1- Segundo informa o site do iluminado Senador Roberto Requião [1], aquele que, quando governou o Estado do Paraná pela última vez jurando de pé junto que o seu programa de governo era socialista: A Comissão de Educação do Senado, presidida por ele mesmo, aprovou na terça-feira, dia 3 de maio de 2011, a elevação da carga horária mínima, nos níveis fundamentais e médios, para 960 horas anuais. Mas não foi ele o único "fdp" responsável por mais essa sacanagem contra os trabalhadores. O autor da proposta foi o suplente, um merda de um suplente, do senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR), o burguês, digo, empresário Wilson Matos, DONO e reitor [óbvio] do Cesumar [Centro Universitário Maringá] quando substituía o titular, em 1966. [2]

2- Segundo o site do Requião, o acréscimo de mais 160 horas anuais provocou intenso debate entre os membros da Comissão, com alguns senadores defendendo que estados e municípios com menores recursos financeiros dificilmente poderão arcar com o aumento do número de aulas, como disse o senador e ex-governador do Piauí, Wellington Dias. No entanto, o iluminado senador R.R [que não é o missionário!] conduziu as discussões para que fosse obtido consenso, já que, para ele que jamais sobreviveria como um professor, não havia discordância quanto à "justeza" da proposta. Embora, para quem vive das aulas que ministra ela não passe de mais uma proposta "safada" de quem não sabe o que faz e que é senador por força do poder econômico e das mazelas da legislação eleitoral. Por fim, diz o site do R.R: os senadores concordaram que o aumento da carga horária forçará o poder público a buscar recursos para implantá-la e que essa elevação é um passo a mais na direção do ensino integral, considerado pelos membros da CE como metal final da educação pública brasileira.

3- Dentro da proposta do senador tucano, a aplicação dessas 960 horas será distribuída pelo período de 200 dias do ano letivo, excluindo os dias destinados aos exames finais, quando houver. A Emenda defendida pelo relator do projeto, Cyro Miranda (PSDB-GO), determina que as mudanças no calendário escolar só possam entrar em vigor dois anos após a publicação da lei no Diário Oficial da União. Obviamente, se a lei for aprovada pelo Senado e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff ainda em 2011, a nova carga horária só entrará em vigor em 1º de janeiro de 2013. E também, segundo a informação apenas reproduzida pela CNTE da Folha de São Paulo [3]: Considerando-se 200 dias letivos, os alunos passam a ter quatro horas e 48 minutos de aula por dia, em vez de quatro horas. Com a redução do limite de faltas, o número de horas mínimo por ano passa de 600 para 768. Se isso ocorrer, o Brasil irá superar a carga horária escolar mínima exigida em grande parte dos países desenvolvidos. Na OCDE, organização que reúnem alguns deles, a média é de 837 horas por ano. A carga horária proposta é similar à já cumprida por escolas particulares no fundamental - que costuma ser de cinco horas diárias. No médio, porém, ainda fica atrás da aplicada em boas escolas particulares de São Paulo.

4- Segundo a mesma reprodução feita pela CNTE: Pesquisas demonstram que, quanto mais tempo o aluno passa na escola, mais chance terá de notas melhores nos exames que medem a qualidade da educação. Há também alertas sobre um mau uso do tempo em aula. Pesquisa da OCDE mostrou que o Brasil é o país em que os professores gastam mais tempo com atividades não diretamente relacionadas ao ensino, como manter a disciplina em sala. Mas. Segundo meus vinte e dois anos de experiência como professor de História, a maior parte delas dentro das escolas Públicas de Rondônia, nada que essa supracitada pesquisa afirma nunca se concretizou. Quantidade de tempo nunca tornou a educação pública melhor e nem a maioria dos alunos que por ela foram servidos mudaram radicalmente, ascendendo sócio-política e economicamente na vida, porque essa educação nunca se prestou para isso. Pelo contrário, tem sido uma excelente máquina de fazer trabalhadores em massa e, quando não, uma forma de distração do excedente oferecido pelo Estado enquanto os pais trabalham. Isso, desde que foi universalizada.

5- Se o Ruda Ricci [4] estiver certo quando afirma que "a nova classe média, diferentemente da classe média tradicional de nosso país é composta por quem não tem o hábito de leitura e é absolutamente pragmática." Essa ampliação da permanência dentro das Escolas Públicas, esse incentivo legal para viabilizar a escola de tempo integral, talvez, seja a forma como a classe média tradicional representada por gente do tipo do Roberto Requião, Wilson Matos e outros dentro do parlamento brasileiro arranjaram dessa massa engrandecida pela política de aumento do salário mínimo, do bolsa-família e etc pelo lulismo do governo federal não migrarem para as escolas privadas, reduto tradicional e privilegiado desse segmento social. Ora, para gente que não tem o costume de ler muito e tem até raiva de quem lhes obriga a fazer isso e que por falta de alternativas melhores para consumir como é o caso daqui do interior de Rondônia que não tem Shopping-Center, nada melhor do que passar o tempo zoando numa Escola Pública de tempo esticado. O único fodido, de imediato, se esse projeto for sancionado pela presidenta Dilma serão os professores, porque seus salários não terão o mesmo tamanho do trabalho aumentado. De certa forma já estão sendo, porque nem a CNTE e nem o SINTERO se preocupam sequer em informar aos seus filiados.


Referências:

[1] http://www.robertorequiao.com.br/site/noticias/CE-aprova-aumento-da-carga-horario-do-ensino-basico-para-960-horas

[2] http://caminhandoconlute.blogspot.com/2007/06/o-senador-wilson-matos-dono-do-cesumar.html

[3] http://www.cnte.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7119&Itemid=82

[4] RICCI, Rudá. Lulismo- Da Era dos Movimentos Sociais "a Ascensão da Nova Classe Média Brasileira.Brasília:Fundação Astrojildo Pereira, 2010:76.