A Adolescência/Juventude e a Homossexualidade: Uma análise da vivência nos espaços de relação

 

 

Michele Cristina Leardini[1]

 

 

RESUMO

A adolescência é uma fase muito complexa e mutável sob a ótica emocional e biológica na vida do ser humano. É neste período que acontecem várias alterações no corpo que afetam diretamente a individualidade e a formação da personalidade. Culturalmente, verificamos que os jovens heterossexuais anseiam e são estimulados às descobertas sexuais, entretanto, a prerrogativa é que busquem integrar-se às normas sociais praticadas. Os que se descobrem homossexuais tem os mesmos anseios, entretanto a vontade de viver e a culpa impetrada pela normativa os levam a permanecer constantemente à margem. Seguindo essa análise foram estudadas as atividades realizadas pelo grupo E-Jovem de Campinas, especificamente os participantes do grupo e-camp, sendo aplicado um questionário semiestruturado. Nesse sentido, este trabalho busca compreender quais as dificuldades enfrentadas por jovens e adolescentes homossexuais nos espaços de convivência, como família e escola.

 

Palavras-chave: adolescência, homossexualidade, família, escola.

 

ABSTRACT

Looking from an emotional and biological point of view, adolescence is a complex and mutable period at human being life. During this period there are many changes on human body that directly affect the identity and personality building up. Culturally, we verify that hetrosexual youths desire and are instigated to sexual discoveries. However, the prerogative is that they try to join social standards. The youths who find themselves as homosexuals have

the same desires. Nevertheless, the will of living and the guilt impetrated by the norm force them to live layed aside. Following this analysis, Campinas E-Jovem group activities were investigated, specifically the e-camp group members which answered a semi-structured questionnaire. Therein, this paper seeks comprehension of youth and adolecence gays difficulties at sociability spaces as family and school.

 

Key words: adolescence, homosexuality, family, school.

 

 

INTRODUÇÃO

Dentre todas as fases da vida humana, cada uma tem sua peculiaridade. Conflitos, interesses, erros e acertos mesclam a transposição destes períodos e as escolhas fazem parte do cotidiano de cada indivíduo.

A adolescência é um momento muito complexo e mutável sob a ótica emocional e biológica na vida do ser humano. É nesta fase que acontecem várias alterações no corpo que afetam diretamente a individualidade e a formação da personalidade. Portanto, a adolescência tem como peculiaridade a contemplação do eu enquanto indivíduo, abolindo a existência como extensão dos pais, por isso os conflitos e embates tendem a se elevar, afinal para existir enquanto pessoa é necessário contestar aquilo que se era antes.

Os adolescentes e jovens ao iniciarem a vida sexual passam a ser vistos socialmente como adultos o que acarreta uma ambiguidade na assimilação individual como parte de um contexto social pré-definido, pois, apesar de se apresentar como sexualmente adultos ainda vivem situações de dependência nas dimensões econômicas e familiares.

Culturalmente, temos adolescentes heterossexuais que nessa fase anseiam e estimulados às descobertas sexuais, entretanto, a prerrogativa é que estes busquem integrar-se às normas sociais praticadas. Já o adolescente que se descobre homossexual, tem os mesmos anseios, entretanto a vontade de viver e a culpa impetrada pela normativa o leva a viver constantemente à margem, e a expectativa de viver sua sexualidade fica vinculada à independência financeira ou à maioridade. Portanto, o adolescente não se reconhece e não é reconhecido em seu grupo, e não consegue perceber-se nesse mundo que o contextualiza, além de não conseguir atinar para sua sexualidade de uma forma prazerosa e saudável.

A idéia de sexualidade acompanha as transformações sofridas ao longo da história e das religiões. Na Antigüidade Clássica, o culto politeísta influencia na questão da moralidade sexual e, conforme cada crença há uma explicação para os processos da sexualidade. Porém, com o surgimento do cristianismo, a sociedade ocidental passa a seguir uma crença monoteísta e a moral passa a ser embasada na tradição cristã, cujos ditames determinaram que o quarto de dormir abrigaria muitos dos pecados da humanidade.

