Ele nasceu e viveu no auge do iluminismo. Primeiro serve-se da filosofia de Kant e escreve sobre religião num ponto de vista bem racional colocando Cristo como um mestre moral da razão. Na juventude escreve sobre o conceito de vida e de amor que se opondo a si mesma e na reflexão suspende a unidade original. A mediação dos contrários é o amor que supera o separado sem que o separado deixe de existir. Amor é a unidade dialética.

O absoluto de Hegel é o pensamento que se pensa a si mesmo, o que equivale a dizer que o absoluto é o espírito, o sujeito autoconsciente. Em outras palavras, Deus é aquele que passa por uma história e nela se revela.

A dialética de Hegel consiste numa TESE - IDÉIA (afirmação- Trindade- Pai= Totalidade divina, a amor quando se sente e se perde de si mesmo, a origem é una), depois a ANTÌTESE - NATUREZA ( negação – Filho =o homem que se separou do Pai, o outro que é amado = divide-se na multiplicidade) e resulta na SÍNTESE - ESPÌRITO ( negação da negação – Espírito Santo = o homem que superou a alienação e voltou consciente à totalidade divina, a amor que só pode ser entendido qdo visto pelo todo =reencontram-se na unidade).

Filosofia para Hegel é a construção do absoluto pela consciência superando oposições (Dialética do finito e infinito = afirma o infinito negando o finito e assimo finito negando o próprio finito, isto é negando a própria negação fazemos uma afirmação de que o finito é mais que o finito, ou seja, que é o momento da vida do infinito.).

Para Hegel não há sentido uma teoria do conhecimento, pois a relação sujeito-objeto encontra-se numa síntese global onde o "espírito" é a síntese de toda a realidade, isto é toda experiência necessita de um contexto histórico.

Hegel é o filósofo da razão absoluta querendo fundamentar uma metafísica isenta da crítica kantiana e assim não tira conclusões da experiência que a ultrapassa, mas indaga pala essência e pela condição da própria experiência.

O OBJETO é o evidente. Investiga o que se considera o conhecido. A essência do pensamento dele é a DIALÉTICA, isto é, pensar é um processo de unificação. Metafísica e lógica se coincidem: "Tudo que é real é racional; tudo que é racional é real.". Não há distinção entre o pensamento absoluto e o ser absoluto; o pensamento não é senão o pensamento do ser e o ser não é senão pensamento: PENSAMENTO E SER SE IDENTIFICAM. (O PENSAMENTO É SER E O SER É EPNSAMENTO). O que Kant separa Hegel une (Ser e pensar). "O racional por si só é real", que significa que a realidade é capaz de ser expressa em categorias reais. O objetivo de Hegel era reduzir a realidade a uma unidade sintética dentro de um sistema denominado idealismo transcendental.Na dialética de Hegel forma e conteúdo são inseparáveis. afirmava que a filosofia está sempre enraizada na história, embora sempre persiga uma concepção de realidade como um todo em evolução, em que cada parte é animada por todas as outras.

Deus para Hegel é transcendente e imanente no mundo, ele está neste mundo e está em Deus, o infinito no finito. Deus é histórico, vivo e atuante na história. Como eterno, Ele funda a história do homem e do mundo, sendo ao mesmo tempo, origem, centro e futuro do homem e do mundo.

Em resumo: Para Hegel, o saber de si é sempre um saber do outro e vice versa. A consciência - que em-si, já é um saber - é sempre saber de algo. Na "Fenomenologia do Espírito" (1807), Hegel discorre sobre este conceito. Na "Odisséia" da Consciência (a consciência a caminho da consciência de-si) que representa o "vir-a-se-de-si" (o devir) da Idéia, ou seja, a passagem da Razão ao Espírito, está pré-figurada essa dialética do saber. Trata-se, de acordo com a "tríade fundamental" da dialética hegeliana (Tese/Idéia; Antítese/Natureza; Síntese/Espírito),do desenvolvimento das figuras ou estágios da consciência, compreendidas, dialeticamente, da seguinte forma: o instante da "Tese" (o ser em si) corresponde ao conceito da Idéia em-si; o instante da "Antítese" (o ser para-si) corresponde ao conceito da Idéia em seu exteriorizar-se, em seu tornar-se outro, ou seja, a Idéia fora de sí; e o instante da "Síntese" (o ser em-si e para-si)corresponde ao conceito da Idéia em-si e para-si, a Idéia em seu retorno a si. Ai, não mais a Idéia naquele absoluto imediato da Tese, mas sim, como um absoluto mediatizado, isto é, como "Espírito Absoluto" (o saber que sabe a si mesmo enquanto saber de si). Com isso, a intenção de Hegel é menos ser um racionalista absoluto, na mais autêntica expressão do termo, que um elucidador da dinâmica da essência do ser como manifestação. Para Hegel o conceito é "sujeito", "atividade" (tal como ocorre à consciência, o conceito ou o sujeito se opõe a si mesmo, alienando-se em seu vir-a-ser e reconciliando-se consigo mesmo nessa oposição). ADENDO: O "Estado" ou seu conceito, corresponde ao instante da Síntese no "Sistema da Ciência". Isto, numa significação ética da metafísica hegeliana. Desse modo, o Estado constitui a síntese da moralidade subjetiva e da Eticidade ou moralidade objetiva. Essa dialética é desenvolvida pelo filósofo inicialmente na 'Fenomenologia do Espírito' e, posteriormente, na sua 'Enciclopédia das Ciências Filosóficas - 1830: A Filosofia do Espírito. VOL. III) ".

