Abstract

This paper has the intention to figure out a study case, where local learning conditions are being checked, characterizing clients, specific problems of institutional structure, general performance scores, and the proposal of alternative and innovative manners to be used so that learning can be an easier task. Strategic Planning is fostered, which main objective focuses scholar evolvement and interpersonal relationship, by the application of a creative and innovative pedagogical service, in order to teach Mathematics, looking forward the improvement of deductive thought and proposing a different discursive way in class, considering dominant behavior of some students considered negative stakeholders whose identities are peculiar, so that a certain and specific work should be less tense and effective. This activity was named: "Cirandas da Matemática".

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo demonstrar um estudo de caso, em que se avaliam condições locais de aprendizado, caracterizando clientela, problemas específicos de estrutura institucional, desempenho escolar, e a propositura de maneiras alternativas e inovadoras para facilitar o aprendizado.

Adota-se um planejamento estratégico, cujo objetivo principal centrou-se no envolvimento escolar e relacionamento interpessoal, pela aplicação de uma forma criativa e inovadora de trabalho pedagógico para o Ensino de Matemática, visandomelhorar o raciocínio dedutivo e propor uma forma discursiva em sala de aula, em face aos discursos dominantes de alunos com identidades variadas tomando a disciplina como referência, para viabilizar um trabalho menos tenso e mais efetivo. Este trabalho foi chamado de "Cirandas da Matemática".

Introdução

Um dos problemas enfrentados pelo sistema de ensino brasileiro refere-se ao questionamento da qualidade do Ensino de modo geral, especialmente nas disciplinas consideradas fundamentais para a formação do indivíduo na sua totalidade, haja visto a necessidade de promover e remediar as situações quando a ele ou ela faltarem habilidades para as operações numéricas.

Tem-se como objetivo geral deste trabalho a demonstração da tentativa de promover o ensino da Matemática de maneira mais harmônica e diminuir as tensões em sala de aula, e como objetivo específico propor de maneira criativa, uma perspectiva didática mais prática e eficiente para a educação de adolescentes onde se constate dificuldades sociais emergentes em termos de controle, direção e avaliação de resultados desejados.

1 O Objeto de estudo em questão

A Álgebra é um ramo importante como objeto de estudo da Matemática, bem como instrumento para outras áreas. É através dela, que o aluno inicia a interpretação de problemas lógicos, fortalecendo seu raciocínio e imaginando as operações além dos próprios números, combinados que são com letras, de forma a estender o domínio sobre o universo infinito interposto no desafio didático de ensinar e aprender. Por definição: "Álgebra é a parte da matemática que estuda as leis e processos formais de operações com entidades abstratas" (FERREIRA, 1999, p.95).

Da mesma forma a compreensão de um universo fenomenológico cada vez mais palpável, na medida que os números possibilitam a qualificação dos fenômenos científicos que nos cercam, tornando-se o desafio do professor ainda maior, na medida em que reconhece as dificuldades das crianças e adolescentes em conceber a necessidade de tais conteúdos no seu cotidiano. Ainda assim esta é uma questão deleitura. Uma aula mais clássica iniciaria assim: Então abram o livro na página tal, ... acompanhem os modelos e...resolvam ..."Este comportamentojá é de per si uma adversidade constatada. E o aluno responder: Eu não sei fazer... " Ou ainda calar...Assim se considera:

"Embora não seja difícil explicar por que professores e alunos, todos frutos de uma formação escolar perpassada por uma linha mestra comum e pertencentes a uma mesma sociedade, partilham de determinadas formações discursivas e ideológicas.É preciso levar-nos em conta também que, não obstante, a diversidade, advinda de diferentes experiências de vida, mostra sua face na sala de aula. É ela que gera conflitos que são, com freqüência abafados na sala de aula, ainda que inconscientemente, tanto por professores como por alunos" (CORACINI, 1995, p. 110).

Por que estes conflitos acontecem? O que gera esta diversidade?A resposta parece evidente. Discurso e ideologia. Se discurso é a colocação da palavra em movimento e por ele é que se transmite uma nova linguagem expressa por símbolos, letras e números, então é preciso repensar a forma como ele pode ser transmitido. Passar no quadro? Ditar? Seguir o livro didático? Propor...