Os “perigos” ligados às práticas sexuais “desviantes” formam a base e os ideais da nossa cultura. Assim, a família e a escola, espaços relacionais fundamentais para o desenvolvimento saudável dos adolescentes, quando assumem esses dogmas culturais podem dificultar o processo de assimilação da homossexualidade, levando-o à marginalização.

Neste trabalho foram abordados aspectos da adolescência/juventude humanas e como a homossexualidade transita nessas fases, haja vista ser o adolescer um momento ímpar de descobertas, principalmente no campo sexual, tanto biológico quanto afetivo.

Entretanto, para escrever sobre o tema, foi necessário entender tabus e preconceitos que envolvem o despertar da sexualidade, o auto-entendimento da homossexualidade e como isso afeta às famílias no processo de descoberta.

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar pela ótica do adolescente/jovem como suas famílias receberam a notícia da homossexualidade e qual sentimento desses

sujeitos em relação ao pertencimento familiar e social.

Nesse sentido, a motivação que gerou a pesquisa deu-se em função da atuação com adolescentes no projeto sócioeducativo “Promovendo a Cidadania” na comunidade da Biquinha em Amparo/SP, promovido pela Associação das Damas de Caridade, a qual possibilitou acompanhar na prática, adolescentes em situação de vulnerabilidade. Este trabalho oportunizou conhecer alguns adolescentes em fase da “descoberta” da homossexualidade e contatou-se que a principal demanda era o conflito com os pais nessa fase do adolescer e a expressão homossexual.

 

METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Levando em consideração ser este um trabalho das ciências sociais aplicadas que visa estudar fenômenos de natureza subjetiva, o método de condução da pesquisa escolhido foi o dialético, por penetrar “o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, na

contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na

sociedade” (MARCONI & LAKATOS, 2001, p. 106, apud LOPES, 2006, p. 173).

A opção pela abordagem qualitativa fundamenta-se no que diz Minayo e Sanchez (1993) por esta possibilitar uma intervenção “de intimidade entre sujeito e objeto, uma vez que ambos são da mesma natureza: ela se volve com empatia aos motivos, às intenções, aos projetos dos atores, a partir dos quais as ações, as estruturas e as relações tornam-se significativas” (p. 244).

A pesquisa foi realizada junto ao Grupo E-Jovem de Campinas, com os participantes do segmento e-camp que tem uma população de 20 jovens e adolescentes. Foi escolhido esse segmento, pois durante as reuniões realizadas todos os sábados, o foco principal da discussão era a militância pelos direitos LGBT e o protagonismo juvenil. A cada sábado, os participantes escolhiam uma pauta que seria pesquisada para a reunião seguinte.

A amostra estudada foi constituída de 30% dos participantes, o que totaliza seis adolescentes/jovens cujas idades variam de 15 a 26 anos, sendo recrutados pelos próprios membros do grupo. Participamos de duas reuniões, no dia 16 de abril e 14 de maio de 2011, sendo possível estruturar as questões ao observar as principais características do grupo.

A coleta de dados foi realizada na sede do E-Jovem e as perguntas foram respondidas num formulário virtual. Foi aplicado um questionário semiestruturado dividido em dois momentos. No primeiro, foram estudadas variáveis voltadas para o sentimento individual do grupo focal, contemplando cinco questões, sendo quatro fechadas e uma aberta. Já no segundo, momento as variáveis de estudo contemplam aspectos dos pares dos entrevistados, também formado por cinco questões, nos mesmos padrões do primeiro (quatro fechadas e uma aberta).

Foram explicados os procedimentos da pesquisa aos jovens sobre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B). Para os adolescentes, o documento foi esclarecido e assinado pelos pais ou responsáveis.

 

Breve Descrição do Grupo Focal: E-Jovem[2]

Como técnica de coleta de dados foi escolhido o grupo focal, pois, segundo Gatti (2005) esta técnica:

(...) permite compreender processos de construção da realidade por determinados grupos sociais, compreender práticas cotidianas, ações e reações a fatos e eventos, comportamentos e atitudes, constituindo-se em uma técnica importante para o conhecimento das representações, percepções, crenças, hábitos, valores, restrições, preconceitos, crenças, linguagens e simbologias prevalentes no trato de uma dada questão por pessoas que partilham alguns traços em comum, relevantes para o estudo do problema visado (p. 11).

