Nos estudos de filosofia política podemos perceber que Hobbes tinha uma preocupação com a paz, quanto Locke e Rousseau já se preocupavam mais com a liberdade. Em contrapartida Montesquieu se preocupava não só com a paz, mas também com a liberdade e segurança.

Quando falamos em liberdade pensamos principalmente em três autores. Locke defendia que há liberdade no Estado, isto é, uma diminuição da espera de ação do Estado. Já Hobbes defendia uma servidão no Estado e Rousseau dizia que havia a liberdade no Estado. Ainda na liberdade podemos dizer que há em Hobbes elementos de democracia, pois o poder vem com consentimento, porém podemos perceber que há uma diferença em relação ao "contrato social" em Locke e Hobbes ou diríamos há diferença mesmo ambos sendo jusnaturalistas. Este último, Hobbes, transfere voluntariamente a liberdade pela segurança com um pacto de submissão ao Estado (Leviatã). Já o primeiro (Locke) o contrato é um pacto de consentimento para manter e fortalecer os direitos naturais do ser humano à liberdade.

Rousseau, por sua vez, já defende que o homem no estado de natureza é bom e que a sociedade que o fez ser má, isto é, o homem se corrompeu depois a instituição da propriedade privada e por isso mesmo Rousseau considera a vontade geral como expressão de soberania, isto é a liberdade só existe quando há igualdade.

Baseados nisso o que podemos refletir a este respeito nos dias de hoje?

Vivemos em um mundo onde leis são feitas apenas para enfeitar códigos, pois existem em nosso país e época dois pesos e duas medidas. Nos noticiários se falam tanto em segurança, porém este problema parece longe de haver uma conclusão.

Nosso Brasil fala em soberania, porém nem todos os brasileiros sabem o que isso denota. Hobbes se estivesse vivo sentir-se-ia profundamente angustiado, pois segundo ele todos amam a soberania quando ela garante a paz e não é isso que acontece... Rousseau vendo nosso Brasil tão desigual também se angustiaria diante o que ele concebe como soberania. E Locke então, este ficaria triste ao ver que as leis são apenas adornos.

Montesquieu, por sua vez, até ficaria satisfeito vendo sua divisão de poderes funcionarem, porém perceberia que Maquiavel estava certo e que o homem para manter o poder manipularia esta estrutura, sendo assim o poder ao qual Montesquieu quis dividir mais uma vez é manipulado por alguns para mantê-lo...

Eu diria mais, Hobbes se vivesse nos dias de hoje provavelmente estaria "revoltado" abandonando a obediência ao Estado sendo que este mesmo não garante a vida, porém ainda assim ele diria melhor haver o que tem, pois o contrário seria pior.

Observando nossa sociedade eu diria que estamos caminhando para uma concepção semelhante ao estado de natureza mostrado por Hobbes, pois vivemos numa sociedade extremamente agressiva. Nossa cultura já se instalou a competição em relação ao sexo e o esporte me parece um "disfarce" desta mesma competição. Vivemos em um estágio menor (se é que pode se dizer isso) numa guerra de todos contra todos.

Qual seria o nosso "Leviatã"? Como acredito já ter dito isso, acredito que nosso "Leviatã" é o neoliberalismo com sua ideologia que nos impele a acreditar numa liberdade que não existe. Liberdade de mercado? Mas a que preço? Liberdade com desigualdade?

Rousseau não estaria correto ao dizer que o homem é bom e que a sociedade o corrompe? Será que o Leviatã de Hobbes não corrompe o homem de Rousseau? Particularmente concordo com ele quando afirma que a família é a única instituição que ainda se constitui natural. Pensando na liberdade em Rousseau, será que se o voto aqui no Brasil fosse "livre", ou seja, facultativo, será que mesmo assim o povo votaria?

Concluindo, penso que há ainda muitas e muitas questões em aberto no quesito liberdade principalmente, pois acredito esta ser fundamental para as seguintes, isto é, começa na liberdade para podermos fazer uma reflaxão profunda sobre segurança, soberania e estado de natureza.

Conclusão

 Diante tão, mas tão singela reflexão eu diria que esta conclusão acaba com uma problematização, isto é, Há muito ainda que pode ser discutido dentro desta campo tão vasto da filosofia política.

Quanto mais leio e estudo, fica de certa forma complicada dizer quem possui a máxima razão, visto que seus pontos de vistas são totalmente coerentes.

Contudo é extremamente necessário que o conhecimento destas teorias e que a reflexão a respeito de liberdade, natureza, soberania e segurança sejam constantemente alimentadas para uma transformação na sociedade (no nível de Brasil) que vivemos.