1. APRESENTAÇÃO

Nas próximas páginas estaremos discorrendo sobre um assunto muito comentado e discutido atualmente, falaremos sobre a inclusão escolar do aluno portador de necessidades escolar especiais no ensino regular, as dificuldades e as facilidades (caso haja alguma) que o professor deste tipo de ensino enfrentar no seu cotidiano. E a interação do aluno " especial" com os demais alunos na sala de aula.

Este trabalho encontra-se dividido em seções que correspondem aos passos transcorridos para a realização da pesquisa que tem como resultado final este relatório. Aqui se encontra concepções de alguns estudiosos sobre este tema e também a de alguns professores que estão inseridos neste processo de inclusão.

Esperamos que após a leitura deste texto, o nosso leitor possa tenha novas indagações sobre a proposição central da nossa pesquisa e que venha a refletir sobre a relevância da inclusão escolar como uma nova circunstância para melhorar a educação brasileira em todos os âmbitos e como conseqüência a nossa sociedade.

Boa leitura.

2. INTRODUÇÃO

2.1- OBJETIVOS

A pergunta norteadora do nosso trabalho é a seguinte: "Quais as principais facilidades e dificuldades do professor da rede regular de ensino no processo de inclusão escolar do portador de necessidades educacionais especiais neste tipo de ensino?".

Usando de suporte esta questão e outros instrumentos de pesquisa, nossa equipe composta por dois membros se dirigiu ao Colégio Estadual Carlos Alberto de Deus, situado no setor Cidade Jardim, nesta cidade. Para realização da Prática como Componente Curricular, um projeto com fins avaliativos, destinado a Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás.

Nossa incumbência durante os dias destinados à realização desta pesquisa (02 a 05 de maio de 2007) consistia em elaborar um levantamento das principais dificuldades e facilidades do professor da rede regular de ensino em relação ao aluno portador de necessidades educacionais especiais.

A resposta para o questionamento central desta investigação científica e os outros dados encontrados durante a realização da pesquisa serão propostos posteriormente no decorrer deste relatório.

2.2- JUSTIFICATIVAS

Com a LBD, (lei e diretrizes de base da educação), as políticas educacionais atuais têm como principio a inclusão de crianças no ensino regular. O processo de inclusão gera uma exigência da transformação da escola, pois acarreta na inserção no ensino regular de alunos com quaisquer déficits e necessidades, cabendo às escolas se adaptarem às necessidades deles, a inclusão acaba por exigir uma ruptura com o modelo tradicional de ensino.

(Sassaki, R.K, 1997 in Inclusão: Construindo uma sociedade para todos).

Destinando-se desta afirmação de Sassaki, e do inflamado debate sobre a inclusão do portador de necessidades educacionais especiais, uma discussão que vem ganhando espaço até mesmo em telenovela do horário nobre, chegamos ao seguinte ponto: estará o professor de ensino regular apto a trabalhar com esse novo tipo de aluno que surge desta nova realidade? Estará este ambiente escolar com condições para receber este tipo de aluno que tem necessidades educacionais especiais? E como deverá ser a formação do professor para poder suprir as necessidades educacionais destes alunos? E esta nova realidade do ensino poderá ajudar a converter o ensino tradicional brasileiro?

O objetivo fundamental da nossa pesquisa é encontrar as respostas para estas perguntas e como já foi citado anteriormente levantar as principais dificuldades e facilidades do professor nesta nova etapa da educação brasileira.

Muitos estudiosos justificam as questões levantadas sobre este tema afirmando que a através das relações entres os diferentes de alunos e o aluno portador de necessidades educacionais especiais, convivendo no mesmo ambiente escolar facilita as etapas do processo de ensino-aprendizagem, pois os alunos que possuem algum tipo de necessidade (auditiva, motora, visual, cerebral, etc.) tendem a imitar os demais alunos, ou seja, se uma criança que tem dificuldades de locomoção convive com outras crianças consideradas "normais" durante a realização de uma atividade recreativa, essa criança irá interagir e tentar se locomover com mais precisão (a criança só ira tentar se locomover porque houve uma necessidade, isso não seria possível, por exemplo, se ela estudasse numa escola só de crianças que também possuíssem esse tipo de necessidade), assim como as outras crianças durante a realização desta atividade.