 

Assim, quando optamos por esta técnica para o desenvolvimento da pesquisa, priorizamos a validação ou não das hipóteses levantadas neste trabalho de pesquisa, haja vista que, segundo a autora essa é a técnica de coleta de dados que permite uma maior interação com o pesquisado visando uma maior compreensão da realidade estudada (p. 13).

A lista de discussão E-jovens de adolescentes gays, lésbicas e aliados se apresenta como uma comunidade virtual e foi criada em 21 de agosto de 2001, dirigida essencialmente aos adolescentes/jovens gays de todo o país. Preconiza o ativismo no combate à homofobia e preconceito. Presencialmente o E-grupo é um E-jovem que atua em determinada cidade. É sistematizado organicamente e vai se desenvolvendo aos poucos; o espaço é disponibilizado para debater informações sobre homossexualidade e direitos humanos. Como método de orientação e direcionamento, trabalham textos conjuntos ou convidam algum especialista para conversar com o grupo, tais como: sexólogos, professores, psicólogos, advogados e até pais e mães de homossexuais.

 

A PESQUISA DE CAMPO E OS RESULTADOS

 

Conforme demonstrado na proposta metodológica os entrevistados fazem parte do Grupo E-Jovem do município de Campinas e a pesquisa tem por objetivo levantar junto aos jovens e adolescentes o sentimento da homossexualidade e como isso reflete nos espaços de relação dos entrevistados.

O Grupo escolhido realiza inúmeras atividades voltadas ao público LGBT e o públicoalvo escolhido para esta pesquisa foram os participantes do e-camp, cujas atividades focam o protagonismo juvenil visando à militância pelos direitos do segmento.

A aplicação dos questionários possibilitou agrupar os dados e obter informações acerca da identidade do grupo estudado: seis adolescentes e jovens entre 15 e 26 anos, com idade média 19,5 anos. A escolaridade dos depoentes varia entre Ensino Fundamental Completo e Superior Completo e apenas um dos entrevistados preferiu não informar esse dado. Pudemos perceber que a maioria cursa ou cursou o ensino formal e cerca de 34% frequenta ou concluiu o ensino superior.

Na questão 1, onde os adolescentes/jovens foram inquiridos sobre sua orientação sexual, a totalidade da amostra revelou ser homossexual e, na sequência, quando questionados sobre o grupo com quem se relacionam, 67% afirmou ter amizade com pessoas homossexuais ou transgêneras o que nos remete a uma tendência etnocêntrica[3]. Isso é reforçado ao analisar as próximas questões que se referem aos locais que os jovens costumam freqüentar quando saem para se divertir. Embora a maioria (67%) tenha dito que frequenta locais diversificados, quando questionados sobre qual o local de sua preferência, 87% afirmou sentirem-se melhor em locais voltados ao público LGBT.

Segundo Ferrari (2005, p. 5) podemos notar que o grupo dos iguais se transforma num local em que os membros se encontram e, além disso, onde manifestam o anseio por

compartilhar não apenas as compreensões da homossexualidade, mas também de dividirem experiências inerentes a vivência de cada um. Portanto, é no grupo dos iguais que os jovens se sentem normais segundo os ditames sociais, e há preferência por estar nesses locais, onde sua expressividade homossexual não é vista como anormal pode ser explicada segundo esse pensamento.

O autor ainda aponta que o medo e a repressão estão presentes nos grupos homossexuais, o que serve para justificar a existência dos grupos. A intolerância com a

diferença e as violências dirigidas a esse segmento justificam também a tendência e a preferência dos jovens em freqüentarem locais voltados ao público LGTB.

Na primeira questão aberta, cujo principal foco foi entender o que significa para o grupo focal ser/sentir-se homossexual, as palavras mais repetidas pelos depoentes foram:

respeito, coragem, orgulho e direito. Interessante notar que o ser homossexual se traduz em palavras positivas e, em nenhuma das respostas, foi identificada auto-marginalização, punição ou repulsa por si mesmo.