Fenômeno é a essência. Estas duas formam uma unidade!

Dialética é um devir universal, isto é, sentido de uma determinada estrutura lógica, técnica de argumentação. A razão é importante e não o entendimento. A estrutura consiste em lógica, natureza e espírito, ou seja, a própria realidade é racional (acompanha). Esses 3 momentos são únicos e trabalham e conjunto.

Hegel dizia que as maiorias dos filósofos não fizeram um sistema pq não conseguiram e explicar o universo não é explicar as causas, pois será uma busca eterna de causas e o cientista pode identificar as condições ideais para ávida, mas não pode afirmar que as condições serão essenciais. Para ele explicar o universo é dizer-lhe a "razão", pois esta se refugia na mente e é possível ter acesso pelos idealistas pelo meio intelectual/razão.

A razão, diz Hegel, não é nem exclusivamente razão objetiva (a verdade está nos objetos) nem exclusivamente subjetiva (a verdade está no sujeito), mas ela é a unidade necessária do objetivo e do subjetivo. Ela é o conhecimento da harmonia entre as coisas e as idéias, entre o mundo exterior e a consciência, entre o objeto e o sujeito, entre a verdade objetiva e a verdade subjetiva. O que é afinal a razão para Hegel?

A razão é:

  1. o conjunto das leis do pensamento, isto é, os princípios, os procedimentos do raciocínio, as formas e as estruturas necessárias para pensar, as categorias, as idéias - é razão subjetiva;
  2. a ordem, a organização, o encadeamento e as relações das próprias coisas, isto é, a realidade objetiva e racional - é razão objetiva;
  3. a relação interna e necessária entre as leis do pensamento e as leis do real. Ela é a unidade da razão subjetiva e da razão objetiva.

Por que a razão é histórica?

A unidade ou harmonia entre o objetivo e o subjetivo, entre a realidade das coisas e o sujeito do conhecimento não é um dado eterno, algo que existiu desde todo o sempre, mas é uma conquista da razão e essa conquista a razão realiza no tempo. A razão não tem como ponto de partida essa unidade, mas a tem como ponto de chegada, como resultado do percurso histórico ou temporal que ela própria realiza.

Qual o melhor exemplo para compreender o que Hegel quer dizer? Revendo:

Vimos que os inatistas começaram combatendo a suposição de que opinião e verdade são a mesma coisa. Para livrarem-se dessa suposição, o que fizeram eles? Disseram que a opinião pertence ao campo da experiência sensorial, pessoal, psicológica, instável e que as idéias da razão são inatas, universais, necessárias, imutáveis.

Os empiristas, no entanto, negaram que os inatistas tivessem acertado, negaram que as idéias pudessem ser inatas e fizeram a razão depender da experiência psicológica ou da percepção. Ao fazê-lo, revelaram os pontos fracos dos inatistas, mas abriram o flanco para um problema que não podiam resolver, isto é, a validade das ciências.

A filosofia kantiana negou, então, que inatistas e empiristas estivessem certos. Negou que pudéssemos conhecer a realidade em si das coisas, negou que a razão possuísse conteúdos inatos, mostrando que os conteúdos dependem da experiência; mas negou também que a experiência fosse a causa da razão, ou que esta fosse adquirida, pois possui formas e estruturas inatas. Kant deu prioridade ao sujeito do conhecimento, enquanto empiristas e inatistas davam prioridade ao objeto do conhecimento.

Que diz Hegel? Que esses conflitos filosóficos são a história da razão buscando conhecer-se a si mesma e que, graças a tais conflitos, graças às contradições entre as filosofias, a Filosofia pode chegar à descoberta da razão como síntese, unidade ou harmonia das teses opostas ou contraditórias.