Reconhecendo a importância da escola e as interações entre os diferentes tipos de alunos no processo de desenvolvimento do aluno portador de necessidades educacionais especiais e as concepções de diversos estudiosos sobre este assunto justificamos a importância da nossa pesquisa.

2.3-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O tema dessa pesquisa, "inclusão escolar do aluno portador de necessidades educacionais especiais no contexto do ensino regular", é um assunto que está gerando muitas discussões e opiniões divergentes. É um confronto entre pessoas (estudiosos, pais, professores, etc.) que afirmam que esse tipo de aluno "especial" tem que conviver em uma ambiente escolar onde todos têm algum tipo de necessidades educacionais especiais, pois só neste de tipo de ensino (educação especial) e que tem professores capacitados para trabalhar com esse tipo de aluno. Do outro lado estão aqueles que defendem a idéia de que esse tipo de aluno tem que ser inserido no ensino regular, para poder interagir com os outros alunos, ou seja, os alunos considerados "normais" e também defender que essa interação será de grande contribuição para o processo de aquisição da aprendizagem.

O que seria "inclusão" no contexto dessa pesquisa? Podemos encontrar uma definição nas palavras de Guaralnick que afirma:

"O que define a inclusão para crianças pequenas é a existência de participação planejada entre crianças com e sem deficiências no contexto dos programas de educação das crianças". O grau de inclusão pode variar bastante em contextos educacionais regulares. Muitas vezes, as crianças com deficiências são meras observadoras das atividades que outras crianças de sua classe estão realizando na escola, mesmo quando estão matriculadas em escolas regulares. É possível que haja poucas atividades realmente partilhadas com outras crianças, e pode ser que haja oportunidades mínimas de interação entre as crianças portadoras de necessidades educacionais especiais com as outras crianças".

(Guaralnick em Tezchener, 2005. p.151-184).

Uma questão de primordial importância eleva-se no meio de toda essa discussão: "as pessoas (pais, professores, alunos, etc.) envolvidas no contexto da inclusão estão realmente preparadas para este empreendimento?".

Segundo, Leão e cols. (2006), como a escola está fundamentada na hegemonia, a questão da aceitação e pratica da diversidade fica comprometida, gerando o preconceito devido à dificuldade que as pessoas têm em aceitar as diferenças dos outros, redundando num sentimento de intolerância.

Já para Kuester (2000), um dos fatores mais importantes para o sucesso da inclusão de um portador de necessidades educacionais especiais é a interação deste como o professor. Esta afirmação nos leva a refletir na seguinte suposição: estará o nosso professor (a) do ensino regular público, professor este que muitas vezes chegar até em media quarenta alunos por turma, preparado e com disposição para assistir este tipo de aluno?

Partindo desta breve reflexão e da seguinte afirmação de Carmo (2000): "a inclusão é um assunto que deve ser refletida e investigada com muita precisão, já que a sociedade pode estar criando uma nova modalidade: a de excluídos dentro da inclusão.", podemos concluir nossa reflexão da seguinte maneira: para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos portadores de necessidades educacionais especiais, o professor terá que se capacitar para atender a proposta desta nova face da educação brasileira, ele terá que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a realidade da sala de aula. Pois, só assim, a inclusão do aluno portador de necessidades educacionais especiais será bem sucedida e gerando bons resultados no futuro.

Sendo assim, a inclusão deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideração que todos nós estaremos ganhando. Lembrando também, que este processo de aprendizagem requer a reciprocidade das experiências entre o aluno com necessidades educacionais especiais, o professor e os demais alunos. Um processo de aprendizagem onde todos participam, a aquisição do conhecimento ocorrerá com mais facilidade.

