Acredito que nós os adultos pecamos quando não damos informações necessárias à nossas crianças
e jovens. Adultos de classe média e alta do Brasil não permitem que suas crianças tenham conhecimento da realidade social vivida pela população pobre. Elas crescem isoladas, separadas de outras crianças de renda inferior, acreditando ser igual as demais.

É grande a falta de preparação dos adultos para responder a questionamentos feitos pelas crianças quando se deparam nas ruas com crianças que se encontram em situações diferente da que elas vivem. É preferível desenhar uma história diferente da real e contá-las para suas crianças e
fazê-las acreditar nela.

Alguns jovens vivem a mercê dos aparelhos tecnológicos, produtos da globalização, e não têm espaço para pensar nas questões sociais que permeiam a sociedade de outros jovens brasileiros.
Há os que recompensam suas crianças com brinquedos e passeios e não abrem mão disso para agradá-los e assim fazendo cooperam para com a injustiça social. Esta semana assistindo uma entrevista na televisão, ouvi o relato de uma educadora dizendo que uma mãe se negou a fazer uma doação dos brinquedos de seus dois filhos, que a propósito estavam muito animados em fazê-la, por não querer abrir mão de tão pouco e dividir com os mais carentes. Pergunto-me onde está a solidariedade brasileira.

A banalização da injustiça social é a tolerância a não denúncia e, além disso, a cooperação e a participação em se tratando da injustiça e do sofrimento infligidos a outrem. É necessário que os adultos assumam suas responsabilidades de mostrar e alertar nossos jovens sobre a desigualdade
que existe no mundo, criando assim esperança de que é possível um Brasil diferente. Precisamos educar melhor nossas crianças. A responsabilidade está em nossas mãos.

Mônica Lopes Rodrigues