Duas descrições da criação do homem

A dualidade onda-partícula, ou dualidade matéria-energia, constitui uma propriedade básica da mecânica quântica e consiste na capacidade das partículas subatômicas de se comportarem ou terem propriedades tanto de partículas como de ondas.


As duas arvores

Exitem duas arvores, a arvore da Vida e a arvore do Conhecimento como existem duas descrições do homem. Não querendo criticar as escrituras. Mas é exato que as dua citações da criação do homem diferem consideravelmente.

Lembramos que a Sabedoria que é "única" se desdobra para ser compreendida pelo entendimento Humano.

A HISTORIA DO PECADO DE ADÃO justifica até certo ponto, mas resta, a seguinte pergunta: Porque Adão pecou? É preferível que a dualidade Adâmica seja originada na criação do próprio Adão, do que aceitar no gênese à transgressão de Adão.
A contradição imaginaria entre as duas versões não reside na dualidade histórica, mas na contradição efetiva da natureza do homem.
Em gênese I: D´us ao criar o homem Disse-lhe cresceis e multiplicai-vos, e encheis a terra, e, submetem-na, e tenham autoridade sobre os peixes do mar e sobre os pássaros do céu, e , sobre todo ser vivente, que se move sobre a terra.
Em gênese II: É então D´us formou o homem do pó da terra, e insuflou nas suas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se uma alma vivente. Assim D´us plantou um jardim em Éden, no oriente, e colocou o homem que Ele tinha formado.
Citaremos quatro divergências maiores entre as duas narrações:
1. Na criação do primeiro Adão, foi mencionado que o mesmo foi criado à imagem de D´us, mas nada foi dito sobre como foi feito seu corpo. Na segunda narração foi dito que o homem foi feito do pó da terra e que, D´us insuflou nas suas narinas o sopro da vida.
2. O primeiro Adão recebeu a incumbência de D´us de encher a terra e submeter-la, enquanto ao segundo Adão se viu na tarefa de cultivar o jardim e de guardá-lo.
3. Na primeira narração, macha e fêmea foram criados juntos, enquanto o segundo Adão foi criado sozinho e Eva apareceu em seguida como sua companheira e seu complemento.
4. Enquanto que na primeira narração aparece somente o nome de ELO-HIM (D´us da ação) na segunda narração foi acrescentado o nome de Y-H-V-H (D´us Supremo).
Não há duvida que a expressão "Imagem de D´us" na primeira narração se reporta a capacidade criativa do homem. A semelhança do homem com D´us é que o mesmo se torne criador. Para esta tarefa foi dado ao homem; honra, gloria e majestade.
Honra e gloria são subentendidos pelos termos "Você o fez dominar sobre as obras de Tuas Mãos" Em outras palavras, a dignidade adquirida pela gloria de sua condição majestuosa frente ao seu meio ambiente.
A existência futil é sem dignidade, pois a mesma é sem poder. A existência humana so é revestida de dignidade quando for gloriosa, majestuosa e potente pela sua inteligência de criar.
A equação: humanidade= dignidade = gloria e majestade só é valida quando seguida de responsabilidade, essas são as qualidades de um espírito criador. Pois uma vida entregue as forças elementares e impulsivas é uma vida sem responsabildade e sem dignidade. O futil é impotente é consequentemente pouco digno.
Também, o primeiro Adão pela sua audácia conquistava a vitória das forças cósmicas, devido à semelhança com seu criador.
O segundo Adão: 1) estranha a sua posição no universo e questiona a sua existência. 2) que fim leva a messagem contida na matéria? Que significa o desafio de ir além das fronteiras do universo ou na profundeza da minha alma atormentada.
O segundo Adão não cria, como o primeiro, seu próprio mundo. Mas deseja compreender o mundo vivo, dado, no qual ele foi projetado.
Ele encontra o universo com toda sua diversidade seu esplendor e sua grandeza, mas o estuda com a admiração inocente e temida de uma criança, que procura o maravilhoso em cada objeto ou evento ordinário. Deseja as respostas para "porque?" "o que?", e "quem?".
Em suma o segundo Adão não explora o universo cientificamente abstrato, mas um mundo qualitativo e iresistivelmente tentador no qual ele estabelece uma relação intima com seu criador. O segundo Adão vive uma união estreita com D´us. A experiência existêncial do seu "eu" é construída com a mesma consciência de sua comunicação com o Ser Supremo, no qual ele descobre os traços nos mais variados caminhos da criação.
O segundo adão nunca esquece que veio do pó. A insegurança existencial dele provém de uma grande parte, de seu trágico destino de ser um ser temporal. Ele é incapaz de fixar seu lugar na corrente tumultuada do tempo. Ele é consciente de um futuro infinito que continuara a fluir bem além de sua inexistência. O segundo Adão experimenta a efêmera e a instabilidade de uma existência "presente" não ancorada nem "antes" nem "depois".
O homem majestuso não se defronta com o problema do tempo. O tempo no qual ele obra e que ele conhece se define pela quantidade, e é espaçado e medido, e se integra na coordenada de um sistema cósmico. O "antes" e o "depois" só são compreensíveis num quadro de uma seqüência casual de eventos.
O homem majestuoso vive em micro-unidades de tempo, e se move folgadamente de "agora" para um outro "agora", ignorando absolutamente o "antes" e o "depois".
Só o segundo Adão, para o qual o tempo é uma experiência pessoal envolvendo todo o ser, deve se mensurar ao estado trágico e paradoxal que lhe é inerente.
A identidade do primeiro Adão advém de seu conhecimento da verdade, enquanto que a identidade do segundo Adão advém do meio em que ele vive.