A arte tem uma função tão importante quanto à dos outros conhecimentos no processo do ensino e aprendizagem. Com relação à  arte na educação infantil, os pressupostos eram mais voltados à  recreação do que às articulações com a arte na educação está em processo de rupturas e transformações, exigindo das políticas educacionais, e dos cursos de formação de professores um comprometimento. Os professores de arte devem organizar um espaço de cultura que possibilite a ampliação das expressões e das linguagens da criança. Pois a leitura de mundo precede sempre a leitura da imagem/arte e com isso implica a continuidade; em outras palavras, não há leitura de imagens que não seja influenciada pela experiência do leitor. Ao desenvolver atividades de arte as crianças são estimuladas a pensar de um novo modo, despertando entusiasmo, favorecendo uma compreensão mais abrangente.

Compreendendo as diferentes linguagens da arte e enfatizando a importância de saber ler e interpretar para ampliar a criatividade das crianças instigando-as a aprender alguns conceitos que auxilie a resolver situações no dia-a-dia, sistematizando o que a criança já faz naturalmente. Precisamos de uma “Alfabetização Visual”, pois através das linguagens estaremos nos preparando para decodificação da gramática visual.

            A preocupação em reverter à situação em favor de uma escola que valorize os aspectos educativos no universo da arte, a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases). 9394/96 define arte como componente curricular obrigatório classificando-a a partir dos parâmetros curriculares nacionais, em quatro linguagens: Arte Visuais, Dança, Música e Teatro entendendo a arte como linguagem que pode ser aprendida, decodificada, experimentada e contextualizada e fazendo com que a criança que vive essas experiências na escola seja mais capaz de ler o mundo à sua volta e de exercer sua cidadania.

           

“A arte é complexa por natureza e situada no movimento dinâmico que é sua própria constituição, pressupõe, hoje transformação e mudança. O que se pode considerar como constante é o movimento de transformação que a arte propõe e que está presente tanto para seu criador quanto para quem a usufrui”. (De Camillis, 2002, p.25).           

Não devemos esquecer que a arte tem um papel articulador no processo de socialização e educação da criança, pois o comportamento humano é quase sempre guiado pelos estímulos do meio. Vigotsky ressalta a natureza mediadora da educação assim a criança é capaz de aprender coisas em interação com seu objeto de conhecimento, esta ação vai depender da ação do outro. Educar e fazer a arte tem sem dúvida seus pontos de convergência: são atividades humanas que tem como um de seus aspectos centrais o processo de sua formação.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais nos mostra que a escola tem a função de instrumentar os alunos utilizando a arte em cada nível de desenvolvimento para que sua produção artística ganhe sentido e possa se enriquecer também pela a reflexão da arte como objetivo de reconhecimento.

Ao fazer e conhecer a arte o aluno percorre trajeto de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação como o mundo e contribuem para a sua apreensão significativa dos conteúdos das outras disciplinas do currículo escolar.

Através da arte os alunos vão desenvolvendo várias habilidades, com a mediação da escola essas vão se potencializando; Ex. percepção, reflexão, sensibilidade, imaginação, intuição, curiosidade, flexibilidade e ampliação das relações sociais.

Algumas propostas de arte estão sendo propagadas nas escolas, destacando-se aquelas que têm se afirmado pela abrangência e por envolver em ações que estão interferindo na melhoria do ensino e da aprendizagem. Destaca-se ainda o encaminhamento pedagógico-artístico que tem como base a integração do fazer artístico, a apreciação e o contexto histórico.

A arte no ambiente escolar faz com que as crianças se expressem, comuniquem e atribuem sentidos às sensações, sentimentos e pensamentos. Estando presentes no cotidiano da vida escolar, a criança ao rabiscar e desenhar no chão desenvolve o movimento, o equilíbrio, o ritmo, a harmonia, o contraste, a continuidade, a proximidade e a semelhança que estão atribuídos na criação artística.

É possível identificar espontaneidade e autonomia na exploração e no fazer artístico das crianças, em seus trabalhos são revelados o local e a época histórica em que vivem; suas oportunidades de aprendizagens e suas idéias. Assim elas sentem, agem, refletem e elaboram sentidos dessas experiências sobre, como se faz, o que é, para que serve e outros conhecimentos a respeito da arte.

“Para tanto, a escola deve colaborar para que os alunos passem por esse conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal. É esperado que o aluno, ao longo da escolaridade, tenha oportunidade de vivenciar o maior número de atividades artísticas, precisando assim ocorrer de modo que essas atividades sejam desenvolvidas e aprofundadas durante a Educação Básica.”

(Referencial Curricular Nacional)

O ensino das diferentes linguagens artísticas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental deve estar centrado na criança e no seu contexto social. Essa interação auxilia no desenvolvimento psíquico, cognitivo e emocional. O professor precisa estar atento as essas características do ensino, estimulando e orientando o aluno sem o risco de influenciar de maneira negativa o desenvolvimento do mesmo.