Em cada momento de sua história, a razão produziu uma tese a respeito de si mesma e, logo a seguir, uma tese contrária à primeira ou uma antítese. Cada tese e cada antítese foram momentos necessários para a razão conhecer-se cada vez mais. Cada tese e cada antítese foram verdadeiras, mas parciais. Sem elas, a razão nunca teria chegado a conhecer-se a si mesma. Mas a razão não pode ficar estacionada nessas contradições que ela própria criou, por uma necessidade dela mesma: precisa ultrapassá-las numa síntese que una as teses contrárias, mostrando onde está a verdade de cada uma delas e conservando essa verdade. Essa é a razão histórica.

A solução hegeliana revela uma concepção cumulativa e otimista da razão:

  • Cumulativa: Hegel considera que a razão, na batalha interna entre teses e antíteses, vai sendo enriquecida, vai acumulando conhecimentos cada vez maiores sobre si mesmas, tanto como conhecimento da racionalidade do real (razão objetiva), quanto como conhecimento da capacidade racional para o conhecimento (razão subjetiva).
  • Otimista: para Hegel, a razão possui força para não se destruir a si mesma em suas contradições internas; ao contrário, supera cada uma delas e chega a uma síntese harmoniosa de todos os momentos que constituíram a sua história.

HEGEL e PLATÃO

O que tem de idealista na Filosofia de Platão é o mesmo que tem na Filosofia de Hegel. A saber, eles partem da idéia para explicar o mundo e as coisas do mundo. É mais fácil explicar a partir de Hegel. Ele colocou a seguinte proposição: "O mundo pode ser racionalizado?" Ele pergunta se o mundo pode ser capturado pela razão humana. Ele mesmo vai responder: "Uma idéia paira no espaço, e no seu (vir a ser) ela se materializa na natureza ou no seu desenvolvimento histórico ela cria a cultura e se transforma em espírito absoluto". Seu discípulo: Feuerbach retruca, pé ra lá: "O mundo pode ser racionalizado sim, mas partindo dele mesmo e não de nenhuma idéia por mais absoluta que ela seja. Hegel ao partir das idéias e não do mundo real é chamado de idealista e Feuerbach de materialista. O Filosofo Karl Marx concorda com Feuerbach, mas fica entusiasmado com a explicação de Hegel. Porque ele vê na explicação de Hegel um enunciado da História da Humanidade. Basta colocá-la de cabeça para baixo, pois a descrição dele não é o desenvolvimento do Espirito e sim do próprio Ser Humano. O Ser Humano que na sua humanização é capaz de produzir a cultura. Platão é o Filosofo do passado que junto com Parmenides são os defensores do mundo das idéias. Eles são subjetivistas ou idealistas como queira.(PLATÃO- SUBJETIVO E NÃO PENSOU EM TODA A REALIDADE COMO O EXEMPLO DO PEDRO) (HEGEL – OBJETIVO- OS UNVERSAIS DELE SE APLICA A TUDO QUE É REAL QUE NÃO TEM MARCA DA PERCEPÇÃO SENSORIAL) (AMBOS – MUNDO FLUI DOS UNIVERSAIS, ENTÃO UNIVERSAIS OBJETIVOS)

HEGEL E KANT

Inicialmente pode-se dizer que segundo Hegel, Kant ao ter sido diretamente influenciado pelo ceticismo de Hume faz da experiência o único terreno dos conhecimentos. Havendo Kant, inclusive, de maneira bastante problemática nos retirado a faculdade de conhecer a verdade sobre os objetos, pois o em-si nos seria inacessível através da intuição sensível. Restando-nos apenas o conhecimento dos fenômenos, que para ele teriam uma acepção distinta daquela que Hegel irá formular no livro da Doutrina da Essência. Pois, segundo o mestre de Berlim, muito embora Kant tenha posto a distinção entre consciência ordinária e consciência filosófica, este ainda ficaria no meio do caminho entre as duas, pois teria entendido o fenômeno apenas no seu sentido subjetivo, e para Hegel mesmo os fenômenos nas suas manifestações comunicam a essência dos objetos que se dão ao nosso conhecimento. Visto que para ele a Coisa em-si, nos é acessível porque se a essência é aparecer, ela é o que existe e o que existe é o fenômeno.