Ao contrário desse pensamento, o depoente “A” ressalta a homogeneização da sociedade quando o assunto é respeito, para ele, a sua homossexualidade “representa o

respeito entre todos, sendo do público LGBT ou não”. O depoente “F” também fala sobre respeito pela diferença, no entanto, afirma sentir-se orgulhoso justamente por não ser igual a todo mundo: “representa um orgulho por ser diferente, representa a vontade de ser respeitado, por que é um direito meu ser do jeito que eu sou”

Já o depoente “B” ressalta que para ser homossexual ou assumir-se assim é necessário coragem, o que reforça o pensamento de Louro (1997) quando afirma haver grande dificuldade dos jovens em se assumirem e se reconhecerem como homossexuais pois a própria sociedade encara o tema como desvio, patologia, formas não-naturais e ilegais de sexualidade. Para tanto, a autora questiona a dificuldade desses jovens em se reconhecer em algo que aprendeu a rejeitar e a desprezar? (p. 83-84).

O depoente “D” constata que ser homossexual representa “ser eu mesmo dentro da sociedade em si”, o que nos aponta uma referência de homossexualidade consensual com a sociedade. O adolescente entende que é diferente da prerrogativa social de heteronormatividade, no entanto igual na condição humana. Para ele:

 

Ser gay é sentir atração por pessoas do mesmo sexo. Não é uma escolha (afinal ninguém escolhe ser diferente) e sim uma orientação sexual. Nós nascemos assim do mesmo jeito que os heteros nasceram heteros. Não sei porque essa fixação pelo que os outros fazem em suas camas. Cada um na sua e respeito sempre! (Depoente “D”)

 

As expressões e posturas apresentadas demonstraram que a palavra “respeito” é entendida como forma de encarar as diferenças. O depoente “D”, a orientação sexual independe de vontade prévia, além de enfatizar que a sexualidade não interfere e não representa quem o indivíduo é enquanto ser social. O mesmo afirma o depoente “E”, quando diz “sentir uma necessidade absurda de provar que posso viver minha sexualidade sem afetar ninguém. Isso não se refere apenas à minha homossexualidade, mas a vários tabus sexuais”. Esse depoente, o único graduado, utilizou como resposta a essa questão o mesmo texto publicado em seu blog a sua fala nos remete a Mott (2006) quando em sua análise histórica afirmava que qualquer tipo de orientação sexual que não fosse a normativa heterossexual foi considerado como distúrbio mental, doença física e até mesmo crime.

 

Ninguém vira gay só porque resolveu explorar crateras alheias ou confrontar a espada de algum São Jorge. Existem gays virgens transbordando pelas salas de bate-papo, pelos barzinhos, pelos banheiros masculinos e vestiários das escolas. E o que os adultos preconceituosos ensinam para esses pequenos homens? Ensinam que, se eles virarem lobisomens, serão perseguidos por uma sociedade que tem um medo irracional de lobos. (Depoente “D”)

 

Analisando esse trecho, percebemos que a sexualidade ainda é impregnada de conceitos disformes e surreais e, embora metaforicamente, o depoente enfatiza que é o medo o principal aspecto que contorna esse assunto. Vimos anteriormente em Cecarelli (1999) que era justamente esse medo da civilização judaico-cristã que impregnava aos quartos de dormir a definição do “bem” e do “mal” quando o assunto era a sexualidade.

O entrevistado reafirma ainda a questão da natureza homossexual, além de qualquer conceito biológico: “Nascemos heteros? Nascemos bi? Nascemos gay? Sei apenas que nasci homem... Nasci assim”.

No segundo bloco de questões foram abordados temas referentes às sensações dos depoentes nos locais de convívio. Nas questões 6 e 7 constatamos que a maioria (87%) mora com os pais e apenas um dos depoentes mora sozinho.

Na pergunta sobre o sentimento dos adolescentes/jovens em relação aos seus pares familiares, a maioria, 67% relatou sentir indiferença e 33% tristeza. Podemos notar então, que a totalidade dos depoentes traduz sentimentos “negativos” em relação ao “estar em casa”.