3. MÉTODO

Os métodos utilizados para a realização desta pesquisa constituíram em primeiro lugar na aplicação de um questionário composto de seis perguntas elaboradas por nós e aprovado pelas professoras-orientadoras (o modelo do questionário encontra-se na seção Anexos página 22)

Visto que, a nossa pesquisa foi executada em um colégio de ensino médio, no colégio estadual Carlos Alberto de Deus. Nós aplicamos o questionário para três professores do ensino regular que lecionam na sala de aula onde se encontra o aluno portador de necessidades educacionais especiais. Dois desses professores trabalham com um aluno portador de necessidades auditivas e o terceiro professor trabalha com um aluno portador de necessidades visuais. Também tivemos uma conversa mais informal com esses professores sobre assunto.

Durante a execução desta pesquisa nos deparamos alguns obstáculos, pois muitos professores, aos quais propomos a colaboração na pesquisa, não se dispuseram a responder o questionário alegando motivos de ordem superior.

No dia 02 de maio no turno matutino nos dirigimos ao colégio estuda Carlos Alberto de Deus, lá tivemos um primeiro encontro com os professores que tinham alunos portadores de necessidades educacionais especiais, expusemos a nossa pesquisa explicando um pouco sobre o tema desta e os procedimentos que iríamos utilizar, nosso objetivo era que cinco professores respondessem nosso questionário, no entanto, só três aceitaram participar.

Como já foi dito, também tentamos realizar essa pesquisa em mais duas escolas do ensino regular, mas pelas causas já mencionadas os professores dessas escolas se recusaram a colaborar com nosso trabalho.

Devido à extensão do questionário (consultar pagina 22) e das ocupações destes professores, estes só nos devolveram o questionário no dia 05 de maio, neste dia também tivemos uma conversa livre com estes professores sobre o assunto da pesquisa e eles nos falaram mais abertamente suas opiniões sobre o tema.

Após essa breve relato do métodos que utilizamos para a realização desta pesquisa. Mantemos a expectativa que esta conversa e este questionário tenham suscitado algum efeito sobre estes professores e que eles possam refletir sobre seus métodos de ensino e porventura reconsiderar-los com intuito de aperfeiçoar os desempenhos de seus alunos "especiais" ou não.

Os resultados e a análise das informações obtidas durante nossa investigação será apresentado nas páginas que se seguem.

4.RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a execução da nossa pesquisa e a descrição de todas os estágios pelas quais transcorridos para execução desta, é chegada à hora de analisarmos as respostas das perguntas do questionário (ver seção Anexos) que aplicamos para três professores da rede regular de ensino. Para a melhor compreensão dos dados levantados durante a realização da pesquisa encontram-se na seção Anexos (página 21), algumas tabelas com as principais dificuldades e facilidades destes professores durante o trabalho com o aluno portador de necessidades educacionais especiais.

Nas próximas linhas tentaremos responder o quesito fundamental que orienta a nossa pesquisa: "Quais as principais dificuldades e facilidades do professor da rede regular de ensino no processo de inclusão escolar do aluno portador de necessidades educacionais especiais?" os professores responderam um questionário composto por seis perguntas. Também conversamos com estes e outros professores sobre este tema, as principais considerações desta conversa serão pormenorizadas posteriormente.

4.1 – Visão do Professor versus Processo de Inclusão .

A primeira questão do questionário (ver seção Anexos) era sobre a opinião do professor (a) sobre o assunto da nossa pesquisa. Eles responderam que a inclusão escolar do aluno portador de necessidades educacionais especiais é um assunto muito interessante e delicado, e levantaram a conscientização desse aluno sobre o direito deste freqüentar o ensino regular, no entanto, essa inclusão na visão deles está acontecendo de forma errônea. Em primeiro lugar porque os professores da rede regular de ensino em sua quase totalidade, não estão preparados para lidar com esta nova fase da educação brasileira.

Revendo a literatura de base teórica encontrar-se a seguinte consideração de Carmo (2000): "a inclusão é um assunto que deve ser refletida e investigada com muita precisão, já que a sociedade pode estar criando uma nova modalidade: a de excluídos dentro da inclusão." É valido ressaltar que compete ao professor transformar este processo de inclusão escolar, atualmente é possível encontrar muito material didático e teórico elaborado com base neste assunto, à disposição dos professores, cursos de especialização e grupos de apoio ao professor com aluno portador de necessidades educacionais especiais na sala de aula.