Sim, esta foi a nossa opção: "propor", reinventar enunciados, procurar referências no livro didático, e evitar o famoso "saia da sala por favor","siga a seqüência por favor","reveja osexercícios resolvidos", entreoutras vozes. Extremos não são incomuns quando não há limites no entanto entre esta diversidade deve haver tolerância capaz de conter atitudes impulsivas do professor ou do aluno.

2Inovação surge da necessidade de mudar

A Ciranda da Matemática foi uma forma de minimizar os efeitos negativos que se vivenciou, no Ensino da Matemática, para cinco turmas de 7as séries em 2005, no Colégio Estadual Professor Brandão, em caráter de substituição de uma professora considerada "padrão", onde o autor foi convocado para substituição, três meses após o início das aulas, sem haver efetivamente resultado desenvolvido por testes e avaliações prévias.

A pergunta é: Como fazer com que os alunos se envolvam com atividades pretendidas pelo professor, de forma engajada, num ritmo de cordialidade, numa atmosfera de confiança e amizade, e que haja resultados favoráveis e direcionados aos objetivos básicos da educação?

3 Das dificuldades trilhadas

Figuram entre eles o aprendizado e a relação madura de avaliar aquilo que se pretende por processos que sejam no mínimo justos e que gerem oportunidades de rendimento escolar diferente daquele grau atribuído ao aluno, quando este "precisa de notas para passar" como se diz dos que margeiam a vulnerabilidade interposta pelas médias escolares.

Num plano ideal, o aluno deveria precisar de nota, mas dispor de trabalhos para que pudesse ser avaliado, porém, não são aqueles produtos gerados em meio a tensões psicológicas, dos testes surpresa, das avaliações de caderno, do acompanhamento do aluno em sala de aula apenas, que demonstrarão um perfil efetivo de participação e aprendizado. Esta tarefa é dificultosa especialmente quanto maior for o número de alunos. Portanto, é pelo trabalho em sala de aula e de qualidade, é que se optou para a técnica empregada, batizada de "Ciranda da Matemática".

4Das características dos sujeitos envolvidos

As turmas da manhã são absolutamente heterogêneas na sua composição identitária. Nelas se encontram perfis individuais que demonstram alunos extremamente competentes e em contrapartida uma maioria quase esmagadora, portadora de dificuldades de assimilação e aprendizado, mas carecendo principalmente de disciplina para acompanhar o raciocínio do professor.

Da maneira mais racional possível, qual seja a simplificada magia do uso do quadro negro, procura-se atuar, mas mesmo nesta simplicidade, muitas vezes torna-se difícil trabalhar.

Quando se dá um tempo para o aluno resolver o enunciado proposto, esta mesma folga é utilizada de maneira diversa. A primeira delas, qual seja a desejada, é que os alunos sintam-se incentivados a seguir em busca da solução. A segunda é que tenham copiado o enunciado e aguardem a resolução, a terceira, qual seja a menos desejada é a total anomia ou alienação de alguns no sentido de participar da aula nas condições mínimas, sendo que os aprendizes geralmente alegam a falta do livro didático, ou mesmo afirmando queeste é desnecessário, pois que as questões são repetidas pelo professor, a falta de material desde o lápis, caneta, ou caderno, bem como qualquer outro pretextoque lhe sirvamomentaneamente. Isto compromete as metas do professor, e o relacionamento deste aluno para com os outros torna-se uma questão delicada em sala de aula. A postura pois, destes alunos é de resistência ao cumprimento de normas em sala de aula, em primeiro plano a boa administração dos conteúdos abordados, o que em nosso ponto de vista se coloca acima da perspectiva de simpatia , muitas vezes conduzindo todo o trabalho a uma situação de tensão absoluta. Uma razão para tanto, poderia ser a questão territorial, e cultural de inserção de atores oriundos de diferentes comunidades, tais como Colombo, Almirante Tamandaré, Bacacheri, Boa Vista, Bairro Alto, Tarumã entre outros.

