Deus nos deu o dom da vida, e por isso, todas as pessoas que nascem neste mundo amam a vida. Por mais depressiva que a pessoa esteja, por mais sofrimentos que venha passar, a vida clama para continuar existindo. O homem tem dentro de si um sentimento de eternidade posto por Deus (Eclesiastes 3:11), e por mais ruim que possa ser este mundo, a verdade é que ninguém quer morrer. Atualmente a psicologia está mudando de conceito sobre a questão do suicídio. O psiquiatra Augusto Cury disse (no seu livro O Futuro da Humanidade), que o indivíduo que comete suicídio não está buscando a morte, mas sim acabar com um sofrimento insuportável que o aflige. Até mesmo Satanás reconheceu como o homem será capaz de tudo para preservar a própria vida: “Então Satanás respondeu ao Senhor: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida”. (Jó 2: 4)
Portanto, de todo tipo de morte que pode acontecer, o suicídio físico deve ser considerado apenas como uma possibilidade remota para cada pessoa. O mesmo pode ser aplicado ao dom da vida eterna dado gratuitamente em Cristo. Alguns teólogos comparam o suicídio físico com o suicídio espiritual que seria o abandono da fé em Cristo. Esses teólogos afirmam que a idéia de “um indivíduo regenerado” tornar-se apóstata e vir a finalmente perder-se, é realmente apenas “hipotética e teórica”. Dessa forma concluem que se suicidar espiritualmente é muito menos provável que o suicídio físico (uma vez que o suicídio físico é uma possibilidade muito menor), e por isso o suicídio espiritual deve ser considerado também apenas como uma possibilidade remota. Se do ponto de vista humano o suicídio torna-se uma possibilidade remota, do ponto de vista da graça de Deus tal possibilidade nunca pode tornar-se realidade. O dom da vida eterna, a divina semente, os frutos do Espírito, a presença do Espírito Santo e o dom da fé fazem com que o crente por si só (por mais que tenha cometido algum pecado grave), queira continuar em Cristo. Se observarmos o livro de Hebreus veremos que embora o autor desse livro fale tanto do perigo da apostasia, ele sempre deixa claro que nem ele mesmo nem seus leitores poderiam ter qualquer intenção de cometer suicídio espiritual. Muito pelo contrário, não somos da descrença, mas somos da fé para a conservação da alma (Hebreus 10:39).