Em segundo lugar, eles citaram que o principal problema para a realização desta inclusão escolar é a ausência de sustentáculo (especialista, materiais didáticos específicos, estruturas físicas, etc.) para manipular com este novo tipo de aluno. Podemos observar aqui uma acomodação dos professores que não buscam meios e informações que o complemente na realização do processo de inclusão escolar do aluno "especial", o professor na tentativa de não lhe atribuir à responsabilidade pelas falhas começa a pôr obstáculos intransponíveis, por conseguinte, eles dificultam ainda mais a execução desse tipo de ensino.

O trecho que segue abaixo auxilia para reforçar o conceito do parágrafo anterior, ele foi extraído de uma reportagem especial da revista Nova Escola sobre a "Inclusão na Educação Infantil".

"É natural que os professores se assustem diante da nova situação. Mas isso não deve impedir que recebam em sala cegos, surdos e quem anda em cadeira de rodas, por exemplo. O acesso à informação é maior hoje e nas bibliotecas e na internet é possível encontrar material de apoio - a formação constante é sua função. O discurso "não estou preparado" não cabe mais, já que a lei que garante escola para todos existe há quase 20 anos".

(Revista Nova Escola, edição 202, maio de 2007).

4.2. Visão do Professor versus Aquisição de Conhecimento pelo Aluno Especial

A segunda questão (ver seção Anexos) requeria que estes professores pesquisados por nós, descrevessem seu método de ensino utilizado com o aluno portador de necessidades educacionais especiais e se caso este fosse diferente do empregado com os demais alunos, explicar a diferença. Dois professores responderam que o método empregado com o aluno "especial" era adaptado, na tentativa de facilitar a compreensão deste aluno e era elaborado de acordo com o tipo de necessidade que o aluno portava. Porém, um professor disse que o método de ensino adotado por ele, é o mesmo para todos os alunos, no entanto, é valido salientar que o professor que respondeu desta maneira, se diz um professor com especialização nesta área.

Os professores disseram respeitar o ritmo do aluno e aplicar atividades, de acordo com o grau de compreensão do aluno "especial".

É interessante, salientarmos que até mesmo o processo de ensino-aprendizagem realizado nos alunos considerados "normais" não é um processo homogêneo, por qual razão ele será no processo de ensino-aprendizagem dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais? O professor primeiramente terá que levar em consideração o tipo de necessidade portada pelo aluno e conceber um modelo de ensino que compense essa necessidade, e que ponha este aluno em grau de igualdade com os demais alunos.

Na questão número três (ver a seção Anexos), os professores pesquisados relataram suas opiniões sobre a relação aluno "normal" /aluno "especial" no processo de desenvolvimento do aluno portador de necessidades educacionais especiais. Todos os professores foram unânimes na resposta. Para eles, essa convivência é de notável importância, não só para o aluno "especial" como também para o aluno "normal", pois essa relação trabalha os possíveis preconceitos dos alunos considerados "normais", ensinando os a conviver com as diferenças, esta questão dos valores é essencial no mundo moderno. No caso do aluno do aluno "especial" esta relação ajuda no aumento de suas capacidades físicas e intelectuais e, além disso, na sua adaptação nos demais ramos da sociedade.

Voltemos novamente na literatura teórica que fundamenta nossa pesquisa e observemos a seguinte consideração de Mulvihill et al ( em Tezchner, 2005): " o critério da inclusão refere-se a uma participação não limitada a situações especificamente educacionais, mas a todo o conjunto de atividades relacionadas ao cotidiano da pré-escola e da escola fundamental, incluindo o brincar, a interação social durante o recreio, bem como o trajeto de ir para a escola e voltar para casa.".

Esses professores nos mostraram através de suas respostas a confirmação da afirmação à cima, e também reforça a idéia de que a escola é o lugar onde se deve combater os preconceitos, e a inclusão escolar para ser sucedida deve contar com a participação de pais, colegas, professores, da equipe escolar e dever propiciar uma reflexão em todos nós que nos impulsione a trabalharmos em equipe e acabarmos com nossos preconceitos, melhorar nossos valores, ou seja, neste processo todos saem ganhando.