Se interpelados, afirmam que não estudam em escolas próximas de suas vizinhanças porqueos próprios pais não acreditam nestas, e não querem forçar os filhos à convivência com pessoas que não apreciam no mesmo bairro, além de viverem a falácia de que o ensino nas escolas urbanas é de mais qualidade.

E isto se torna uma dificuldade para o ensino da Matemática, quando estas interferências de postura crítica e comportamental, muitas vezes tomam conta do ambiente escolar. Ao perguntar sobre o custo do transporte, os mesmos afirmam que ainda assim, fica barato para a família, embora se saiba que muitas famílias especialmente "as de mãe" se subordinam aos baixos salários e por vezes há pais que ignoram totalmente seus filhos.

Logo, evidencia-se uma desestruturação da família que é conduzida para dentro da escola. A negociação de dificuldades se acumula, quando os pais não se mostram capazes de acompanhar seu desenvolvimento e os conflitos são também na família. A exemplo: O aluno diz a mãe que está aprendendo Álgebra. Então a mãe lhe responde: Que bom meu filho, então fale algo nessa língua... " O problema maioré sempre de sentido, tanto para o aluno, como para seus entes familiares. O aluno transporta informações para dentro e para fora da escola, portanto, é ela o centro de referência culturalonde tensões são vividas diariamente. O nosso grau de familiaridade com uma palavra dependerá da freqüência e intimidade de nossa convivência com ela (KLEIMAN, 2001, p.71).

A idéia de que o professor deve mediar tensões não éexatamente a vocação para a qual respondemos como educadores. Deve-se fazer de nosso ofício uma profissão, mas não deixar de modo algum que o emocional se anteponha à razão porque se assim o fizermos, dificilmente encontraremos as fronteiras de nosso dever como tal. A escola é um local de prática pedagógica, mas é confundida muitas vezes com a assistência psicológica que é secundária a sua consecução.

Por que o aluno muitas vezes ignora seu professor, a ponto de achar que ninguém pode conter o seu discurso deslocado do contexto que se tem por objetivo criar ? Todas as suas digressões tem que ser admitidas menos o compromisso que o tirou de sua casa, ou seja: "O de vir para a escola para aprender". Mas faz alguma diferença se o que ele diz não faz diferença ? (NAGEL, 1987, p.97). Ao que parece a diferença já está causada. Ele interrompe a seqüência lógica do raciocínio dos outros alunos, e o ridículo provoca risos, fragmenta o pensamento da turma.

Difícil se torna controlar a ação desejada ao ato de aprender, quando o olhar do professor se concentra na sua fala e deve ao mesmo tempo preocupar-se com o silêncio e/ou por vezes, com odiscurso difuso do aluno em seu território de atuação. Mas o mestre é sempre atento a tudo. Fiscaliza o seu e policia o dos alunos. Quando isto não é possível, perde o controle, logo, desconhece a produtividade até o desastroso momento do primeiro teste, que é sempre cogitado, se efetivamente expressa o conhecimento desejado e transferido ao aluno.

5Das perspectivas institucionais e profissionais do educador

No plano institucional, a Secretaria de Educação, MEC, entre outras organizações exigem do professor a formação necessária para adentrar na arena de conflito que se torna a sala de aula, alertando para o fato de que a heterogeneidade discursiva, motivacional, cultural, são desafios para o educador.

E como sabem estes que ocupam lugar de pai e mãe no dia a dia da sala de aula, em que conteúdos deixam de ser dados, para corrigir posturas de conduta de alunos, não querendo dizer com isto que todos os professores tenham condutas corretas com seus alunos, mas aqueles que procuram ser assertivos no relacionamento tem muitas vezes a idéia de liberdade confundida com baderna, disciplina como sinônimo de repressão, autoridade como tirania, verdade como relativa, conhecimento como curiosidade, nota como prova de aprendizado, professor como objeto de uso, problema, como sem saída, escola como presídio, e tantos outros exemplos a serem citados. Os alunos devem saber dizer melhor do que nós professores, que procuramos apenas o fôlego para retomar nossa posição de território em território, de sala em sala, de mente em mente, de futuro em futuro.