Na questão 8  foi perguntado ao depoentes sobre se os pais sabiam sobre sua orientação sexual. Notamos então que, 67% afirmaram ter contado e 33% ressaltaram que não falaram sobre isso com os pais. Para aqueles que declaram que os pais sabiam (gráfico 10), 75% disseram que o sentimento proferido pelos familiares é de indiferença ou confusão. Sarti afirma que essa dificuldade em lidar com a sexualidade, a escolhas ou indagações existenciais dos filhos, “tem a ver com o fato de que tocam em pontos difíceis para os pais, em suas próprias vidas” (p. 22). Assim, a homossexualidade, tão enraizada socialmente como tabu, desvio ou doença, traduz na família o sentimento de indiferença ou confusão, haja vista as ligações afetivas familiares envolvidas nessa questão.

Podemos notar que o paradoxo se estabelece, na medida em que se dá a “negação da diferença” que, segundo a autora é “a base etnocêntrica de todo o preconceito. Portanto é nesse aspecto que se dá a:

 

(...) dificuldade de aceitar que o suposto diferente se parece muito conosco e pode nomear o que para nós é inominável. Na verdade, ele revela muito de nós mesmos e põe em questão o caráter absoluto de nossas próprias referências culturais. Se o outro pode estar certo, então, isso significa que nós podemos estar errados? (SARTI, 2004. p. 23).

 

Ressaltamos que essa relação – família e adolescente/jovem homossexual – será discutida ainda na questão 10.

Na última questão fechada, os entrevistados foram questionados sobre o local em que sentiam-se melhor, 66% revelaram como ambiente mais aprazível o grupo E-Jovem, 17% definiram a rua como local em que sentiam-se bem e 17% em casa. Observamos uma margem de 83% que relataram como locais aprazíveis ambientes não relacionados à família biológica nem à escola, enquanto espaço estatal da Educação – política de direitos. Esse dado pode ser comprovado em Louro (2000, p. 6) quando afirma que o reconhecimento “numa identidade supõe, pois, responder afirmativamente a uma interpelação e estabelecer um sentido de pertencimento a um grupo social de referência”. Portanto, o ato de “descobrir-se” num mundo subjetivo, porém contextualizado leva o indivíduo ao anseio de ser aceito e quando não o é no ambiente familiar ou escolar procura locais onde possa expressar-se da maneira que é inerente à sua essência.

Dando continuidade aos questionamentos sobre a relação família e adolescente/jovem homossexual optamos por estruturar a última pergunta de forma aberta e avaliar seus sentimentos. Essa última pergunta abordava de que maneira a família havia recebido a notícia de sua orientação sexual e qual o sentimento por parte dos adolescentes/jovens em relação a isso. Constatamos que 50% não haviam contado à família. Nesse grupo, podemos destacar a seguinte fala do depoente D: “não recebeu e não vai receber e se algum dia receber não vou estar por perto para me explicar com eles!!!”. Essa colocação, novamente nos remete a Louro quando sinaliza que “assumir" a condição de homossexual pode gerar o alto preço da estigmatização, principalmente junto à família.

O depoente nos faz pensar que antes de “ser gay” ele é aceito por sua conduta social adequada e pelas suas conquistas, pelo seu sucesso. Ao declarar-se gay, “perde” essa característica positiva e passa a representar o “mal social”, sendo marginalizado socialmente e apontado como propagador de má conduta social. Assim, o ato de “assumir-se” demonstra a perda da confiança familiar. O filho, antes repleto de expectativas, perde sua categoria no “status quo” familiar.

O ato de “não contar” aos pais, também nos faz pensar no que diz Soliva quando afirma que o momento em que a família “descobre” a homossexualidade é acompanhado de graves tensões, onde a dinâmica que envolve os paradoxos familiares tendem ao rompimento.