Para a questão número quatro, (ver seção Anexos). Pedimos para o professor se auto-avaliar sobre sua formação. Se ele esta preparado para trabalhar com o aluno "especial".

Abaixo estão transcritas as respostas dos três professores, conforme a original.

PROFESSOR 1: "entendo que posso lidar com NEE'S desde que em parceria com especialistas e numa escola onde as adequações curriculares atendam, tanto quanto possível as definições da política nacional de educação especial do ministério da educação.".

PROFESSOR 2: "sou professora especialista, ou seja, tenho esta formação e não a capacidade para exercer esta função em sala de aula".

"O professor deve ser capacitado em todos os sentidos: psicológico, metodológico e didático, só assim, ele estará preparado para trabalhar com os portadores de necessidades educacionais especiais."

"PROFESSOR 3:" Não. Nas licenciaturas deveria ser criadas oportunidades de disciplinas para um melhor aprendizado de como lidar com estratégias de ensino para esses alunos. "sem ser imposto como está sendo pelo Estado, sem dar nenhuma preparação para os professores e achando que assim a inclusão acontece."

Optamos por transcrever essas respostas para termos uma noção mais especifica o possível da opinião do professor sobre sua formação e suas necessidades diante deste processo de inclusão escolar. Podemos observar diante destas respostas que o professor da rede regular de ensino não está preparado para trabalhar com o aluno "especial", pondo em risco o sucesso deste processo, na visão deste professores e essencial antes de qualquer coisa, seria a capacitação do professor e que este tenha ao seu alcance todo um sistema suporte que o auxilie durante a realização deste trabalho.

Uma das questões mais delicadas deste processo de inclusão escolar, é a formação do professor, elaboramos alguns pontos que visam auxiliar o cotidiano do professor e facilitar a aprendizagem do aluno portador de necessidades educacionais especiais, todavia, é importante deixar claro que o professor estando ciente deste déficit na sua formação deverá ir em busca de condições que o ajude a suprir suas deficiências como professor. Vejamos:

1) Formação do professor continuamente.

2) O professor deverá estar sempre trabalhando com outros professores e trocado experiências.

3) Planejar as atividades de acordo com as necessidades e o interesse do aluno.

4) Estar constantemente pesquisando sobre este tema e buscando estratégias de ensino que o ajude em seu cotidiano.

5) Organizar as aulas levando em consideração a disponibilização de um momento específico para atender as necessidades do aluno "especial".

Na quinta questão (ver seção Anexos), os professores relataram as experiências do aluno portador de necessidades educacionais especiais com os demais alunos na sala de aula. Eles disseram que esse aluno nunca sofreu nenhum tipo de preconceito ou foi excluído na sala de aula, pelo contrário os alunos cooperam com o aluno "especial" e tentam ajudar este colega durante as aulas, um professor relatou que alguns professores, porém, constroem uma barreira entre ele e o aluno" especial "dificultando a interação entre ambos que é de primordial importância no processo de ensino-aprendizagem deste aluno.

No caso do professor que constrói barreiras entre ele e o aluno portador de necessidades educacionais especiais, alem de dificultar o processo de ensino-aprendizagem do aluno "especial" e estar deixando evidente que tem preconceito ou que sente totalmente despreparado para trabalhar com esse tipo de aluno preferindo neste caso rejeitar o aluno "especial".

Já na sexta e última pergunta (ver seção Anexos), os professores fizeram um levantamento sobre as principais dificuldades e facilidades que eles enfrentam na sala de aula com os alunos portadores de necessidades educacionais especiais. O resultado desta questão encontra-se na seção Anexos, na página 24, em formas de tabelas demonstrando os dados que encontramos com o lavamento das facilidades e dificuldades do professor do ensino regular no processo de inclusão escolar do aluno "especial".

Sabemos que as dificuldades são inúmeras, mas que elas não sejam tão fortes a ponto de impedir que o processo de ensino-aprendizagem no aluno portador de necessidades educacionais especiais seja realizado. Como já foi visto o papel do professor é primordial nessa inclusão escolar, ele deverá assumir uma nova postura e estar ciente de que tanto ele e o aluno "especial" são capazes de desempenhar muito bem os papéis que lhe são propostas nestas nova etapa da educação brasileira.