Mas, se para Kant o conhecimento da natureza dos objetos parte da nossa intuição e não dos objetos mesmos, pois a intuição não possui prerrogativas que nos levem ao conhecimento do em-si desses objetos, e, portanto somos apenas capazes de conhecer fenômenos através de formas fundamentais de percepção, ou seja, tempo e espaço; restando-nos apenas conhecer os fenômenos através da experiência. Logo, nós enquanto finitos não podemos falar de conhecimento a priori ou anterior à experiência. Pois, tal conhecimento anterior à experiência, expresso através de juízos sintéticos a priori, seria apenas alcançado pela razão. Pois segundo Hegel, interpretando Kant, esta teria por objeto o infinito e o incondicionado. Significando o eu abstrato do pensar, em contraposição ao entendimento que teria por objeto o finito e o condicionado, ou seja, aquilo que se pode conhecer pela experiência. (UNIVERSAIS DE HEGEL SÃO AS CATEGORIAS A PRIORI DE KANT)

E, qual seria para Hegel o maior problema com a razão enquanto eu abstrato do pensar? Ela ainda será entendimento na medida em que separa finitude de infinitude, condicionado de incondicionado. E, conseqüentemente reduz este último a uma identidade abstrata consigo que exclui toda e qualquer diferença. Ora, no idealismo absoluto de Hegel a finitude, bem como a diferença não são outra coisa que momentos da infinitude e da identidade, respectivamente. Daí porque Hegel nos diz que a Idéia é o que há de mais concreto, pois ela é o conceito mais a sua efetivação. E, toda efetivação de algo carrega suprassumido consigo o seu oposto. E, por isso a identidade será a identidade da identidade com a não identidade. (HEGEL, OS UNIVERSAIS SÃO AS RAZÕES DE ONDE DIMANA TODO O SER SEM A MISTURA DA PERCEPÇÃO SENSÍVEL- UNIVERSAIS SÃO FONTES DO SER - OBJETIVOS).

Por último, segundo Hegel, Kant irá permanecer no idealismo subjetivo. Ou seja, se ao que nos é dado a conhecer são fenômenos e esses não encontram as suas essências em si mesmos, mas num outro. Logo os fenômenos seriam apenas para-nós ao que se demonstra dessa maneira que assim todo conhecimento objetivo seria sempre e apenas um conhecimento subjetivo de algo. (KANT TÊM ESTRUTURAS DETERMINANADAS QUE PERCEBE O UNIVERSO, SÃO AS CATEGORIAS A PRIORI = OS UNIVERSAIS SÃO CONDIÇÕES DO CONHECER – SÃO SUBJETIVOS).

*Realidade e aparência – Realidade tem o ser em si, independente de outro ser, é independente. Aparência tem um ser dependente de outro ser.

*Realidade e existência -O real não existe! REAL TEM SER.

Existe a coisa individualizada, como cadeira, mesa... cadeira branca

Universal não tem existência, alvura , brancura vermelhidão não tem existência

O universo formado de indivíduos é aparência...

Universo flui dos universais e HEGEL chama de RAZÃO.

TESES BÁSICAS DO IDEALISMO

1-Real – é só o que tem um ser independente de qualquer outro

2-Aparência – é o ser que depende de outro ser.

3-Existência - é o que pode ser apresentado imediatamente à consciência. É individual e está no tempo e espaço. ex cadeira

4-Real é somente o universal ( é um ser lógico)

5-O real não tem existência.

6-Existência é aparência.

7-O real é pensamento, mente, inteligente, razão, existe no tempo e no espaço.

8-Este real, universal, abstrato é o último ser, princípio r fonte do ser o ABSOLUTO.

Prioridade Lógica e cronológica

Segundo Hegel um sistema de categorias precede o universo, essa anterioridade não é cronológica, não é no tempo. Ela é lógica.

Dos universais procede ao universo. E o idealismo afirma uma prioridade lógica a qual a categoria de unidade precede o ser uno e a categoria de existência precede o ser existente, mas o universal em si independe do individual, não existe em nenhum lugar e em nenhum tempo, isto é ele tem realidade e não existência.

Prioridade cronológica no indivíduo

No processo do conhecimento o universal é posterior, isto é, acontece depois que vc teve vivência experiência das coisas, mas o posterior no tempo é anterior na lógica, pois muitas vezes conhecemos primeiro um fato e sua razão lógica depois quando na verdade essa razão lógica teve precedência antes.

O mundo como aparência

O mundo é real. E tudo que vemos é aparência. Para o cristão só Deus é. O idealismo não é incompatível com o cristianismo.

CONCLUSÃO

Percebo que para Hegel não há acesso à filosofia senão através de sua história, que não é outra coisa senão a manifestação do pensamento humano, conforme a própria compreensão hegeliana de filosofia, ou seja, apreensão da história no pensamento. Através do Espírito Absoluto.