Sabe-se de antemão que os mecanismos convencionais já citados e criticados ao excesso reclamando a escola tradicional, tem na atualidade o repúdio de muitos educadores, mas ela continua assim, impregnada de autoritarismo com sombras de modernização, ou seja, com informatização precária, falsa no seu interesse, cuja democratização leva os alunos as páginas lúdicas e não muito mais além disso. E no mundo real o problema é ainda mais grave. O aluno deseja se fazer engraçado, para quebrar a rotina, e Matemática não é uma brincadeira com números, e sim, motivo de alegria ou de tristeza para aqueles que a transformam como a forte ameaça de um futuro sem brilho, pelo reconhecimento da fraqueza racional de operar com números.

Há que se ter um meio termo entre estes extremos. Se o bom senso faltar ao profissional da educação em sala de aula, motivado pelas pressões imprevisíveis que exerce e sofre de seus alunos, fica de todo entristecido em seu ideal, se seu retorno forem notas vermelhas e mais notas vermelhas. Como reverter quadros críticos? Há que se pensar numa forma melhor de trabalho, inovar! Há os que se contentam com as isoladas constelações de notas azuis, mas há os que como nós se desencantam com a desigualdade, social, étnica, religiosa, moral, ou meramente de aptidões para o aprendizado mal resolvidas em outras instâncias de saber, contra a transparência do sucesso de alguns poucos, mas da translúcida indiferença (grifo nosso) dos alunos que perdem a noção da razão de ser da educação (grifo nosso).

Particularmente a alegação de que os professores tem formação precária para lecionar os conteúdos não é cabida. Seu lugar lhe é concedido por merecimento e capacitação.O aluno possui o livro didático, e sabe quando seu mestre(a) erra, sendo inclusive capaz de com o erro localizado, reforçar sua relação de amizade e solidariedade para com o professor demonstrando sua especial atenção ao discurso pedagógico em foco.Está moderno, mover abaixo-assinados, colocar o professor "para fora" da instituição, e isto não é democracia que deva ser praticada na escola. O jogo de intrigas é delicado e requer reflexões.

Não nos parece que um professor que tenha recebido toda a formação básica esperada, para que em sua jornada de estudante acessasse a universidade, terminasse-a e passasse a lecionar os conteúdos básicos de sua formação de forma errônea, sem qualquer compromisso. Isto seria desconsiderar-se enquanto cidadão.O professor moderno é muito mais um repetidor de informações, um comunicador, um intérprete da complexa sociedade da informação e compulsoriamente do universo do adolescente. Logo, é preciso simplificar e equacionar procedimentos para resultados mais breves.

Esta decisão nos parece importante e a confiança da equipe pedagógica parece ser fundamental, pois que .. "as decisões dependem de linguagem e se esta foi insuficientemente transferida as decisões serão igualmente insuficientes"(ELLIS, 1994, p. 347).

6 A situação do aluno: Notas ou formação?

O que nos preocupa sim é a formação da construção de argumentos plausíveis pelos alunos nos ciclos anteriores, em blocos de conteúdos desejados. O aluno de 7a série foi antes de 6a e sucessivamente até seu Jardim de Infância, construindo seu caminho, e esta continuidade muitas vezes, é retalhada pela descontinuidade não dos programas, mas da ausência do aprendizado necessário para prosseguir sua jornada educativa, o que muitas vezes vem a ser confundido com o (A) de aprovado, ou com o ( R ) de reprovado. Afinal o que isto significa? Estamos equacionando a vida do aluno sobre o orçamento do Estado, e nos esquecendo de que vigiar pela sua iluminação é sobretudo uma tarefa técnica. Significa, averiguar, investigar, possibilitar contato, viver a sala de aula e seus colegas, conhecê-los, ensiná-los a tolerarem-se e a respeitarem-se, especialmente a compartilhar o aprendizado nos acertos e desacertos.

A Matemática é expressa pela linguagem dos números, e a exemplo de nosso conteúdo, a Álgebra permite o desenvolvimento do raciocínio dedutivo pela codificação e decodificação de enunciados que devem ser lidos, copiados, para surtir o efeito de sentido desejado e que o aprendiz alcance a transversalidade de suas regras e implicações que caracterizam os contornos de um universo temido, mas conhecido na medida em que se adentra e se reconhece seus limites.