Como já foram citados anteriormente, alguns professores não se dispuseram a responder nosso questionário (ver seção Anexos), argumentando motivos de ordem superior, entretanto, esses professores e os professores pesquisados conversaram conosco sobre o assunto e expuseram suas facilidades e dificuldades na realização deste trabalho de inclusão escolar e também suas opiniões sobre o tema.

De forma geral, os professores com os quais conversamos na grande maioria não são a favor da inclusão escolar do aluno portador de necessidades especiais. Eles disseram que as dificuldades para trabalhar com esse tipo de aluno são inúmeras, as principais são:

Ø Falta de um material didático especifico para aluno "especial", que seja adaptado as suas necessidades.

Ø Inadequações do ambiente físico escolar o que dificulta bastante à vida desse aluno.

Ø Falta de uma formação mais especifica nesta área para os professores. Uma capacitação que melhorasse as habilidades do professor para lidar com os alunos facilitando os trabalhos de ambos.

Ø Apoio e participação da família neste processo de inclusão escolar.

Os professores com os quais conversamos disseram que a maior facilidade encontrada no processo de ensino-aprendizagem dos alunos "especiais" é a cooperação entre ele e os demais alunos que é de importantíssima para construção de valores da sociedade moderna.

No decorrer deste capítulo tivemos a oportunidade de sabermos mais um pouco sobre o cotidiano (dificuldades e facilidades) desses professores e também de termos acesso a suas opiniões, sendo eles o fator essencial para o sucesso da inclusão escolar do portador de necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino.

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de descrevemos os métodos utilizados para a realização deste trabalho e analisamos os dados que encontramos durante a execução da mesma. Neste capitulo trataremos de averiguar se obtivemos as prováveis respostas dos nossos questionamentos inicias. Primeiro, é necessário relembramos as perguntas com as quais iniciamos esta pesquisa:

1) Quais as principais dificuldades e facilidades do professor da rede regular de ensino no processo de inclusa o escolar o portador de necessidades educacionais especiais?

2) Se a relação desses alunos com os demais alunos contribui no seu desenvolvimento cognitivo?

3) Se o professor da rede regular de ensino está preparado para mais este desafio?

Por meio, das respostas fornecidas pelos professores pesquisados e de conversas com estes professores e outros professores que também se encaixava no perfil exigido pela pesquisa podemos, finalmente, responder estas questões que formaram o alicerce de nosso trabalho.

Segundo este grupo de professores com os quais trabalhamos as principais dificuldades no processo de inclusão escolar do aluno "especial", é a ausência de preparo e de uma formação mais técnica que visa suprir as necessidades destes alunos mediadas pelo professor e também à falta de boas condições físicas nas escolas pra receber estes alunos.

No quesito facilidades esses professores disseram que é a integração e a cooperação do aluno portador de necessidades educacionais especiais com os demais alunos na classe que tem como conseqüência a melhor constituição dos valores humanos destes alunos e nas trocas de experiências entre os alunos considerados "normais" e o aluno "especial" e o professor.

Percebemos também que a relação do aluno portador de necessidades educacionais especiais com os outros colegas no ambiente escolar fornece auxilio para o seu desenvolvimento cognitivo e também para ajudá-lo a se integrar em outras áreas da sociedade. Essa manifestação também contribui na superação dos obstáculos encontrados durante o processo de aprendizagem.

Em relação, a terceira questão todos os professores intensificaram a idéia de que eles não estão preparados para enfrentar esse novo desafio. Ficou evidente que é necessário reavaliar a formação do professor sobre esse enfoque de incluir o aluno "especial" no ensino regular, com o objetivo de facilitar o processo de ensino-aprendizagem de aluno portador de necessidades educacionais especiais e a postura do professor diante deste desafio.

Em súmula, estes foram os resultados obtidos após a execução da nossa pesquisa e finalizamos este relatório esperando que este possa ter ou vim a ter alguma contribuição para o processo de inclusão escolar do portador de necessidades educacionais especiais, e quem sabe essa pesquisa sirva de alguma ajuda na mudança dessa realidade. Esperamos futuramente novas oportunidades para realização de outras pesquisas e trabalhos nesta área.