O “abrir-se” para a família, embora o ato esteja carregado de subjetividades e expectativas por parte do adolescente/jovem, pode desnudar os preconceitos dos membros familiares e causar mais transtornos que benefícios. Figueiró (2009) nos dá um vislumbre de como o processo de “assumir-se” do jovem/adolescente deveria ser perante a família:

Se você avalia que sua família poderá ficar muito abalada ou que, talvez, não aceitará a sua orientação homossexual, infelizmente, é melhor continuar “fingindo que não é, e eles fingindo que não sabem”. Se você acha que eles, primeiro, vão condenar, depois vão aceitar, escolha então uma ocasião em que a família estiver tranquila, sem doenças graves ou mortes próximas. O importante é demonstrar que a única coisa que vai mudar no seu relacionamento familiar, a partir de agora, é que você deixará de viver na clandestinidade, continuando a mesma vidinha de amor e respeito como antes da revelação. Tranquilize-os que você não viverá de escândalos, nem de prostituição e que sabe como se cuidar contra a AIDS.”(p. 30).

 

Nessa citação da autora é interessante perceber que o processo deveria ser orientado por algum representante da esfera educacional. Ora, se é na escola onde se produz conhecimento, onde é dado o suporte para que indivíduos adquiram cidadania, emancipação e respeito, qual o melhor espaço para discutir essa temática? Como vimos anteriormente em Beleli et al, “ao invés de cercear comportamentos percebidos como ‘inadequados’”, o ideal seria que esses comportamentos fossem entendidos e discutidos amplamente no âmbito da educação.

Já os respondentes B, E e F declararam que a família sabe sobre a orientação sexual expressada por eles. Entretanto, percebemos nas falas, palavras como “indiferente”, “brigaram”, “medo”. Apenas um dos entrevistados, F, comenta que a “família recebeu tranquilamente a noticia e meu sentimento foi de alívio por contar”. Essa resposta nos remete novamente à Soliva quando cita que o ato de contar aos pais muitas vezes é o estopim de uma situação onde o jovem/adolescente “se vê cercado de dúvidas numa insuportável atmosfera de incertezas” e o desabafo é a maneira que estes encontram para dividir com os pais um problema que precisa compartilhar, saindo do ocultamento.

Entretanto o entrevistado B contou que o sentimento que abarca a família atualmente no processo de “assumir-se” é a indiferença: “eles brigaram bastante no inicio, mas hoje já nem ligao (sic) tanto eu quanto a eles... nem me incomodo, cada um cuida do seu!!!” Interessante notar nessa fala o sentimento de não pertencimento de B no seio familiar. Quando afirmou “nem me incomodo, cada um cuida do seu”, percebemos o distanciamento imposto pela orientação sexual expressada pelo membro da família. É como se este não pertencesse mais àquele grupo, mesmo que a carga de sentimentos familiares possivelmente permaneça inalterada pela ótica d verificamos que ele não vê-se como parte daquele reduto familiar. Sarti comenta que

 

(...) como objeto das expectativas familiares, os jovens têm os rumos de suas vidas traçados por seus pais de forma a cumprir o que a família espera para si. São conhecidos os conflitos deflagrados pela resistência dos jovens a concretizar essa forma de herança e de perpetuação de sua família. (p. 22).

 

Assim, temos ainda o depoente E que expressou o medo que os pais sentem de tocar nesse assunto “porque eu costumo usar argumentos muito consistentes e eles ficam sem

contra-argumentos. Então preferem não tocar no assunto”. Esta fala ressalta que o jovem adquiriu convicção sobre sua postura homossexual e sua individualidade perante a concepção de mundo que o cerca.

De posse de argumentos concretos, os pais constroem um padrão de aceitação menos violento ou impositivo. Portanto: vemos em Beleli et al (2009), que a construção da individualidade e o empoderamento do jovem/adolescente perante sua sexualidade possibilita argumentos concretos e coerentes para discuti-la, despido de preconceito e a escola deveria ser o lugar possibilitaria essa construção. Assim crianças, desde pequenas, estariam aptas a fazer suas próprias escolhas e entender as alheias, sem estranhamentos ou intolerância.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando os resultados encontrados, constatamos que para todos os participantes, a orientação sexual expressa não limita a qualidade do caráter, sendo considerada algo natural e além do biológico. Porém, as situações de preconceito e violência, compõem o

desenvolvimento negativo da sexualidade daqueles que expressam sua condição homossexual. Assim pudemos comprovar que as hipóteses previamente levantadas nesse trabalho foram confirmadas, na medida em que: jovens e adolescentes homossexuais tendem a procurar espaços de convivência onde possam expressar sua sexualidade sem repreensões; e as famílias dos entrevistados demonstram-se confusas em relação à sexualidade dos entrevistados, dificultando o diálogo e a sensação de pertencimento dos filhos.