Tem-se clara esta posição de Laughlin (1978): "Processos automáticos são aprendidos seguindo o uso prévio de processos outros igualmente controlados". Logo, o professor é um controlador de erros e acertos.

Difícil para o aluno reconhecer que a letra "x" não é mais o sinal representativo da multiplicação, mas para efeitos algébricos, usa-se um ponto ".", ou mesmo nada entre um número e uma letra "2x" o que quer dizer duas vezes aquela letra. Estes obstáculos só podem ser removidos, com a paciência de quem reconhece no esquecimento de conhecimentos básicos, a ruína nos debates mais complexos. O pior é constatar a inexistência dos mesmos nas memórias dos alunos e a resistência em receber novo sentido que substitua o anterior que já habita no imaginário do aprendiz.

6Dos procedimentos metodológicos para por em funcionamento as cirandas.

Abaixo, procura-se elencar uma lista de procedimentos necessários para a realização da tarefa, conforme os itens a seguir:

6.1 Delimitar um númerox de questões

6.2 Passar para cartelas

6.3 Circular em dois sentidos as questões

6.4 Possibilitar a tentativa de visualizar a proposta

6.5 Refletir sobre a possibilidade de solução

6.6 Acompanhar a resolução no quadro negro

6.7 Transferir ao caderno a solução

6.8 Transferir em trabalhos escritos

6.9 Reproduzir em provas

6.10 Apresentar resultados

7Problemas surgem em função desta prática

7.1 Falta de aceitação comparado a métodos tradicionais.

7.2 Possibilidade do aluno apenas reproduzir conhecimentos sem na verdade

atender ao aprendizado.

7.3 Indisciplina

7.4 Excessiva demora em absorver conhecimentos

7.5 Possibilidade de frustrar feedback

8 Vantagens oferecidas poresta forma de ensinar

8.1 Integração

8.2 Dependência lógica seqüencial

8.3 Acompanhamento simultâneo

8.4 Autonomia para aprender

9 A utilidade da Ciranda da Matemática

9.1 Presta-seà quebra de rotina, substituída por procedimentos pedagógicos normais , como o trabalho em equipe, ou Responsabilidade Física Total podem ser úteis nos processos de quebra de silêncio do aluno, e de sua atividade individual, onde se observa profunda alienação e por vezes total ausência de regras, ou seja anomia.

9.2 Pode ser utilizada para outras matérias, como Inglês, História, Geografia, Artes, Português e outras, em que a atividade de memorização e/ou fixação esteja a requerer um certo controle de desempenho e técnica didática empregada.

9.3 Modifica a configuraçãodos alunos que são sempre divididos em grupos de maior retenção de conhecimentos e outros que dizem nada aprender, mesmo querendo, ou outros que nada querem, além de promover a desordem e a harmonia em sala de aula.

9.4 Quebra da rotina em sala de aula de sentar-se nos mesmos lugares e ouvir por horas os discursos pedagógicos além de não ter contato com os colegas parece maçante, cuja interferência no ensino da Matemática, acaba por acarretar quebra de raciocínio de quem ensina, e especialmente daqueles que ainda acompanham o desenvolvimento do raciocínio lógico.

9.5 Ensina que há uma comunidade geral (a turma) há grupos menores ideologicamente agregados (as patotinhas) e há o indivíduo (aluno).

Ensina que as dificuldades em ter o conhecimento organizado facilita o processo de ensino – aprendizagem

9.6 Diminui o stress do professor com relação à manutenção de seu discurso intermitente, possibilitando apenas a posição de administrador ou monitor do processo.

9.7 Possibilita o treinamento da leitura, interpretação e reprodução de

conhecimentos.

10Dos resultados estatísticos

De acordo com os livros de registro do Professor, uma estatística foi realizada nos três primeiros bimestres, sendo os dois primeiros conduzidos de maneira convencional e o terceiro, da mesma forma, com um plus, da inovação da Metodologia interposta pela Ciranda da Matemática. Estas amostras coletadas individualmente em cada bimestre em cinco turmas, permite contemplar os grupos numa ordem classificatória, mas ao que se percebe há uma certa homogeneidade com relação as médias obtidas a partir das notas atribuídas para os alunos, mas com uma sensível melhora com relação à inovação introduzida no terceiro bimestre, conforme tabelas de dados abaixo:

Tab. 01 - Somatório de pontos dos alunos por bimestre e geral/2005

No Al.T

1o Bim

2o Bim

3o Bim

Soma

Not.