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARMO, A. A. (2000). Inclusão escolar: roupa nova em corpo velho. Integração,Brasília, 13 (23), p.43-48, 2000.

KUESTER, V. M. (2000).10 years on: have teacher attitudes toward the inclusion if students with disabilities changed. INTERNATIONAL SPECIAL EDUCATION CONGRESS, Manchester. Disponível em: < . Retirado em: 16 de março de 2007.

DUTRA, Claudia pereira. Inclusão: Diversidade também se aprende na pré-escola. Revista Nova Escola, maio de 2007. Disponível em: . Acesso em 21/05/2007.

LEÃO, A. M. C., Garcia, C. C. A., Yoshira, E. V. F. & Ribeiro, P. R. M. (2006). Inclusão do aluno com dismotria cerebral ontogenética: análise das práticas pedagógicas. Revista Brasileira de Educação Especial, 12 (2), p. 169-186

OLIVEIRA, S. M. (1999). Valores e crenças de educadoras de creche sobre o desenvolvimento e educação de crianças de dois e três anos. Dissertação de Mestrado, universidade de Brasília, Brasília.

SASSAKI, R. K. (1997). Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de janeiro: WVA.

TETZCHNER. R, S. Von, Brekke, K. M., Sjothum, B. & Grindheim, E. (2005). Inclusão de crianças em educação pré-escolar regular utilizando comunicação suplementar e alternativa. (Tradução de L. H. Reily). Revista Brasileira de Educação Especial, 11 (2), p.151-184.

7. ANEXOS

7.1. ANEXO 1

QUESTIONÁRIO

(modelo do questionário aplicado aos professores entrevistados na pesquisa)

1) Atualmente há uma acirrada discussão na sociedade sobre a inclusão do aluno portador de necessidades educacionais especiais na escola de ensino regular.

Qual é a sua visão como professor (a) sobre essa discussão?

2) Vygotsky privilegia a importância da à aprendizagem escolar como promotora do desenvolvimento e estabelece o professor como um dos principais agentes de mediação no processo de aquisição de conhecimento, na formação de conceitos científicos e no desenvolvimento cognitivo de seus alunos.

De que forma você realiza esse processo de aquisição do conhecimento no aluno considerado "especial"? Este processo é diferente do realizado nos demais alunos? Qual a diferença?

3) Você concorda que o aluno "especial" em contato com os alunos considerados "normais", tem mais oportunidades de adquirir conhecimentos e desenvolver-se cognitivamente? Por quê?

4) Você se considera um professor preparado para lidar com esse tipo de aluno? Como deveria ser a formação do professor diante desta nova perspectiva, em sua opinião?

5) Carmo (2000), afirma que: "a inclusão é um assunto que deve ser refletida e investigada com muita precisão, já que a sociedade pode estar criando uma nova modalidade: a de excluídos dentro da inclusão".

Em suas aulas em turmas que há algum aluno "especial", você já presenciou algum tipo de preconceito ou de exclusão.

6) Cite algumas dificuldades e facilidades que você já enfrentou ou enfrenta durante o processo de interação como o aluno portador de necessidades educacionais especiais na sala de aula.

7.2 TABELAS

Tabelas das principais dificuldades e facilidades do professor no processo de inclusão escolar do aluno "especial".

Professor 1

Dificuldades

Facilidades

Condições físicas do espaço escolar .

Interesse que o aluno tem pela escolar.

Escassez de material escolar didático especifico elaborada para este tipo de aluno.

O estimulo de querer aprender mais.

Falta de preparo do professor.

Apoio dos outros alunos.

Professor 2

Dificuldades

Facilidades

Interpretação.

Apoio dos demais alunos.

Compreensão do assunto.

O tipo de necessidades complica o processo de ensino.

Professor 3

Dificuldades

Facilidades

Grande quantidade de aluno por turma dificultando a atenção para esse aluno.

Dialogo entre o professor e o aluno.

Material didático inadequado.

Trocas de experiências.