Em sua maioria os participantes demonstraram satisfação com sua orientação sexual e, sobretudo reafirmaram que o respeito é a principal reivindicação do segmento, tanto na esfera familiar quanto na sociedade em geral. Entretanto, essa parece ser a principal dificuldade das famílias: respeitar as escolhas individuais dos filhos e entender a homossexualidade como uma expressão natural de afeto por alguém de igual gênero.

A incidência das palavras “medo”, “indiferença”, “brigas”, quando o assunto foi aberto para a família teve destaque e verificou-se que, com o decorrer do tempo e a amadurecimento dos jovens as famílias passam a vê-los de maneira mais consistente, embora os tabus que envolvem todos os aspectos da sexualidade humana persistam, o assunto é encarado de forma mais amena e saudável.

Pode-se afirmar que a “síndrome da adolescência normal”, conforme teorizam Aberastury e Knobel (1981) trazem à tona os diversos conflitos pelos quais passamos ao

longo dessa fase, cuja normalidade se estabelece dentro do que nos parece patológico.

Acreditamos que o assunto poderia ser trabalhado mais amplamente nas escolas, tendo em vista que é nesse espaço onde o conhecimento é produzido, sendo extensivo à sociedade em geral.

As subjetividades humanas, a partir daí, poderiam fazer parte de um debate construtivo, ampliando a noção de humanidade e entendendo a adolescência de forma natural, com todos seus conflitos, subversões e megalomanias. Ademais, o assunto homossexualidade, sexualidade e afetividade, configuram uma faceta primordial no desenvolvimento individual de todos os seres humanos, portanto, não deveriam ser descartados ou meramente trabalhados no aspecto biológico e funcional.

A neutralidade e até mesmo austeridade estatal diante da diversidade sexual, conforme nos aponta Louro (2009) endossam os tabus sexuais enraizados na sociedade e nas famílias.

Ora, se um jovem ou adolescente, descartado do mercado de trabalho e dependente financeiramente dos pais, assume sua homossexualidade e não conta com o amparo da esfera familiar, muito menos estatal, eventualmente ficará a mercê das ruas e marginalizados por não se adequar à teoria funcionalista preconizada pelos entes sociais.

Enfim, concluímos parafraseando Isabella Tavianni, na música “Iguais”: “Código civil, onde se viu, nêgo que enrustiu não separa os iguais”. Portanto, embora o tabu esteja estabelecido na sociedade e no Estado, a diversidade sexual não vai deixar de existir e os gays, lésbicas, travestis, trangêneros, transexuais vão continuar a amar e se expressar da forma que é inerente a cada um.

A discussão se limita a um aspecto: permanecerão à margem, mesmo cidadãos economicamente e socialmente ativos? Meninos e meninas discordantes da condição de

heterossexuais vão continuar sofrendo inúmeras violências em casa, na escola e demais

espaços de intolerância sem que a sociedade e o Estado olhem para essa parcela de seres

humanos que não violam nenhuma lei do Estado laico?

Por isso, em função das mudanças sociais atuais e das diversas manifestações mundiais em prol dos direitos humanos e para a extinção do preconceito em forma de homofobia, fica nítido que o presente estudo não esgota o assunto, acredita-se que novas pesquisas sobre o tema no contexto nacional devam ser realizadas, examinando de modo mais detalhado a maneira como o ambiente educacional deve trabalhar com esta realidade.

 

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[1]Pós Graduanda em Gestão das Minorias, graduada em Serviço Social.

[2]Mais informações disponíveis em: <http://www.e-jovem.com/> Acesso em 25 de mai. de 2011.

 

[3] Etnocentrismo: termo forjado pela antropologia para descrever o sentimento genérico das pessoas que

preferem o modo de vida do seu próprio grupo social ou cultural ao de outros. Beleli et al, p. 34