Uma reportagem publicada no jornal americano "The New York Times" afirma que a sugestão feita por líderes globais de que a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país está causando preocupação no Brasil. O jornal diz que vários líderes internacionais estão declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território.

Obviamente o governo brasileiro não ficou muito satisfeito com essas declarações e prometeu tomar medidas drásticas para a proteção de seu território e a manutenção de sua soberania, já encomendando milhões de quilômetros de arame farpado, para cercar a região, deixando o setor siderúrgico ouriçado. As madeiras para o cercamento, por uma questão de logística e de custo, virão de madeireiras clandestinas da própria Amazônia. Outra medida foi dar um ultimato para os exploradores de todos os pontos do planeta que dizimam a flora e a fauna da região, dando-lhes, no máximo, noventa e nove anos para saírem de lá, sob pena de multa de cento e vinte reais, paga em dez vezes.

Enquanto não põe em prática essa estratégia de proteção à região, o governo brasileiro está pensando em delegar para os americanos o direito de escolher e credenciar quais os cientistas internacionais e ambientalistas que podem entrar nessas áreas, e quais companhias podem explorá-la.

Apesar disso, o presidente discursa pelo mundo afora, críticas sobre mudanças climáticas e desmatamentos, perdendo-se na contradição de não conseguir controlar um milésimo da região amazônica, enquanto é o embaixador mundial pela utilização de recursos energéticos vindos da terra, fingindo preocupação com o futuro do planeta.

Na verdade essa preocupação do Brasil em não permitir haver interferência externa em seu território, especialmente a Amazônia, até que é interessante, mas fica parecendo mais a história do pai que, querendo que a filha case virgem, enquanto escolhe o futuro marido para ela, deixa a menina se virando num prostíbulo.

Sérgio Lisboa.