerações Finais

 

Considerando que a equipe de enfermagem deve observar e assistir o paciente como um todo, porque não atentar também para os seus familiares que ao deixarem seus entes queridos aos cuidados dos enfermeiros, se entregam ao sentimento de medo e insegurança. Por este motivo, a equipe de enfermagem, em especial, o enfermeiro deve pensar intuitivamente permitindo-se aprender a ser receptiva e atenta aos estímulos transmitidos pelas pessoas que estão a sua volta, de modo a satisfazer muitas das necessidades físicas, emocionais, espirituais e sociais dos pacientes e seus familiares.

Por isso, considera-se imprescindível que a equipe de enfermagem designe um espaço para refletir sobre a importância da família como participante ativa no cuidado prestado aos pacientes e como potencializadora na recuperação de sua saúde.

  • Referencias Bibliográficas
  1. Inaba LC, Silva MJP, Telles, SCR. Paciente crítico e comunicação: visão de familiares sobre sua adequação pela equipe de enfermagem. Rev. Esc. Enferm. 2005; 39(4): 423-429.

 

  1. Silva LD. Assistência ao paciente crítico: Fundamentos da Enfermagem. Rio de Janeiro: cultura médica; 2001.

 

  1. Dias, GT; Souza JS, Barçante TA; Franco LMCF. Humanização do Cuidado na UTI: uma possibilidade real. Portal do enfermeiro. 2008; 30(5): 1-14.
  1. Santoro D, Molinaro LC, Behring LPB, Monteiro MLG, Silva RCL. Cuidados de Enfermagem em Terapia Intensiva. Rio de Janeiro: Águia Dourada; 2008.
  1. Siqueira AB,  Filipini R, Posso MBS, Fiorano AMM, Gonçalves AS. Relacionamento enfermeiro, paciente e família: fatores comportamentais associados à qualidade da assistência. Biblioteca Virtual e Saúde – Lilacs. 2006; 31(2): 73-77.

 

  1. Oliveira LJV, Casaril S. Humanização: Comunicação entre enfermeiros e familiares de paciente internados na UTI.  Medicina Intensiva. 2008; 43(1): 1-23
  1. Leão VLX, Vilela ABA, Santos GA Humanização do Cuidar na Unidade de Terapia Intensiva: uma proposta essencial. Revista Enfermagem Brasil. 2007 abril; 6(2): 120-126.
  1. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Conselho Federal de Enfermagem Resolução -160. Artigo 26. Rio de Janeiro, 1993.

 

  1. MaruitiI RM, Galdeano LE. Necessidades de familiares de pacientes internados em unidade de cuidados intensivos. Acta Paulista de Enfermagem. 2007.20(1): 37-43.
  1. Silveira RS, Lunardi VL, Lunardi Filho WDF, Oliveira AMN. Uma tentativa de humanizar a relação da equipe de enfermagem com a família de pacientes na unidade de terapia intensiva. Texto e contexto - enferm. 2005. 14(1): 125-130.
  1. Knobel E. Terapia Intensiva: Enfermagem. São Paulo: Atheneu; 2010.
  1. Viana RAP, Whitaker IY. Enfermagem em Terapia Intensiva: Práticas e Vivências. São Paulo: Artmed, São Paulo; 2011.