28 - 7A

180.90

150.08

172.48

503.44

84

29 – 7B

133.90

142.30

168

442.20

87

26 – 7C

175.90

150.90

155.50

482.30

78

28 – 7D

137.10

130.10

161.36

428.56

84

29 – 7E

172.90

171.70

190.98

535,58

87

Soma

800.68

745.08

848.32

2394.08

420

Média

5.72

5.32

6.0

17.1

5.7

Conclusões: Observa-se que a turma E é a que apresenta maior rendimento escolar se considerarmos todo o desempenho, e nesta turma, há um foco de alunos extremamente negativo, e que muitas vezes são os responsáveis por tumultos e falta de ordem. A turma A vem logo em seguida, sendo estes sujeitos bastante receptivos, mas com alunos igualmente hiperativos e causadores de desconforto para a prática educativa. As outras turmas não assumem grupos de dominação negativa, sendo as turmas B e D muito semelhantes.

Tab. 02 – Notas das Turmas por bimestre e geral/2005

No Al.T

1o Bim

2o Bim

3o Bim

Soma

Med.

28-7A

6.46

5.36

6.16

17.98

6.0

29-7B

4.61

4.91

5.79

15.31

5.10

26-7C

6.76

5.8

5.98

18.54

6.18

28-7D

4.89

4.64

5.78

15.31

5.10

29-7E

5.96

5.92

6.59

18.47

6.16

Somat.

28.68

26.63

30.3

85.61

5.7

Somat.

5.73

5.3

6.06

17.1

5.7

*Videapresentação gráfica dos resultados a seguir.

Colégio Estadual Professor Brandão

Rendimento Escolar de Matemática / 2005

Perfil Gráfico das Turmas de 7as séries - Manhã


Observação:

Nas duas colunas finais, observa-se que há um afastamento de 0,3 décimos da média desejada, se compararmos a coluna verde (média de aprovação), e da coluna vermelha (média até o terceiro bimestre). O quarto bimestre apresenta melhora progressiva de resultados, o que possivelmente assegura ao plano estratégico utilizado com a Ciranda da Matemática, um fator motivacional que incidiu sobre o rendimento escolar para as turmas analisadas neste estudo de caso, e com certeza evolui para o alcance to patamar que os leve à aprovação.

Conclusões:

No terceiro bimestre, a introdução de uma atividade diferenciada proporcionou melhora no desempenho dos alunos, num momento de decisão, ou de queda de conceitos ou de ascensão. No quarto bimestre, já iniciado, o trabalho ficou facilitado, por um relacionamento mais estável e de revisão de resultados na expectativa de superação de um quadro ainda ligeiramente abaixo da média estipulada para a provação que é 6. No entanto, observa-se o posicionamento na média das turmas A, C e E, o que é uma mudança bastante significativa, considerando a resistência maior, especialmente nas turmas A e E.

Considerações finais

Segundo o professor Almouloud (PUC/SP), cujo trabalho nos serviu de base teórica por estudos que realizou, devidamente referenciado,há um quadro de problemas relacionados com o ensino e aprendizagem da Matemática, nos alertando que é preciso diferenciar práticas docentes, vista como conjunto das atividades do professor que norteiam suas práticas pedagógicas em sala de aula, das práticas em classe, que são aquelas que designam tudo o que o professor fala e faz em classe, levando em consideração a sua preparação suas concepções e conhecimentos em Matemática, e suas decisões instantâneas, se elas são conscientes. Perde-se muito tempo, falando de procedimentos, quandoem verdade o melhor é colocá-los em prática. Não basta "sentir dificuldade" como se diz normalmente no discurso dos pais e alunos, é preciso vivê-la e remediá-la, afastando do aluno o famoso medo de errar, de ser ridicularizado por perguntas em sala, de gerar atos falhos, quando os mesmos erros são trabalhados diariamente, logo, advoga-se pela partilha do acerto e do erro, nos próprios grupos, como mecanismo de afastamento de individualismo extremo, e resultados comprometidos muitas vezes, por falta de disciplina, ou mesmo de ajuda do professor no momento da dúvida. Democratizar e articular o ensino é fundamental, dispondo do material didático, valendo-se do livro texto básico de forma a não deixar que o aluno sinta que " está tudo no livro", como alguns assim o dizem. Mas esta visão do professor como usuário e não analista, como consumidor e não construtor, levam a acomodação deste ator em apresentar apenas respostas. O aluno não sabe muitas vezes nem o por que daquele exercício naquele momento de sua vida. E o livro continua sendo um instrumento de verdade. A verdade tem que ser mostrada, transparente e lúcida (CORACINI, 1997).

