A implantação de memórias íntimas, que realçam os laços afetivos entre pais e filhos, irmãos, amigos, amantes ou mesmo inimigos seriam passíveis de aplicação em HDs computadorizadas e dariam aos replicantes (ou andróides, como mais comumente os chamamos) a ,ossibilidade de humanização.

A transposição de características genéticas, a partir da pesquisa aprofundada do DNA humano, também seria utilizada para a composição de recursos eletrônicos que reproduziriam entre os mecas, replicantes, andróides ou robôs a reprodução do amor, do ódio, da paixão, da amizade sincera, da indiferença, da dor, do choro,...

O problema é que além de estarmos brincando de Deuses nessa inglória jornada pela criação da inteligência artificial também temos uma contrapartida que já se faz presente de forma assustadora no mundo em que vivemos...

Ao mesmo tempo em que tentamos criar essa vida (e que nos esquecemos das que realmente temos) estamos presenciando a tentativa do homem de se tornar virtual em tempo integral...

É, é isso mesmo. Há pessoas que estão assumindo outras vidas e gastando mais tempo com elas através da Web do que gastam com o pouco tempo que dispõe para experimentar o mundo real. Já ouvi pessoas afirmarem que não há mais qualquer distinção entre o real e o virtual...

E não eram pessoas desinformadas, pelo contrário, eram estudiosos desse fenômeno tecnológico que estamos vivendo...

Não dá para amar pela Internet, fazer amigos sem compartilhar a presença, conhecer lugares apenas pela tela do computador, aprender a cozinhar sem estar numa cozinha e manipular os alimentos, perceber odores e cores sem vislumbrar os padrões do mundo natural, sentir dor ou felicidade sem que a presença de outros seres humanos compartilhe isso conosco,...

Não quero ser virtual. Sou real. De carne e osso. Meus sentimentos derivam da minha existência em um país, um estado, uma cidade. Minhas relações pessoais e profissionais se constituíram a partir de intercâmbios com pessoas que, como eu, têm um coração batendo de forma ritmada em seus peitos...

Ciência e tecnologia são ferramentas apenas. Não as torne a sua razão de viver. O que realmente faz a vida valer a pena é o sol que está brilhando lá fora, o vento que nos alisa o rosto sem que o vejamos, o abraço apertado da pessoa amada, um delicioso prato de comida preparado por sua mãe,... Para que reinventar a vida?

O filme ilustra uma visão negra e futurística de Los Angeles em novembro de 2019, período em que a humanidade inicia sua colonização espacial.

Para isso, cria seres geneticamente alterados, os replicantes, para serem utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colonias.

Fabricados pela Tyrell Corporation como sendo "mais humanos que os humanos", os modelos Nexus-6 são fisicamente idênticos aos humanos, porém mais fortes e ágeis.

Devido a problemas de instabilidade emocional, grande agressividade e reduzida empatia, os replicantes têm um período de vida limitado a 4 anos.

Após um motim, a presença dos replicantes na Terra é proibida, sendo criada uma força policial especial, os Blade Runners, para os caçar e matar.

A história é ambientada em Los Angeles.O clima quente e ensolarado é substituído por uma metrópole de formas e cores sinistras, onde uma superpopulação se amontoa em arranha-céus decadentes, corroídos por uma incessante chuva ácida que teima em cair.. É nesse decadente planeta Terra que vive o detetive Deckard, interpretado por Harrison Ford.

Ele é convocado por seus superiores a realizar um último trabalho. Exterminar ("aposentar" é o termo técnico) quatro andróides desertores, chamados de Replicantes, que fugiram à cidade após uma rebelião em um sistema estelar.

O detalhe é que essa geração de andróides é o mais próximo que os humanos chegaram da perfeição robótica.

Além de serem dotados de grande inteligência, agilidade e força física, os replicantes têm um objetivo a ser alcançado: A busca por mais tempo de vida.