Conclusão

A hora de inovar é sempre um desafio! O profissional da educação precisa ter o "feeling" para sustentar seu trabalho toda vez que sentir que os resultados estão ameaçados. Uma boa estratégia pode inverter o rumo do processo pelo qual os alunos compõem sua trajetória. O aluno ou o professor rescrevem opróprio livro, valendo-se das possibilidades discursivas mestras do autor do livro didático e recriando-as. Vale a posição de Foucault (1979) apontando o surgimento da noção de "autor" pelo fato que constitui o momento privilegiado de individualização na história das idéias, das ciências. Autor no sentido do indivíduo que produziu um texto, agrupando o discurso e criandosítios de informação em sua memória discursiva, como unidade e origem de suas significações, como centro de sua coerência ( Ibid., 1971). (Apud .CORACINI, 1999 p. 160).

A Ciranda da Matemática funciona como atividade socializante e desperta a vontade de aprender, descaracteriza estados de alienação e anomia, possibilita o contato coma matéria e aumenta o sentimento de possuir aquele conhecimento, documentado, como o fazer em sala de aula. Permite redescobrir a aprendizagem, rever os conteúdos na forma como as soluções devem ser propostas, com mais liberdade para aprender.

A prática pedagógica funciona ainda como atividade socializante e desperta a vontade de aprender, descaracteriza estados de alienação, anomiae isolamento em sala de aula, aumenta o sentimento de possuir aquele conhecimento documentado, com o fazer em sala de aula. Permite redescobrir a aprendizagem, rever as respostas na forma como devem ser propostas, buscadas e assimiladas, possibilitando justiça nos critérios de avaliação e dinamizando a convivência entre professor e aluno.

A mudança proposital do estilo da palavra "disciplina" no título deste trabalho, tem como principal objetivo, mostrar que a concentração é uma virtude essencial no jogo da Matemática, e uma das principais ferramentas para assegurar a competência do raciocínio lógico. Não é apenas um jogo, onde se conta com o acaso, portanto nem tão lúdico e nem tão convencional. O meio termo significa entender que se a indisciplina é inimiga da construção deste conhecimento, significa que é preciso mudar, preferencialmente inovando.

O trabalho de grupo incentiva a formação de redes de aprendizado, constituindo sobretudo meio pelo qual a informação se dissipa, qual seja,a leitura, gerando tensão necessária para que circule nas cirandas pelas quais desejamos ver os nossos alunos de mãos dadas trabalhando por uma convivência melhor, evitando certas tendências, inclusive etnofóbicas,enquanto vivem aquilo que lhes será fundamental para assegurar sua cidadania girando muitas vezes, enquanto houvervontade, antes que todos digam... "e a casa caiu" (grifo nosso)!

Referências

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CORACINI, Maria José. Interpretação, Autoriae legitimação do livro didático. Campinas, SP, Pontes, 1999.

CORACINI, Maria José. O jogo discursivo na Aula de Leitura. Campinas, SP, 1995.

ELLIS. Rod, The study of second language Acquisition, Oxford University Press, NY- 1997.

KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura: Teoria e Prática, Campinas, SP, Pontes, 2001.

NAGEL, Thomas. What does it all mean? Oxford University Press, NY-NY, 1987.

ORLANDI, Eni Puccinelli Gestos de leitura. Da história no DiscursoCampinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997.

RICHARDS. Jack C. From reading to Reading teacher, Cambridge Language Education, NY-NY, 1997.